

José Eduardo Agualusa, Pepetela, Ondjaki, Pedro Rosa Mendes, Ana Paula Tavares e José Manuel Esteves serão alguns dos escritores lusófonos que participarão no evento.
A Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas (Fliporto) decorrerá entre 06 e 09 de Novembro, na conhecida estância balnear, a 70 quilómetros de Recife, capital do Estado de Pernambuco.
"A Fliporto tem sempre a intenção de promover uma integração latino-americana, mas este ano faremos uma homenagem à diáspora africana", disse à agência Lusa uma das organizadoras do evento.
Lucila Nogueira realçou que o encontro "Trilhas da Diáspora: Literatura em África e América Latina" terá a participação de escritores de vários países, com destaque para os africanos de língua portuguesa.
A programação do evento inclui discussões sobre o acordo ortográfico dos países de língua portuguesa e uma homenagem ao centenário da morte do escritor Machado de Assis (1839-1908).
Entre as razões para a escolha do tema da diáspora africana, está o facto de que a estância balnear assim foi baptizada justamente por se tratar de um antigo porto de tráfico de escravos.
"Não vemos a literatura como mero entretenimento, mas como factor educacional de formação humanística, como parte da cultura", salientou outro organizador do evento, António Campos.
Entre os países representados na sexta edição da Fliporto estão Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor-Leste.
O primeiro nome confirmado para o evento deste ano foi o do angolano José Eduardo Agualusa, que já morou em Pernambuco, local que o inspirou a escrever o livro "Nação Crioula".
Outro escritor angolano já confirmado é Artur Pestana, conhecido por Pepeleta, vencedor do Prémio Camões pelo conjunto de sua obra.
Ana Paula Tavares e Ondjaki, um dos dez finalistas do Prémio Portugal Telecom de Literatura deste ano, fecham a lista dos escritores angolanos.
A lista de participantes inclui ainda Paulina Chiziane, primeira mulher moçambicana a publicar um romance, e Marcelino dos Santos, um dos fundadores da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Manuel Peles Neto, de São Tomé e Príncipe, José Manuel Esteves, de Cabo Verde, e Pedro Rosa Mendes, correspondente da Agência Lusa em Timor Leste, também vão participar do evento.
Os debates da sexta edição da Fliporto serão transmitidos em directo por meio de uma emissora de televisão e de rádio no endereço electrónico do evento na Internet.
Lusa/Fim.
Em declarações à agência Lusa, à margem do colóquio Machado de Assis, que começou hoje na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, Lauro Moreira explicou que a data escolhida é simbólica, coincidindo com o aniversário da morte de Joaquim Maria Machado de Assis, que considera um dos escritores brasileiros mais "universais".
"O Presidente Lula da Silva aproveitou a comemoração do centenário da morte de Machado de Assis para assinar o decreto naquela que é a casa de Assis (a Academia Brasileira de Letras), fundada por ele", disse o embaixador.
Para Lauro Moreira, as resistências que ainda possam existir ao acordo ortográfico estão praticamente superadas.
"Todas as reformas ortográficas causam polémica, em qualquer época da história do nosso país, provocam reacções adversas porque terá de haver mudança", disse, referindo que o que interessa é a simplificação da língua.
Lauro Moreira lembrou à Lusa que em 1911 foi feita uma reforma ortográfica, simplificando a escrita da língua portuguesa.
"Infelizmente isso só foi comunicado ao Brasil à posteriori, ou seja, não foi negociado com o Brasil e por isso acabámos por ter uma bifurcação daquilo que foi sempre unido: a ortografia em língua portuguesa", disse.
O Brasil ficou então com uma "ortografia antiga e complicada e Portugal ficou com uma moderna", referiu o embaixador.
Lauro Moreira disse estar muito contente pelo acordo ter sido ratificado por Portugal, Brasil, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe.
"O que interessa é que vamos ter a terceira língua mais falada do mundo ocidental, que é uma língua de cultura, de novo a ser escrita", salientou.
Também à margem do colóquio Machado de Assis, o professor e linguista Carlos Reis disse à agência Lusa que a escolha deste dia pelo presidente Lula da Silva para assinar o acordo é "muito significativa e simbolicamente muito emotiva".
"Se Machado de Assis é um grande cultor da língua portuguesa e se nessa língua nós encontrarmos áreas de convergência linguística, cultural, literária, etc., não há melhor do que Machado de Assis para, de alguma maneira, ser o patrono deste gesto de aproximação", contou.
Sobre o colóquio, o professor Carlos Reis referiu ser um ponto de encontro de estudiosos brasileiros e portugueses em torno da obra de Machado de Assis, que considera ser mal conhecido em Portugal.
"Assis é um escritor complexo e extraordinário no sentido em que antecipou no seu tempo o que foi a grande narrativa europeia do século XX. Talvez um dos problemas de Machado de Assis tenha sido estar à frente do seu tempo", frisou.
O Acordo Ortográfico foi aprovado em Dezembro de 1990 por representantes de Portugal, Brasil, S. Tomé e Príncipe, Cabo verde, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, porque Timor-Leste só aderiu em 2004, após a independência da Indonésia.
Para vigorar, tem de estar ratificado por um mínimo de três dos oito países, o que foi alcançado em 2006 com S. Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Brasil, seguidos de Portugal, em Maio passado.
No Brasil o acordo será assinado hoje durante uma sessão solene na sede da Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro.
Agência de Notícias de Portugal, S.A.O compromisso foi assumido depois dos discursos dos Chefes de Estado dos países da CPLP na assembleia-geral da ONU desta quarta-feira, em Nova Iorque, terem merecido tradução simultânea nos oito idiomas oficiais das Nações Unidas, nomeadamente inglês, francês, chinês, russo, árabe e espanhol.
Durante um almoço, esta quarta-feira, os Chefes de Estados dos Estados-membros da CPLP brindaram à ideia do português poder vir a ser a sétima língua oficial das Nações Unidas. «Este almoço de trabalho foi uma reunião histórica», disse o Presidente da República português.
«Foi desenvolvida uma estratégia» para tornar o português numa língua oficial da ONU, que envolve um custo «de alguma dimensão», mas «a importância política é de tal monta que justifica que os países se juntem para suportar os custos», acrescentou Cavaco Silva, recusando-se a revelar os montantes envolvidos.
Tal como o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, o Chefe de Estado português preferiu destacar o impacto desta medida na expansão do português como língua internacional.
A CPLP pretende implementar «o ensino da língua portuguesa dentro da própria Organização das Nações Unidas, algo que é feito por outros países», aumentar o «número de falantes em português que trabalham» naquela organização e levar a cabo «uma maior concertação política entre os Estados-membros», avançou.
Além disso, continuou Cavaco Silva, pensa-se em envolver a «comunidade de povos da língua portuguesa» em operações de paz, «porque será mais fácil impor o português quando esta comunidade for vista como uma comunidade política e cultural».
O Chefe de Estado brasileiro também considerou «importante» o facto da língua portuguesa ser tratada «como língua oficial nas Nações Unidas», já que «não tem sentido nenhum» não o ser.
«Também acho importante que o Brasil faça parte do Conselho de Segurança da ONU, como membro efectivo, porque é um país importante e o maior da América do Sul», acrescentou, lembrando a prioridade da política externa do Brasil.
In http://tsf.sapo.pt
De
Conferências, Workshops, fabulosos espectáculos, muita animação e o "Mercado das 3 Culturas" farão as delícias de todos os visitantes durante aqueles 3 “dias mágicos”.
“Mercado das 3 Culturas”
O “Mercado das 3 Culturas”, palco principal de toda esta actividade, reconstitui a ambiência das vendas daquela época e “deslumbra-nos como um espaço aberto à imaginação e à história”. Para além de estar repleto de fabulosas recriações e animações que interagem com os visitantes, lá se poderá encontrar tudo e mais alguma coisa que se possa imaginar e tenha a ver com o Islão e a sua cultura.
“O público feminino certamente se deixará encantar pela enorme variedade de brincos, pulseiras e colares em prata; pelas pedras semi-preciosas, pelos trabalhos em osso, madeira e demais adereços; pelas jarras, lâmpadas, flores secas, velas, espelhos, vidros, incensos e outros elementos de decoração; pelos sapatos, túnicas, véus, cintos para dança do ventre, peles e tecidos coloridos; pelos sabonetes e perfumes, pelas tatuagens temporárias, pelas louças e tapetes orientais, pelo artesanato egípcio, de Marrocos, dos Himalaias e da Tunísia”.
Artesãos ao vivo
Por outro lado, “os homens adorarão ver os artesãos que trabalham ao vivo, como o ferreiro e o escultor de areia”. “A escrita árabe, a leitura da sina nas mãos, as massagens orientais, o stand de chás e ervas medicinais, os fósseis, as carteiras, malas, cintos e sapatos em pele com design exclusivo e fabricados à mão, as antiguidades e as réplicas de armas serão outros pontos de interesse”. Finalmente, “a oportunidade de tomar uma bebida com os amigos numa envolvente de encantar e com um cenário natural único constituirá outro forte aliciante”.
Espaço infantil
“As crianças vão adorar os livros em miniatura, os tão diferentes e coloridos brinquedos de madeira feitos à mão, a exposição permanente de aves, os passeios de burro e a quinta com animais exóticos e do campo”. “Os fatinhos de dançarina do ventre e os lenços árabes para a cabeça são sempre dos produtos mais procurados”. “Certamente não se esquecerão das gomas, dos torrões, dos chocolates, das tortas e doces de fabrico caseiro”. “Melhor que isto tudo, só mesmo um dia inteiro para brincar no espaço infantil propositadamente criado a pensar neles” – lê-se no referido comunicado autárquico.
Tenda árabe gigante
“Todos juntos, em família, vão visitar a tenda gigante para tomar o verdadeiro chá árabe e por ali provarão gostos e sabores de outras paragens como os kebabs e o polvo assado. Destaque também para os crepes e as tâmaras, o fabrico de fogaças e pão, e a já famosa tenda dos cristãos locais com o suculento porco assado no espeto”. “Para arrematar, uma ginginha ou um licor e a sempre excelsa doçaria conventual”.
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"Não há uma língua portuguesa, há línguas em português" |
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