domingo, 31 de dezembro de 2006

Balanço do ano em Portugal

Ano 2006 - Portugal
Escolas, maternidades, canais de televisão, cursos unversitários, a Festa da Música, fábricas, SCUTs... Uma parte do mundo tal como o conhecíamos desapareceu em 2006. Como se reflectem as mudanças na vida dos portugueses?

Cronologia 2006 - Galeria de fotos

As personalidades e os acontecimentos que marcaram o 2006 en Portugal, reportagem da revista Visão.
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Esquerda.net
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Um ano de crónicas, no Diário de Notícias.

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Dicionário 2006

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Lembrando a matança

Uma das efemérides deste 2006 que passa é o aniversário de 70 anos da Guerra Civil espanhola, um conflito de três anos seguido de uma ditadura de décadas que ainda divide e angustia o povo.
Desde que caiu a ditadura de Franco, os políticos da Espanha aprenderam a não mexer no vespeiro. A Guerra Civil é um bicho complexo: morreu gente à esquerda e à direita, morreram brutalmente e de um lado, do outro, matou-se brutalmente.
Há diferenças: o exército franquista matou por ordem direta do comando, ordens do topo da hierarquia militar; na esquerda, o comando republicano não tinha controle sobre as milícias sindicais e marxistas que se espatifavam em denominações várias. Se os líderes tentavam conter as execuções sumárias clamando por legalidade, não conseguiam quase nunca.
Foi um banho de sangue no qual se destaca a eficiência do time de Franco.
O premiê espanhol José Luís Zapatero decidiu meter a mão no vespeiro. Ele quer o reconhecimento público e oficial não apenas das vítimas da guerra, mas também as da ditadura. Uma lei que apresentou perante o parlamento nomeia um comitê não para acusar assassinos mas para listar os nomes de quem morreu, foi torturado ou preso. Ainda há grandes covas colectivas sendo descobertas no país.

Pedro Dória em No Mínimo

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

domingo, 24 de dezembro de 2006

O céu de Suely



O Céu de Suely- isso é cinema. Cid Nader

Bastante prestigiado e aclamado por seu longa de estréia, “Madame Satã”, o diretor Karim Aïnouz abriu caminhos facilitadores para a apreciação de novas obras suas por parte dos críticos e de uma cinefilia mais “engajada”. Um perigo ser adorado e pré-avaliado por histórico tão curto; por currículo tão exíguo – bastante comum casos sucedidos de “diretor de uma obra só”. Mais ainda – para mim -, pelo fato de seu “mitológico” filme de estréia, não ser merecedor de tantos elogios e divagações com os quais foi agraciado e abençoado. “Madame Satã” tem alguns grandes méritos – evidentes, principalmente, por se tratar de filme inicial -, mas está longe de ser obra excepcional, por um certo medo em sua contextualização definitiva. Pode parecer insano de minha parte impingir a um filme tão “ousado” – ou a seu diretor - a palavra medo: mas é justamente isso o que mais me chamou na atenção ao final, quando constatei – ou imaginei constatar – que a virulência imagética adotada na construção impediu que o contexto da história e do personagem tomasse uma verdadeira posição de importância imprescindível, afastando as razões e “essências” a serem reveladas, e exploradas, de uma visita mais aprofundada, conseqüentemente reveladora, por parte do público, e deixando como marca um verniz um tanto ralo das atuações espalhafatosas e ousadas. O que quero dizer é que toda uma construção formalista muito bem sacada e concretizada se fez de importância superior às motivações, pensamentos e razões de atitudes do famoso bandido homossexual carioca.

Só que Karim jogou ao chão meus temores e confirmou credibilidade àqueles mais entusiasmados do que eu com essa sua nova obra, “O Céu de Suely”. Toda a sua potencialidade, presumível – mais desejada, seria o mais correto - pelo primeiro trabalho, comparece tinindo agora, com um diretor visivelmente mais amadurecido, menos “gratuitamente pirotécnico”, confirmando ser uma das grandes revelações no mundo das artes brasileiras – trabalha em outros setores das artes, também, o moço. O filme é um primor de realização, com suas soluções estéticas bem idealizadas e concluídas, num arremate das idéias emprestadas à trama digno da complexidade da história. Contando com a atuação surpreendente da novata Hermila Guedes e do já conhecido, contido e maravilhoso ator, João Miguel, o diretor já se “garantiu” de cara no importante quesito das atuações, com – também - ajustadíssimas composições dos coadjuvantes, corretos e bem delineados, desde a veterana Marcélia Cartaxo até o pequeno filho de Hermila, que tem suas reações devidamente transferidas e bem utilizadas para a proposta do filme.

Contar a volta do nordestino à sua terra, voltando da grande cidade (São Paulo, no caso), parece ser a grande novidade que um grupo de cineastas da região resolveu tornar mote condutor de suas histórias. Karim foi extremamente feliz quando construiu uma personagem que volta com sinceras esperanças de um recomeço, mas que percebe aos poucos que nada é tão fácil, nunca, que sofrer parece parte inerente da condição humana. Como lidar com isso? A resposta encontrada pelo diretor é de uma singularidade única: quando percebe que seu destino ainda está em fase de formação – longe da acomodação -, Hermila imagina um paraíso muito particular como a solução mais à mão para o período mais breve e próximo. No meio dessas mudanças surge e ganha corpo a figura de João Miguel, que acompanhará a busca de sua amada/pretendida – sim, ela é sua amada – de maneira calma, interrompida uma única vez por um belo momento de “explosão” apaixonada. Os espaços – algo vasto e agressivamente óbvio ao olhar do estrangeiro – grandes e devastados da região são filmados de maneira reverencial, com amplas tomadas de câmera e sutis mudanças na granulação. Já os corpos são filmados de perto, muito próximos, com extrema valorização dos detalhes; como um convite para que fossem tocados por nós.

Um momento em que câmera acompanha – de ré – o caminhar de Hermila e de João, que vem em sua “perseguição”, poderia servir de exemplo concreto para o exercício de “pirotecnia” sem gratuidade. A cena final, grandiosa e demorada em sua conclusão, é bela a não mais poder. E mais, durante o seu transcorrer, oferece à nossa imaginação diferentes possibilidades para seu desfecho, sendo que qualquer uma resultaria maravilhosa, tanto quanto foi maravilhosa a escolhida pelo próprio diretor. Karim Aïnouz já é uma realidade – devo admitir. Cinequanon

Outros sites de cinema no Brasil:
Balanço cinema brasileiro 2006


sábado, 23 de dezembro de 2006

Arte brasileira

Tarsila de Amaral, Autorretrato ou Le Manteau Rouge

Um passeio pela arte brasileira dos séculos XX e XXI


sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Como sentem os animais?


Animais excepcionais é uma interessante página onde aprendemos a conhecer mais profundamente a vida animal e como são tratados pelos seres humanos. Os professores poderão encontrar material para elaborar actividades originais e diversas, entre elas o debate, e introduzir a educação em valores através do ensino do português.

Outros links:
Associação animal
Liga portuguesa dos direitos dos animais



quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Para practicar a língua portuguesa...

... alguns testes divertidos:

Alice - Filme Português enviado para os "Oscares"



Em Cannes já foi distinguido, vamos ver se a Academia de Hollywood lhe reconhece mérito cinematográfico. A salientar uma brilhante banda sonora da autoria do pianista Bernardo Sasseti, tal como a realização de Marco Martins e a interpretação de Nuno Lopes.

Estreia "20,13" de Joaquim Leitão

Sinopse:
"Norte de Moçambique, 24 de Dezembro de 1969. Uma patrulha percorre a picada, de regresso ao aquartelamento, trazendo um prisioneiro. Percebe-se que estão fatigados, que avançam sob um calor sufocante, mas apesar disso, estudam o passo. E não é só por causa do perigo que estão ansiosos por voltar ao quartel, é também porque não é um dia qualquer: estamos nas vésperas de Natal e há festividades em perspectiva. Para que não se sintam tanto as saudades. Uma farra, para iludir a tristeza de estar longe e, por umas horas, tentar esquecer a guerra, "contando" com a trégua tácita, normalmente respeitada no dia de Natal. Mas, desta vez, não será um dia tranquilo. E os primeiros sinais de tensão têm pouco a ver com a guerra. São conflitos privados, que começam com a chegada de um helicóptero, onde, além do capelão que vem celebrar a missa de Natal, vem também uma mulher, a esposa do Capitão. Uma mulher atraente, com uma personalidade forte, e com uma relação muito complicada com o marido. E a quem o Alferes não consegue ficar indiferente, Mas todos fazem um esforço para manter as aparências. Para não estragar a noite de Natal. Que se transforma num pesadelo, pouco depois de começarem as festividades. O prisioneiro é encontrado morto na sua cela. Assassinado. Não se sabe porquê, nem por quem. Depois, subitamente, a escuridão é rompida por uma sucessão de explosões. Em vez da esperada trégua, o quartel é alvo de um ataque violento e prolongado. Durante essa noite, a violência da guerra cruzar-se-á com a violência das paixões, e a coragem para desafiar a morte, com o medo para enfrentar a vida.
E alguns segredos não resistirão ao nascer do dia".
in IOL cinema

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Olhar brasileiro II

Salvador de Bahia
No Natal são muito populares as ofertas de flores para Yemanjá, a Rainha dos Mares. Em ano novo as pessoas fazem seus pedidos e depois vão todas de branco, jogarem flores ao mar.

Quanto nome tem a Rainha do Mar?
Quanto nome tem a Rainha do Mar?

Dandalunda, Janaína,
Marabô, Princesa de Aiocá,
Inaê, Sereia, Mucunã,
Maria, Dona Iemanjá.

Pedro Amorim e Paulo César Pinheiro


Pular 7 ondas no ano-novo

De onde vem a tradição de pular sete ondas no Reveillon?

Esse costume remete às tradições africanas, ligadas à umbanda e ao candomblé, trazidas pelos escravos. O ritual homenageia Iemanjá, dona das águas salgadas. Sete é um número cabalístico, representado por Exu, filho de Iemanjá (são 7 os dias da semana e os chacras). Pular 7 ondas ajudaria a invocar os poderes de Iemanjá, a deusa do mar, que purifica e dá forças para vencer os obstáculos do ano que está por vir. Os sete pulos servem para que os caminhos sejam abertos. Segundo a tradição, na certeza de garantir a futura sorte, jamais dê as costas para o mar após a homenagem.


Djavan

Djavan Caetano Viana nasceu em 1949 em Maceió. De família pobre, aos 16 anos começou a tocar violão, que aprendeu de ouvido. Suas composições adquiriram estilo de grande lirismo e letras com elaborados jogos de imagens. Passou a mesclar diversos gêneros musicais, como samba, funk, musica de viola, baladas e ritmos africanos, e tornou-se sucesso no mercado brasileiro e internacional.

Site Oficial de Djavan
Djavan - Letras de Músicas

Ouvir "Alegre menina"

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Quando um Homem Quiser



A literatura portuguesa tem um poema que há anos me molda o pensamento em relação à época natalícia. Da autoria de Ary dos Santos, celebrizado musicalmente por Paulo de Carvalho e Fernando Tordo, ecoa no meu íntimo como um repto à transformação interior, à consciencialização que não estamos sós e que a solidariedade é uma palavra que se deve pautar por actos. Natal é simplesmente quando um homem quiser... Obrigado Ary dos Santos. Feliz Natal, onde quer que estejas...



"Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher"

Entrevista a Gageiro


Remeto-vos para a entrevista de vida a Gageiro publicada esta semana na "Única", revista suplemento do jornal "Expresso".

Eduardo Gageiro, fotógrafo da Revolução


Eduardo Antunes Gageiro assume-se como um fotógrafo que sempre procurou a diferença e a ruptura com o socialmente instituído. Natural de Sacavém, nascido em 1935, Eduardo Gageiro publicou a sua primeira fotografia aos 12 anos, em 1947, no “Diário de Notícias”, e, passados dez anos, iniciou-se na profissão de repórter fotográfico, no “Diário Ilustrado”. Gageiro trabalhou nas publicações “O Século Ilustrado”, “Eva”, “Almanaque” e “Match Magazine”, foi editor da revista “Sábado” e colaborou com a delegação portuguesa da Associated Press, a Companhia Nacional de Bailado e a Presidência da República. Galardoado com diversos prémios, um pouco por todo o mundo, Eduardo Gageiro ficará para a história como quem captou as imagens mais marcantes da Revolução dos Cravos. Note-se a foto em anexo, na qual Salgueiro Maia, como mais tarde confessou ao jornalista e escritor Fernando Assis Pacheco, morde o lábio para não chorar… esta foto marcou o século XX português graças à lente pertinente e oportuna de Gageiro.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Paco Bandeira- UMA VIDA DE CANÇÕES


Ao longo de mais de trinta anos de carreira, Paco Bandeira tem afirmado o seu nome enquanto um dos mais sólidos representantes da música popular portuguesa, destacando na sua obra um profundo orgulho alentejano e raiano.
Somando sucessos atrás de sucessos, desde um já distante (mas ainda tão presente!) "A Minha Cidade" - onde surgia o tão famoso refrão "Ó Elvas, Ó Elvas ?" - até "Pepe Garcia Moreno", "Fala da Mulher Sozinha", "É Por Isso Que Eu Vivo", "Ceifeira Bonita", "O Sol Do Mendigo", "Minha Quinta Sinfonia" ou "A Ternura dos quarenta", entre muitas outras canções, são uma marca no imaginário musical português.
"Uma Vida De Canções" reúne o melhor da sua carreira e já está disponível para o grande público.


1º Festival Brasileiro de Cinema - Cinema BRASIL

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Do blogue "Horas de culto"

El poeta y traductor portugués José Bento ha sido galardonado con el Premio Luso-Español de Arte y Cultura

El poeta y traductor portugués José Bento ha sido galardonado hoy por unanimidad con el Premio Luso-Español de Arte y Cultura en su primera edición. Este galardón tiene como finalidad distinguir a un autor, pensador, creador o intérprete vivo, o a una entidad sin ánimo de lucro que, a través de su acción en el campo de las artes y la cultura, haya contribuido significativamente al refuerzo de los lazos entre España y Portugal. El premio, dotado con 75.000 euros, entregados a partes iguales por los Ministerios de Cultura de ambos países, tendrá carácter bienal. Está previsto que cada edición se falle en un país mientras la entrega del premio se realiza en el otro. Por lo tanto, José Bento recibirá esta distinción el año próximo (en fecha aún por determinar) en Portugal.

Junto a José Saramago, formaron parte del jurado Álvaro Siza y José Adriano de Carvalho por parte portuguesa y José Luis Borau, Carlos Hernández Pezzi y Clara Janés (que fue quien propuso la candidatura de Bento) por parte española.

LARGA TRAYECTORIA

Según explicó Saramago, José Bento es un nombre casi desconocido para la ciudadanía si bien es sumamente conocido en los círculos poéticos tanto de Portugal como de España. Su destacadísima labor como traductor, desde 1958, de más de 60 obras españolas tanto clásicas como contemporáneas, además de su propia obra como poeta, han sido los principales avales de este escritor. Saramago hizo hincapié en su carácter "tímido y discreto" y resaltó su interés "por toda la poesía en castellano" que le ha llevado así a trabajar "por vocación y amor hacia las letras españolas e hispanoamericanas". Entre los nombres de autores españoles traducidos por Bento figuran, entre otros, San Juan de la Cruz, Santa Teresa de Jesús, Quevedo, Jorge Manrique, Juan Ramón Jiménez, Luis Cernuda, Antonio Machado, Vicente Aleixandre, Miguel Hernández, Francisco Brines, Miguel de Unamuno, Javier Tomeo, Jaime Gil de Biedma, María Zambrano, Gustavo Adolfo Bécquer, Federico García Lorca o Antonio Gamoneda (reciente Premio Cervantes 2006). Pero también Jorge Luis Borges, César Vallejo, Pablo Neruda y Octavio Paz. Saramago, que mostró su interés por denominar este Premio "Hispano-portugués en vez de Luso-Español, para que lo entiendan en Birmania", destacó igualmente la necesidad de dar a conocer a través del galardón, "la obra y el trabajo de aquellos que lo merecen". En este sentido, Carmen Calvo señaló que éste es un momento adecuado para publicar en España la obra completa de José Bento y que "su trabajo y esfuerzo sea mucho más conocido y divulgado". Asimismo, la ministra de Cultura, quien señaló que en esta primera edición se presentaron 21 candidaturas, recordó también que en el departamento que dirige no existe ningún premio de estas características con ningún otro país, "ni siquiera con Francia o Marruecos".

APUNTES BIOGRÁFICOS

José Bento nació en Pardilho (provincia de Aveiro) en 1932. Además de poeta es un destacado traductor de obras españolas de todas las épocas. Sus traducciones suman un total de 62 libros. Uno de los más recientes es una traducción del Quijote al portugués realizada en 2005. Entre sus libros de poemas cabe citar ´Sequencia de Bilbao´ (1978), ´In Memoriam´ (1978), ´O enterro do Señor de Orgaz´ (1986), ´Adagietto´ (1990), ´Silabárico´ (1992), ´Um sossegado Silencio´ (2002), y ´Alguns Motetos´ (2003).
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Noticia relacionada:

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

António Ramos Rosa (reportagem da 2)

Minha adorada língua portuguesa


Minha adorada língua portuguesa,
Tão rica em si mesma e tão fecunda,
Pão sem fermento com que como à mesa
E alegria vital que ainda me inunda,
Desde o bárbaro latim, que vou seguindo
Teu caminho de som, abrindo às almas
Uma nova harmonia singular,
Tão doce e pura ao mesmo tempo que eu
Por ti desço ao inferno e subo ao céu
Pela graça de ouvir e de falar.

Sigo-te, sim, mesmo através da História,
A que só tu pudeste dar sentido,
Porque só tu conservas a memória
Do que já foi e ainda há-de ser vivido.

Tu que abriste em flor nos cancioneiros
Nas queixas doces dos cantares de amigo,
Inventaste essa porta enfeitiçada
Que separa ou une os corações
E que deste os teus frutos verdadeiros
Com Gil Vicente e os versos de Camões,
Língua de blasfémias, de ameaças,
De musicais hipérboles sentidas,
Que rasto singular por onde passas
E que estranho sinal deixas nas vidas!

Tu que atravessaste os desertos
E os mares bravios nunca navegados,
Com palavras que são braços abertos
E que nas bocas rudes e agressivas,
Feitas para gritar e p'ra morder,
Puseste o enxame das palavras vivas
Com que te falam e amam sem saber.

Domingos Monteiro

La III Feria Transfronteriza de Artesanía repite escenario por segundo año consecutivo en la Plaza Alta de Badajoz

Del 13 al 17 de Diciembre en la Plaza Alta de Badajoz.

Por segundo año consecutivo la Plaza Alta de Badajoz acoge del 13 al 17 de este mes la tercera edición de la Feria Transfronteriza de Artesanía que organiza la Diputación Provincial. La primera de las muestras se celebró en junio de 2004 en la Plaza de San Atón. Desde entonces la Feria se instala bajo el resguardo de varias carpas en el espacio emblemático del casco antiguo pacense. Para el presidente de la Diputación, Juan Mª Vázquez, se han querido unir tres variables en la celebración del evento: "al lugar escogido se añaden las fechas navideñas, ideales para compras y regalos, y la promoción y puesta en valor de los artesanos de la provincia". Este año se celebrarán talleres artesanales y participativos para niños y adultos, si bien la mayor parte del espacio se dedica a exhibición y venta de productos artesanales en un mercado permanente con stands dedicados a cerámica y alfarería, vidrio, bordados, madera, metal, esparto, piel y cuero, cosméticos, bisutería y corcho.

sábado, 9 de dezembro de 2006

COISAS DA SÁBADO: UM SIM NO REFERENDO (O Ponto de vista de Pacheco Pereira a propósito do referendo acerca da interrupção voluntária da gravidez)

A propósito da celeuma levantada aqui no blog acerca do post com o cartoon, achei interessante citar o ponto de vista de um dos "opinion makers" mais importante de Portugal. Independentemente do "lado da barricada" é interessante ler.


"Votarei sim no referendo sobre o aborto, sem grandes parangonas morais, sem grandes proclamações sociais, sem certezas absolutas sobre nada, nem sobre a moralidade, nem sobre a liberdade do acto de interromper uma gravidez. Respeito os dilemas dos que votam não, respeito os dilemas dos que votam sim, porque em ambos os lados há a consciência de que o que defrontam é um mal social, uma perturbação a evitar, um momento sempre de uma certa crueldade interior, a da vida aliás. Mas como não acredito em grandes proclamações morais, nem pelo sim nem pelo não, voto sim por um conjunto de razões dispersas, sociais, culturais e filosóficas, que admito que se diga serem de mal menor. Será de mal menor, mas quantas vezes muitas coisas que fazemos são de mal menor? Até no Catecismo da Igreja Católica há várias escolhas de mal menor.E porque, tudo ponderado, as vítimas da situação que hoje existe são as mulheres, sobretudo as mulheres, quase que só as mulheres. Merecem (ou exigem) que os homens que fizeram quase todo o mundo à sua volta, à sua dimensão e ao seu modo, e que entre outras coisas tem esta diferença fundamental que é não engravidarem, lhes dêem uma liberdade que elas sentirão sempre como sendo, no limite, trágica, mas como sendo uma liberdade. No dia do referendo votarei pela segunda vez na vida por género, como homem mais de que como cidadão".

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Uma voz na pedra


Não sei
se respondo ou se pergunto.

Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha ebriedade é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e
de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.

António Ramos Rosa

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

XVI Jornadas Pedagógicas del Programa de Lengua y Cultura Portuguesa

Mérida, 15 al 17 de noviembre de 2006

Inauguración de las Jornadas

En el blog del PLCP Badajoz se pueden ver las fotos de las Jornadas celebradas el mes pasado en las que participaron todas las Comunidades Autónomas que disfrutan del PLCP.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Concorrência de árvores natalinas

Ver notícia
Árvore de Natal no meio da Lagoa no Rio de Janeiro


Ver mais fotos de São Paulo
Árvore de Natal no Parque Ibirapoera, São Paulo


Ver notíciaÁrvore de Natal em Lisboa


Do Blog "Foram-se os anéis"


Um bocadito de história:

A origem da árvore de Natal é data-se entre o segundo e o terceiro milênio A.C. Naquela época, uma grande variedade de povos indo-europeus que estavam se expandindo pela Europa e Ásia consideravam as árvores uma expressão da energia de fertilidade da Mãe Natureza, por isso lhes rendiam culto.

O carvalho foi, em muitos casos, considerado a rainha das árvores. No inverno, quando suas folhas caíam, os povos antigos costumavam colocar diferentes enfeites nele para atrair o espírito da natureza, que se pensava que havia fugido.

A árvore de Natal moderna surgiu na Alemanha e suas primeiras referências datam do século XVI. Foi a partir do século XIX que a tradição chegou à Inglaterra, França, Estados Unidos, Porto Rico e depois, já no século XX, virou tradição na Espanha e na maioria da América Latina.



O aborto visto pelo Papa

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

António Ramos Rosa premiado


O poeta António Ramos Rosa venceu a edição de 2005 do Grande Prémio de Poesia APE/CTT com "Génese", uma obra de poesia já anteriormente distinguida, em Portugal, com dois outros importantes galardões literários.
Esta terceira distinção, hoje anunciada pela Associação Portuguesa de Escritores(APE), que a instituiu, foi atribuída a "Génese" por unanimidade, por um júri constituído por Ana Gabriela Macedo, Ana Paula Arnaut e Manuel Gusmão.
O prémio, no valor de 5.000 euros, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores, é integralmente patrocinado pelos CTT- Correios de Portugal.
Com o mesmo livro, Ramos Rosa Lisboa foi recentemente distinguido com o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava e o Prémio PEN Clube de Poesia, ambos referentes à poesia publicada em 2005.
Curiosamente, os três prémios foram atribuídos por unanimidade e têm a mesma dotação pecuniária: 5.000 euros.
O Prémio Luís Miguel Nava, instituído pela Fundação homónima, foi atribuído ao livro de Ramos Rosa por um júri constituído por quatro elementos da direcção da Fundação - Carlos Mendes de Sousa, Fernando Pinto do Amaral, Gastão Cruz e Paulo Teixeira - e um elemento convidado, o poeta Manuel António Pina, vencedor do galardão em 2003.
O prémio do PEN Clube, por seu lado, foi atribuído por um júri constituído por Carlos Mendes de Sousa, Fernando Pinto do Amaral e Maria João Reynaud.
António Ramos Rosa, de 82 anos, um dos nomes maiores da poesia portuguesa contemporânea, é natural de Faro e autor de obras como "O Incêndio dos Aspectos", "Volante Verde", "O Ciclo do Cavalo", "Acordes" e "As Armas Imprecisas".
Da sua obra ensaística, constam "Poesia, Liberdade Livre" , "A Poesia Moderna e a Interrogação do Real" , "Incisões Oblíquas" , "A Parede Azul" e "As Palavras".
Foi já distinguido com vários prémios nacionais e estrangeiros, entre os quais o Prémio Pessoa, em 1988.

Agência Lusa

Pizarras digitales en los centros públicos de Primaria de Extremadura

Aunque no sea un tema propio del blog, me permito este pequeño gesto para expresar la emoción de haber asistido a una jornada en la que hemos aprendido a usar las pizarras digitales que se están instalando en los centros de primaria extremeños. ¡Qué pasada! En las fotos estamos Nuria y yo disfrutando como niños con este nuevo recurso estupendo que pronto tendrán a su alcance los alumnos y alumnas de primaria de los centros públicos de Cáceres y Badajoz.




sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Restauração da Independência


A Restauração da Independência é um feriado comemorado em Portugal, anualmente, no dia 1 de Dezembro, para assinalar a recuperação da independência nacional face à Espanha em 1640, que durante 60 anos ocupou o país e o oprimiu.
Na origem está a morte de D. Sebastião (1557-1578), na batalha de Alcácer-Quibir, apesar da sucessão do Cardeal D. Henrique (1578-1580), originando uma crise dinástica. Nas Cortes de Tomar de 1581, Felipe II de Espanha é aclamado rei de Portugal. Durante sessenta anos Portugal sofreu o domínio filipino. No dia 1 de Dezembro de 1640, os Portugueses restauraram a sua independência, terminando, desta forma, sessenta anos de dinastia filipina. Muito mais há a dizer sobre estes anos sod a égide de Castela, daí que recomenda-se a consulta de obras de historiadores credíveis, como, por exemplo, José Mattoso.

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Aniversário da Casa Fernando Pessoa


Amanhã, dia 30 de Novembro, a Casa Fernando Pessoa assinala o seu 13º aniversário. Há festa desde as 14h30. Depois do jantar, a partir das 21h30, vão estar na Casa, para lerem textos seus, Manuel António Pina, Pedro Mexia, José Luís Peixoto, Luís Quintais, José Eduardo Agualusa e José Tolentino Mendonça. Depois, ainda, haverá uma ceia. Pelo meio, estarão abertas todas as salas da Casa Fernando Pessoa (poderá ver o original do retrato de Pessoa por Almada Negreiros, na Biblioteca, por exemplo, bem como visitar a biblioteca pessoal do poeta), além do jardim – tudo para visitar. Distribuídas pelos quatro pisos estarão as fotografias da Kameraphoto bem como objectos pessoais & manuscritos dos poetas convidados neste dia. Haverá música, a Rua Coelho da Rocha vai estar iluminada de maneira especial, e todos os visitantes terão direito a um presente de aniversário da Casa. Entrada livre, naturalmente.



De Origem das espécies

IV ENCONTRO DE TEATRO IBÉRICO


O IV Encontro de Teatro Ibérico, iniciativa organizada pelo Cendrev e pelo Fórum de Teatro Ibérico, numa parceria com o Instituto Internacional de Teatro Mediterrâneo, de Madrid ( IITM), realiza-se entre os dias 1 a 9 de Dezembro no Teatro Garcia de Resende.
Os Encontros de Évora têm dedicado uma especial atenção à criação dramatúrgica recente, de Espanha e Portugal, e pretende antes de mais reunir agentes de criação teatral de ambos os países, promovendo intercâmbios, parcerias de criação teatrais, bem como aprofundar o conhecimento mútuo relativamente às realidades teatrais da península.
O programa de espectáculos do Encontro reúne textos de escritores portugueses recentemente levados à cena nos palcos portugueses e espanhóis, Armando Nascimento Rosa, Gonçalo M. Tavares, Jacinto Lucas Pires e Abel Neves. De Espanha chegam-nos as palavras de Juan Pablo Heras e Inmaculada Alvear.
Numa co-produção entre Portugal Espanha e França, cruzam-se as palavras da portuguesa Isabel Medina, do espanhol Pedro Álvarez Ossório e do francês Jean-Luc Paliès, com a apresentação do espectáculo "Fuera, Fora, Dehors".
A abertura deste IV Encontro de Teatro Ibérico faz-se com a nova produção do Cendrev "O Eunuco de Inês de Castro", do escritor eborense Armando Nascimento Rosa, no dia 1 de Dezembro, às 21h30, no Teatro Garcia de Resende.

CENDREV

Teatro Garcia de Resende

Praça Joaquim António de Aguiar

7000-510 Évora

Tel: 266703112

Fax: 266741181

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Maleta viajera

Con motivo de la presentación de la "Maleta literaria viajera" (A mala literária viageira), la biblioteca del Instituto de Educación Secundaria (IES) Maestro Domingo Cáceres de Badajoz acogió el pasado jueves, 16 de noviembre, la conferencia "Viagem pela literatura portuguesa", que corrió a cargo de la profesora de la localidad portuguesa de Vilaviçosa, Ana Rita Ramos.


Según ha informado el centro educativo pacense a través de un comunicado, la "maleta viajera", que es una iniciativa de la Asociación Cultural Extremeño Alentejana y está patrocinada por el Gabinete de Iniciativas Transfronterizas de la Junta de Extremadura, contiene una colección de libros representativos de la literatura portuguesa y permanecerá en la biblioteca del instituto hasta Navidad para uso de los alumnos.

Cabe destacar que a la conferencia en portugués asistieron los alumnos de Lengua Portuguesa de ESO y Bachillerato acompañados de su profesora Fátima Merino.


No hay que olvidar que esta asignatura optativa se imparte en el centro desde 1999, "teniendo gran aceptación entre el alumnado", concluye el centro.
Para los centros españoles, hay una biblioteca ambulante en portugués. Para los centros portugueses, una biblioteca en español. Los centros interesados en disfrutar de esta "Maleta viajera" pueden dirigirse a la Asociación Extremeño-alentejana.

domingo, 26 de novembro de 2006

Surrealismo e Cesariny


Aqui podem ler a Crónica da primeira edição de Ágora, o debate peninsular . Houve um seminário sobre o surrealismo português com a presença do próprio Mário Cesariny

Audio do programa homenagem da RTP a Mário Cesariny en formato Windows Media e em formato Real Player.

Morreu poeta e pintor Mário Cesariny de Vasconcelos


"Pintor e poeta português, natural de Lisboa. A sua formação artística inclui o curso da Escola de Artes Decorativas António Arroio e estudos na área de música, com Fernando Lopes Graça. Mais tarde, viria a frequentar a Academia de La Grande Chaumière, em Paris, cidade onde conheceu André Breton, em 1947. Rapidamente atraído pelas propostas do movimento surrealista francês, tornou-se um dos mais importantes defensores do movimento em Portugal. Ainda nesse ano, integrou o Grupo Surrealista de Lisboa. Cesariny, figura sempre inquieta e questionadora, afastava-se assim, de maneira definitiva, do movimento neo-realista. Passou a adoptar uma atitude estética de constante experimentação, logo visível nas suas primeiras colagens e pinturas informalistas realizadas com tintas de água, e distribuídas no suporte de forma aleatória. Seria este princípio anárquico que conduziria a obra de Cesariny ao longo da sua vida (incluindo a sua produção poética, que o autor considerava construir a partir deste desregramento inicial das suas experiências na pintura). A continuidade da sua prática plástica levá-lo-ia, portanto, a seguir uma corrente gestualista, por vezes pontuada de um corrosivo humor. Dinamizador da prática surrealista em Lisboa, Cesariny iria criar «antigrupos», com a mesma orientação mas questionando e procurando um grau extremo de espontaneidade, tentativa também visível na sua obra poética. Participou, em 1949 e 1950, nas I e II Exposições dos Surrealistas, pólos de atenção de novos pintores, mas ignoradas pela imprensa. Crescentemente dedicado à escrita, Cesariny viria a publicar as obras poéticas Corpo Visível (1950), Discurso Sobre a Reabilitação do Real Quotidiano (1952), Louvor e Simplificação de Álvaro de Campos (1953), Manual de Prestidigitação (1956), Pena Capital (1957), Nobilíssima Visão (1959), Poesia, 1944-1955 (1961), Planisfério e Outros Poemas (1961), Um Auto para Jerusalém (1964), As Mãos na Água a Cabeça no Mar (1972), Burlescas, Teóricas e Sentimentais (1972), Titânia e a Cidade Queimada (1977), O Virgem Negra. Fernando Pessoa Explicado às Criancinhas Naturais & Estrangeiras (1989), e a obra de ficção Titânia (1994). A edição da sua obra não segue linearmente a cronologia da sua produção. Corpo Visível é o volume em que as características surrealistas são já dominantes — em textos anteriores, a denúncia social aproximava-se, por vezes, do neo-realismo, embora já em Nobilíssima Visão esta escola fosse objecto de um olhar crítico. O humor, o recurso ao non-sense e ao absurdo, são marcas da escrita de Cesariny, de uma ironia por vezes violenta, que incide sobre figuras e mitos consagrados da cultura portuguesa e ocidental. Da sua obra escrita sobre a temática do surrealismo, que analisou e teorizou em vários textos, fazem parte A Intervenção Surrealista (1958), a organização e autoria parcial da Antologia Surrealista do Cadáver Esquisito (1961), a antologia Surreal-Abjection(ismo) (1963), Do Surrealismo e da Pintura (1967), Primavera Autónoma das Estradas (1980) e Vieira da Silva – Arpad Szènes, ou O Castelo Surrealista (1984)".
Mário Cesariny morreu hoje de madrugada, em sua casa, na cidade de Lisboa, cerca das 05:30, aos 83 anos, e foi sem dúvida uma perda para a cultura lusófona. Fica para a posteridade a sua obra incontornável.
"Eu, Sempre..."
Eu sempre a Platão assisto.
Pessoalmente, porém, e creia que não
Tenho qualquer insuficiência nisto,
Sou um romano da decadência total,
Aquela do século IV depois de Cristo,
Com os bárbaros à porta e Júpiter no quintal.
Mário Cesariny

sábado, 25 de novembro de 2006

XXII Cimeira Ibérica



O primeiro-ministro, José Sócrates, e o presidente do Governo espanhol, José Luís Zapatero, reuniram-se esta sexta-feira, em Badajoz, no início da XXII Cimeira Luso Espanhola, marcada pelos temas da União Europeia, imigração, ciência e energia.Os governos de Sócrates e Zapatero encontraram-se no Museu Arqueológico de Badajoz, onde tem lugar a reunião plenária. Pela parte do Governo português, além de José Sócrates, viajaram para a capital da Extremadura espanhola mais oito ministros responsáveis pelas áreas da Administração Interna, dos Negócios Estrangeiros, da Defesa Nacional, da Economia, do Ambiente, do Trabalho, da Saúde e da Ciência. Paralelamente ao encontro entre Sócrates a Zapatero, esta sexta-feira, os ministros tiveram reuniões sectoriais com os homólogos espanhóis. "Os temas que marcarão a presidência portuguesa da União Europeia [segundo semestre de 2007] estarão presentes em todas as reuniões desta cimeira Luso-Espanhola", sublinhou um colaborador do Governo de Lisboa, adiantando que as prioridades do Estado Português, no âmbito da política externa, "passam pelo aprofundamento das relações União Europeia com África e América Latina". Definir posições em questões de interesse comumNa sequência da cimeira de Évora, no ano passado, em que Portugal e Espanha acordaram em instalar em Braga o Laboratório Internacional de Nanotecnologia, os dois governos querem agora em Badajoz fazer um ponto da situação da decisão então tomada e preparam-se para aprovar o processo de instalação desta valência científica. Na cimeira de Badajoz vão merecer ainda destaque os temas do combate à imigração clandestina e controlo dos fluxos migratórios - ponto em que os governos de Lisboa e de Madrid se têm batido junto de Bruxelas a favor de uma política europeia de imigração. Mercado Ibérico de EnergiaO tema mais delicado entre Portugal e Espanha, a debater ao longo dos dois dias de cimeira, é o do aprofundamento do Mercado Ibérico da Energia. O secretário de Estado da Indústria e da Inovação, Castro Guerra, afirmou esperar que a cimeia Luso-Espanhola se traduzisse "num consenso sobre as interligações eléctricas" em torno da necessidade de "introduzir mais energia no mercado" dos dois países". Com Lusa