domingo, 26 de abril de 2015

Blogue "The Delagoa Bay World"

A Baixa de Lourenço Marques, anos 1960. No topo a Fazenda. À direita, pode-se ver parte da Fortaleza. Em primeiro plano a sede do BNU e ao lado a Casa Coimbra. Mais acima a esquina entre as Avenidas da República (agora 25 de Setembro) e Dom Luiz (agora Samora Machel). 



Dei por acaso com este blogue, The Delagoa Bay World, e embora a última mensagem publicada seja de 27 de abril de 2014, acho interessante mergulhar nele. De que é que trata? Eis as palavras do autor:


SOBRE ESTE BLOGUE

O The Delagoa Bay World é um de três blogues que vou mantendo, buscando reunir imagens e informações que permitam a quem tenha interesse, poder ver imagens e conhecer melhor a realidade actual e passada de Moçambique. Sendo um blogue de assinatura, é um trabalho que reflecte décadas de interesse pessoal nos tópicos abordados, criado para partilhar esse interesse com quem o visite.

Os outros dois blogues são o The Delagoa Bay Company, sobre desporto em Moçambique (de momento muito enfocado no período antes da Independência de Moçambique, mas sem essa restrição) e o The Delagay Bay Blog, um blogue mais diversificado de comentário da actualidade moçambicana, portuguesa e mundial.

Todos os seus conteúdos podem ser partilhados, mediante consulta do seu índice, ou através de um motor de pesquisa, pedindo apenas que seja referenciada a sua origem para maior precisão, e podem ser comentados directamente. O contacto directo é bcaluanda@gmail.com

No seu conjunto, são uma modesta homenagem ao país onde nasci e cresci e a um povo que aprendi a respeitar e cujo destino sempre acompanhei com interesse.

António Botelho de Melo





Rita Hayworth no aeroporto do Lumbo, na Ilha de Moçambique




quinta-feira, 23 de abril de 2015

Cinemateca celebra 25 de abril com exibição de filmes censurados



Cinemateca celebra 25 de abril com exibição de filmes censurados


Comédias, melodramas e produções dos Estúdios Disney estão entre os filmes censurados pela ditadura em Portugal, que a Cinemateca exibe por inteiro para assinalar o 25 de abril, num ciclo que também revela os cortes a que foram sujeitos.

No próximo sábado, 25 de abril, numa sessão destinada aos mais pequenos, a Cinemateca Júnior exibe “A Dama e o Vagabundo”, de Clyde Geronimi e Wilfrred Jackson, um “clássico da animação” dos Estúdios Disney, de 1955. Nesta sessão, que se inicia às 10h00, no Palácio Foz, serão apresentados os cortes feitos pela Comissão de Censura, para a estreia do filme em Portugal, a 28 de setembro de 1955.

A partir das 12h00, a Cinemateca Portuguesa, na rua Barata Salgueiro, apresenta “Capitães de Abril”, filme realizado pela atriz, cineasta e cantora portuguesa Maria de Medeiros, na passagem dos 25 anos do 25 de Abril, que retrata as 24 horas que antecederam e acompanham o golpe militar, que pôs fim à ditadura salazarista.

A programação do próximo sábado acompanha o ciclo “Censura: os Cortes e os Filmes”, que a Cinemateca tem em curso, dedicado a alguns dos filmes que foram “vítimas do lápis azul”, durante a ditadura do Estado Novo.

Até ao próximo dia 30, a Cinemateca exibe ainda “Rocco e seus irmãos”, de Luchino Visconti, “Duas horas na vida de uma mulher”, de Agnés Varda, “Nós, mulheres”, de Gianni Franciolini, Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Luigi Zampa e Alfredo Guarini, “Um rei em Nova Iorque”, de Charles Chaplin, e ainda “Uma mulher estranha”, de Edgar G. Ulmer.

Em cada sessão, em complemento dos filmes, são apresentados os cortes efetuados pela comissão de censura.

Este ciclo iniciou-se no passado dia 01 de abril e já apresentou filmes como “Pinóquio”, de Ben Sharpsteen e Hamilton Luske, ou “Cem anos de amor”, de Lionello de Felice, também eles visados e censurados durante a ditadura.

Os filmes “refletem alguns dos temas objeto de proibição e alguns dos condicionalismos e particularidades do processo de censura ao cinema”, que determinaram a sua aprovação, mas com cortes, como destaca a Cinemateca em comunicado.

A posição face ao nazismo alemão, em “Esta terra é minha”, de Jean Renoir, estreado em 1943, mas apenas exibido em Portugal dez anos mais tarde, ou ao comunismo, em “Um Rei em Nova Iorque”, de Charles Chaplin, assim como as questões morais presentes em “Um Mulher Estranha” e “Rocco e seus Irmãos”, foram determinantes para os cortes efetuados nestes filmes.

A Cinemateca esclarece que este ciclo não inclui obras “cuja exibição foi proibida até à revolução”, concentrando-se num conjunto de produções estrangeiras que, “tendo estreado antes de abril de 1974″, foram sujeitas “a prévias amputações”.


(Movenotícias)


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Morreu hoje Manoel de Oliveira



Morreu Manoel de Oliveira. Como queria, filmou até ao fim

Sérgio C. Andrade
02/04/2015 - 13:08

Em 2010, num artigo para o PÚBLICO, em "defesa do cinema português", escreveu que pensava nas condições cada vez mais difíceis dessa coisa de fazer filmes em Portugal. Que pensava nos seus colegas.

"Eles, como eu, sempre viveram na precariedade e na insegurança, sem reforma nem subsídio de desemprego, e sem nunca sabermos se não estaremos a fazer o nosso último filme. Eles, como eu, só temos um desejo: todos ambicionamos morrer a fazer filmes." Morreu esta manhã o realizador Manoel de Oliveira. Tinha 106 anos. Morreu em casa, soube o PÚBLICO junto de fonte próxima da família.

Quando, jovem de 20 anos, começou a frequentar os meios do cinema, este dava ainda os primeiros passos como nova forma de expressão artística, mesmo se com a energia inovadora da narrativa de um David W. Griffith, do expressionismo alemão de um Wilhelm F. Murnau, ou do realismo soviético de um Sergei M. Eisenstein. Em 1928, matriculou-se na Escola de Actores de Cinema fundada no Porto pelo realizador italiano Rino Lupo, e faz uma pequena figuração no seu filme Fátima Milagrosa. Era o hobby de um jovem dandy, que por esses anos se entretinha também a praticar atletismo e a desafiar a gravidade no trapézio do Teatro-Circo Carlos Alberto.


A notícia completa no Público