segunda-feira, 31 de outubro de 2011

V JORNADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA E CULTURA LUSÓFONA



V JORNADAS 

DE LÍNGUA PORTUGUESA E CULTURA LUSÓFONA



Mérida, Sábado 19 de novembro de 2011.
Salón de actos del Centro universitario de Mérida

9:30h – Recepção dos participantes e entrega da documentação.
10:00h – Inauguração das Jornadas.
10:30h – Conferencia de Catia Miriam Costa (Doutoranda da Universidade de Évora)
11:30h – Intervalo para café.
12:00h – Apresentação do escritor luso-caboverdiano Joaquim Arena.
13:15h – Apresentação do livro Historia de la Literatura Portuguesa, por Mª Jesús Fernández
13:30h - Apresentação do dossier de imprensa: O ensino de português na Extremadura.

14:00h – Almoço.

16:00h – Oficina de Marta Lança.

18:00h – Oficina de percussão con Iván Sanjuán.

19:00h – Encerramento e apresentação de conclusões. Assembleia da APPEX.


Inscrições /Inscripciones

Cumplimentar y enviar a / Preencher e enviar a  appex.dir@gmail.com



FICHA DE INSCRIPCIÓN / FICHA DE INSCRIÇÃO


Nombre y apellidos / Nome e apelidos: ___________________________________

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Dirección / Endereço: _____________________________________________________________

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Teléfono / Telefone: _____________ E-mail: ______________________________

Profesión / Profissão: ________________________________________________


 □ Asistiré a la comida*  /   Assistirei ao almoço*

 * El precio de la comida se pagará en el momento de la entrega de la documentación. / O preço do almoço será pago no momento da entrega da documentação. (10€)




quinta-feira, 6 de outubro de 2011

"Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa" (Clarice Lispector)



Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo.

Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la – como gostava de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope.

Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança da língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.

Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega.

Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida.


Clarice Lispector