Os oito Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) acordaram, esta quarta-feira, pela primeira vez, em dar os passos necessários para que a língua portuguesa se torne numa língua de trabalho na Organização das Nações Unidas.
O compromisso foi assumido depois dos discursos dos Chefes de Estado dos países da CPLP na assembleia-geral da ONU desta quarta-feira, em Nova Iorque, terem merecido tradução simultânea nos oito idiomas oficiais das Nações Unidas, nomeadamente inglês, francês, chinês, russo, árabe e espanhol.
Durante um almoço, esta quarta-feira, os Chefes de Estados dos Estados-membros da CPLP brindaram à ideia do português poder vir a ser a sétima língua oficial das Nações Unidas. «Este almoço de trabalho foi uma reunião histórica», disse o Presidente da República português.
«Foi desenvolvida uma estratégia» para tornar o português numa língua oficial da ONU, que envolve um custo «de alguma dimensão», mas «a importância política é de tal monta que justifica que os países se juntem para suportar os custos», acrescentou Cavaco Silva, recusando-se a revelar os montantes envolvidos.
Tal como o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, o Chefe de Estado português preferiu destacar o impacto desta medida na expansão do português como língua internacional.
A CPLP pretende implementar «o ensino da língua portuguesa dentro da própria Organização das Nações Unidas, algo que é feito por outros países», aumentar o «número de falantes em português que trabalham» naquela organização e levar a cabo «uma maior concertação política entre os Estados-membros», avançou.
Além disso, continuou Cavaco Silva, pensa-se em envolver a «comunidade de povos da língua portuguesa» em operações de paz, «porque será mais fácil impor o português quando esta comunidade for vista como uma comunidade política e cultural».
O Chefe de Estado brasileiro também considerou «importante» o facto da língua portuguesa ser tratada «como língua oficial nas Nações Unidas», já que «não tem sentido nenhum» não o ser.
«Também acho importante que o Brasil faça parte do Conselho de Segurança da ONU, como membro efectivo, porque é um país importante e o maior da América do Sul», acrescentou, lembrando a prioridade da política externa do Brasil.
In http://tsf.sapo.pt
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