25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
0 dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Revolução
Como casa limpa
Como chão varrido
Como porta aberta
como puro inícío
como puro inícío
Como tempo novo
Sem mancha nem vício
Como a voz do mar
Como a voz do mar
Interior de um povo
Como página em branco
Onde o poema emerge
Como arquitectura
Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação
Sophia de Mello Breyner
2 comentários:
Eu pergunto-me:
Onde foram os sonhos da revolução?
Nieves,
Acho que os sonhos da revolução eram, no fundo, apenas um, resumido na palabra de "liberdade". Naquela altura eu vivia em Portugal e, embora criança, lembro-me do medo por poder exprimir os próprios pensamentos, da leitura clandestina de livros proibidos no país, dos familiares a irem para Angola ou Moçambique durante vários anos, da censura em tudo o que referia cultura, etc, etc...
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