Na voz do próprio autor, Carlos Drummond de Andrade, ouvimos o poema "Consolo na praia":
Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?
A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.
3 comentários:
Belo poema... ainda bem que tu me vais ajudando a manter-me a par de boa poesia...
A vida às vezes leva-nos mais para a prosa e nos últimos anos tem sido assim...
Obrigado amigo Pedro pelas pérolas que partilhas connosco.
Aquele abraço,
Luis
Meu caro Luís, bons versos como estes são vitaminas para o espírito, e cá pela voz do próprio autor, o que mais se pode pedir?
Olá!
Um autor brasileiro excelente.É um poema que nos enche a alma e o coração de emoção.
Aproveito e deixo um convite: Participe na blogagem de Maio do blog www.aldeiadaminhavida.blogspot.com. O tema é:”Vamos ao Museu”. Basta escrever 1 texto de máximo 25 linhas, 1 foto, o título e o link do blog para aminhaldeia@sapo.pt até dia 8/05. Pode falar sobre o seu museu preferido ou monumento… Há boa disposição e prémios!
Abraço
Lena
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