A Nicola saúda as comunidades portuguesas ao longo desse mundo fora adocicando a saudade no seu café… Sem dúvida um sabor de Portugal e uma simpática maneira de fazer publicidade. Não é a “mística do instante” dos pacotes de açúcar da Delta mas faz boa companhia.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
É duro ter coração mole (Alice Ruiz)
Fotografia de Junior Amo Jr
É DURO TER CORAÇÃO MOLE
Por favor
não me aperte tanto assim
tenha cuidado, pega leve
olha onde pisa
isso é meu coração
meu ganha-pão
instrumento de trabalho,
meio de vida, profissão
meu arroz com feijão
meu passaporte
para qualquer parte
para qualquer arte
não machuque esse meu coração
preciso dele
para me levar a Marte
sem sair do chão
não me aperte
não machuque
tome cuidado
eu vivo disso
poesia, sonhos
e outras canções
sem emoção
morro de fome
sinto muito
mas não há nada
que eu possa fazer
sem coração
Alice Ruiz
não me aperte tanto assim
tenha cuidado, pega leve
olha onde pisa
isso é meu coração
meu ganha-pão
instrumento de trabalho,
meio de vida, profissão
meu arroz com feijão
meu passaporte
para qualquer parte
para qualquer arte
não machuque esse meu coração
preciso dele
para me levar a Marte
sem sair do chão
não me aperte
não machuque
tome cuidado
eu vivo disso
poesia, sonhos
e outras canções
sem emoção
morro de fome
sinto muito
mas não há nada
que eu possa fazer
sem coração
Alice Ruiz
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Olá amigos,
A APPEX, seguindo decisão da assembleia do mês de novembro decidiu enviar uma carta à Consejería de Educación da Extremadura para pedir uma atenção especial e merecida para o português, uma vez que tanto se pretende que venha a ser segunda língua na região da Euroace.
Pois aqui vai a carta para conhecimento dos amantes do português na Extremadura!
A APPEX, seguindo decisão da assembleia do mês de novembro decidiu enviar uma carta à Consejería de Educación da Extremadura para pedir uma atenção especial e merecida para o português, uma vez que tanto se pretende que venha a ser segunda língua na região da Euroace.
Pois aqui vai a carta para conhecimento dos amantes do português na Extremadura!
domingo, 23 de novembro de 2014
VIII Jornadas de Língua e Cultura Lusófona em Cáceres
Acho que devemos dar os parabéns aos nossos colegas da EOI de Cáceres e ao CPR local pela maravilhosa organização da Jornada da APPEX deste ano. Um sucesso: casa cheia, palestras práticas e motivadoras, almoço-convívio original, apesar dos desencontros com a ideia original e uma boa dose de bom humor e, sobretudo de grande hospitalidade...
Para vos deixar com vontade de mais... que para o ano será, como sempre lá para o fim do ano... deixo-vos umas fotos do evento.
E para os sócios, recordar que em abril haveremos de conseguir essa imersão entre colegas que, não tenho dúvida, será outro êxito|
Inauguração Oficial da Jornada
A nossa amiga Teresa Ferreira e a casa, nesse momento, ainda quase cheia...
Retratos literatos... a palestra de Teresa Ferreira.
Um dia em cheio que só podia acabar com um maravilhoso passeio pela cidade de Cáceres. Com guia e animação, uma ideia original dos organizadores que, em Português, nos fez reviver os tempos medievais do ambiente cacereño.
Acho que devemos dar os parabéns aos nossos colegas da EOI de Cáceres e ao CPR local pela maravilhosa organização da Jornada da APPEX deste ano. Um sucesso: casa cheia, palestras práticas e motivadoras, almoço-convívio original, apesar dos desencontros com a ideia original e uma boa dose de bom humor e, sobretudo de grande hospitalidade...
Para vos deixar com vontade de mais... que para o ano será, como sempre lá para o fim do ano... deixo-vos umas fotos do evento.
E para os sócios, recordar que em abril haveremos de conseguir essa imersão entre colegas que, não tenho dúvida, será outro êxito|
Inauguração Oficial da Jornada
A nossa amiga Teresa Ferreira e a casa, nesse momento, ainda quase cheia...
Retratos literatos... a palestra de Teresa Ferreira.
Raquel Gafanho trouxe-nos A HORA DO CONTO.PT
E Joana Castaño partilhou connosco umas quantas estratégias didáticas.
Um dia em cheio que só podia acabar com um maravilhoso passeio pela cidade de Cáceres. Com guia e animação, uma ideia original dos organizadores que, em Português, nos fez reviver os tempos medievais do ambiente cacereño.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
terça-feira, 11 de novembro de 2014
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Mais um diálogo d' 'A Livreira Anarquista'
Diálogos Surreais
Freguês: Tem Florbela Espanca?
Livreira Anarquista: Sim, temos aqui uma nova edição d'os Sonetos...
Freguês: Pois...os sonetos....mas não tem de versos?
(A Livreira Anarquista)
Domínio Público - Brasil
Uma bela biblioteca digital, desenvolvida em software livre, e parece que ainda é viva. Imaginem um lugar
onde podemos, por exemplo...
Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;
Escutar músicas em MP3 de alta qualidade;
Ler poesia de Fernando Pessoa
Ler obras de Machado de Assis ou a Divina Comédia;
Ter acesso às melhores historias infantis e vídeos da TV ESCOLA
·
E muito mais...
Esse lugar existe!
O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso, bastando acessar o site: www.dominiopublico.gov.br
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Nascidos em Portugal, residentes noutros países
Um milhão de pessoas nascidas em Portugal reside noutro país da União
Ana Cristina Pereira
16/06/2014 - 08:00
França, Luxemburgo e Alemanha destacam-se como velhos destinos. Suíça, Reino Unido e Espanha como novos.
(Diário Público)
quarta-feira, 5 de março de 2014
O doce diferido (Miguel Esteves Cardoso)
O doce diferido
Dizem que se é adulto quando se consegue lidar com a gratificação adiada. Ser-se infantil, em contrabirra, é querer tudo já e logo e imediatamente.
Mais adulto ainda é agradecer o adiamento. Quando eu era jovem ficava até às tantas a ver os óscares em directo. Há um lustro deitava-me e ficava a saber tudo pelos jornais da manhã.
Anteontem, finalmente, ganhei juízo. Vimos a passadeira vermelha na cama (percebendo que os actores andam às voltas, como num carrocel, na esperança que alguém os apanhe para uma entrevista) e às duas da manhã já estávamos a dormir.
No dia seguinte, ontem, fizemos gazeta. Não vimos jornais nem abrimos o mail nem falámos com ninguém que soubesse quem tinha ganho. Foi mais difícil do que pensávamos. Pusemo-nos a ver a cerimónia como se estivéssemos a assistir à transmissão.
As directas da juventude são substituídas pelos diferidos da maturidade. Eis o momento mais adulto: interrompemos os óscares para ir almoçar, longamente, à beira-mar. É verdade. Aguentámos muito bem o suspense e até à desastrosa escolha de melhor filme (para o 12 Anos Escravo) ainda tínhamos esperança que pudesse ganhar o Nebraska.
Os filmes eram reles mas a Ellen DeGeneres teve piada e o show pós-óscares de Jimmy Kimmel, com Kevin Spacey genial, foi o melhor de sempre. Da conversa geral da noite aprendi que os filmes "recordam-nos o que é sermos humanos". Isto no caso de não sermos um dos desgraçados que não conseguem esquecer-se dessa condição.
Miguel Esteves Cardoso
(Público, 4 de março de 2014)
Mais adulto ainda é agradecer o adiamento. Quando eu era jovem ficava até às tantas a ver os óscares em directo. Há um lustro deitava-me e ficava a saber tudo pelos jornais da manhã.
Anteontem, finalmente, ganhei juízo. Vimos a passadeira vermelha na cama (percebendo que os actores andam às voltas, como num carrocel, na esperança que alguém os apanhe para uma entrevista) e às duas da manhã já estávamos a dormir.
No dia seguinte, ontem, fizemos gazeta. Não vimos jornais nem abrimos o mail nem falámos com ninguém que soubesse quem tinha ganho. Foi mais difícil do que pensávamos. Pusemo-nos a ver a cerimónia como se estivéssemos a assistir à transmissão.
As directas da juventude são substituídas pelos diferidos da maturidade. Eis o momento mais adulto: interrompemos os óscares para ir almoçar, longamente, à beira-mar. É verdade. Aguentámos muito bem o suspense e até à desastrosa escolha de melhor filme (para o 12 Anos Escravo) ainda tínhamos esperança que pudesse ganhar o Nebraska.
Os filmes eram reles mas a Ellen DeGeneres teve piada e o show pós-óscares de Jimmy Kimmel, com Kevin Spacey genial, foi o melhor de sempre. Da conversa geral da noite aprendi que os filmes "recordam-nos o que é sermos humanos". Isto no caso de não sermos um dos desgraçados que não conseguem esquecer-se dessa condição.
Miguel Esteves Cardoso
(Público, 4 de março de 2014)
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
RTP: O nascimento da Emissora Nacional
RTP: O nascimento da Emissora Nacional. As primeiras emissões da Emissora Nacional. Um artigo para ouvir no Ensina no Dia Mundial da Rádio
Ensina RTP.
Ensina RTP.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Uma questão de costumes (Fernando Campos)
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Surge Janeiro frio e pardacento (José Régio)
Atuais estes versos de José Régio. É só mudar as quantias
Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o pequeno “sacrifício”
De trinta contos – só! – por seu ofício
Receber, a bem dele… e da nação.
José Régio, 1969
(Obrigado ao Luís Neves, que me deu a conhecer este soneto)
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o pequeno “sacrifício”
De trinta contos – só! – por seu ofício
Receber, a bem dele… e da nação.
José Régio, 1969
(Obrigado ao Luís Neves, que me deu a conhecer este soneto)
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Se (Alexandre O'Neill)
SE...
Se é possível conservar a juventude
Respirando abraçado a um marco do correio;
Se a dentadura postiça se voltou contra a pobre senhora e a mordeu
Deixando-a em estado grave;
Se ao descer do avião a Duquesa do Quente
Pôs marfim a sorrir;
Se Baú-Cheio tem acções nas minas de esterco;
Se na América um jovem de cem anos
Veio de longe ver o Presidente
A cavalo na mãe;
Se um bode recebe o próprio peso em aspirina
E a oferece aos hospitais do seu país;
Se o engenheiro sempre não era engenheiro
E a rapariga ficou com uma engenhoca nos braços;
Se reentrante, protuberante, perturbante,
Lola domina ainda os portugueses;
Se o Jorge (o "ponto" do Jorge!) tentou beber naquela noite
O presunto de Chaves por uma palhinha
E o Eduardo não lhe ficou atrás
Ao sair com a lagosta pela trela;
Se "ninguém me ama porque tenho mau hálito
E reviro os olhos como uma parva";
Se Mimi Tavessuras já não vem a Lisboa
Cantar com o Alberto...
...Acaso o nosso destino, tac, vai mudar?
Alexandre O'Neill
No Reino da Dinamarca (1958)
Se é possível conservar a juventude
Respirando abraçado a um marco do correio;
Se a dentadura postiça se voltou contra a pobre senhora e a mordeu
Deixando-a em estado grave;
Se ao descer do avião a Duquesa do Quente
Pôs marfim a sorrir;
Se Baú-Cheio tem acções nas minas de esterco;
Se na América um jovem de cem anos
Veio de longe ver o Presidente
A cavalo na mãe;
Se um bode recebe o próprio peso em aspirina
E a oferece aos hospitais do seu país;
Se o engenheiro sempre não era engenheiro
E a rapariga ficou com uma engenhoca nos braços;
Se reentrante, protuberante, perturbante,
Lola domina ainda os portugueses;
Se o Jorge (o "ponto" do Jorge!) tentou beber naquela noite
O presunto de Chaves por uma palhinha
E o Eduardo não lhe ficou atrás
Ao sair com a lagosta pela trela;
Se "ninguém me ama porque tenho mau hálito
E reviro os olhos como uma parva";
Se Mimi Tavessuras já não vem a Lisboa
Cantar com o Alberto...
...Acaso o nosso destino, tac, vai mudar?
Alexandre O'Neill
No Reino da Dinamarca (1958)
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