Primeira conversa, ouvida na FNAC do Chiado:
Primeiro adolescente: "Meu, como é que tá o teu velho, tá melhor?"
Segundo adolescente: "Tá fixe, já tá em casa, mas foi uma cena muita má, ainda tem que ficar na cama assim um coche..."
Primeiro adolescente: "Uma cena do coração, não foi?"
Segundo: "Iá... muita mau, meu... podia ter quinado, sabes? A minha velha ia-se passando!"
Primeiro adolescente: "Iá... Comprastes o quê? O que é que comprastes?"
"Um DVD de wrestling, curto bué, ponho-me a fazer com o meu irmão lá em casa e tudo, ganda loucura, nem te digo, quase que partimoze tudo!"
"Fizestes os trabalhos de casa? Fizestes aquilo da Matemática?"
Segunda conversa, ouvida na esplanada de um restaurante de um centro comercial de Lisboa:
Primeiro jovem: "Ontem fui ao Meco... estava um ondão! Andava lá um maluco a surfar..."
Segundo jovem: "Quem era? Conhecia-ze-o?"
Primeiro jovem: "Estava um ondão... e o maluco a surfar..."
Segundo jovem: "Era um campeão?"
Primeiro jovem: "Sei lá... ganda maluco."
Terceiro jovem: "Está aqui no jornal aquele hotel muita caro na Arábia onde esteve o Figo."
Primeiro jovem: "É de seis estrelas! Até jantas num submarino!"
Terceiro jovem: "Eu se lá tivesse era só mandá-las entrar! Só mandá-las entrar!"
Primeiro jovem: "Bora ao Meco no feriado! Diz ao bacano pra vir tamém. Achas que o bacano vem?"
Segundo jovem: "Não sei, tem lá a família toda em casa, vieram do Canadá."
Terceiro jovem: "Lá agora é férias deles?"
Segundo jovem: "É pá, manda -me esse toque, curto bué..."
Primeiro jovem: "Ontem estava um ondão..."
Terceiro jovem: "Devia ser feriado era todos os dias."
Terceira conversa, ouvida na rua, no centro de Lisboa:
Rapariga: "Óla ali um tásse vazio, mandó parar!"
Rapaz: "Olha o spide do man, não pára nada, hehe, vai maluco! Ganda maluco!"
Rapariga: "Da-se, Fábio. Qual é a tua, pá? Já vou atrasada, da-se!"
Rapaz: "Da-se, Vânia, não viste o spide dele? Não viste? Esta chavala, da-se..."
Rapariga: "Os meus pais vão flipar, Fábio... pá!"
Rapaz "Oh... dasssse, Vânia!..."
Fernando Pessoa/Bernardo Soares escreveu: "A minha pátria é a língua portuguesa." Cada vez que abrem a boca, os portugueses estão a dar cabo da pátria.
Fonte: Diário de Notícias
1 comentário:
Apesar de nao gostar do rumo que o português está a tomar, reconheço que estamos perante a evoluçao típica desta sociedade da globalizaçao. Nao creio que estejamos a dar cabo do português, mas sim a actualizá-lo. O que ainda nao posso conceber sao algumas das propostas apresentadas no novo acordo ortográfico... evoluçao nunca deve ser perda de identidade e de variantes, pois isso também é uma riqueza em qualquer idioma.
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