quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Lembrando a matança

Uma das efemérides deste 2006 que passa é o aniversário de 70 anos da Guerra Civil espanhola, um conflito de três anos seguido de uma ditadura de décadas que ainda divide e angustia o povo.
Desde que caiu a ditadura de Franco, os políticos da Espanha aprenderam a não mexer no vespeiro. A Guerra Civil é um bicho complexo: morreu gente à esquerda e à direita, morreram brutalmente e de um lado, do outro, matou-se brutalmente.
Há diferenças: o exército franquista matou por ordem direta do comando, ordens do topo da hierarquia militar; na esquerda, o comando republicano não tinha controle sobre as milícias sindicais e marxistas que se espatifavam em denominações várias. Se os líderes tentavam conter as execuções sumárias clamando por legalidade, não conseguiam quase nunca.
Foi um banho de sangue no qual se destaca a eficiência do time de Franco.
O premiê espanhol José Luís Zapatero decidiu meter a mão no vespeiro. Ele quer o reconhecimento público e oficial não apenas das vítimas da guerra, mas também as da ditadura. Uma lei que apresentou perante o parlamento nomeia um comitê não para acusar assassinos mas para listar os nomes de quem morreu, foi torturado ou preso. Ainda há grandes covas colectivas sendo descobertas no país.

Pedro Dória em No Mínimo

1 comentário:

Lusofolia disse...

Para completar esta entrada, de lectura imprescindible es el interesantísimo artículo de Edward Malefakis en El País Domingo titulado "Lo
que falta para terminar la guerra civil
". Este artículo es como un algodón empapado en alcohol para limpiar la vieja herida sangrante, aplicada a los desencadenantes del terrible conflicto en los dos bandos.

De destacar algunas frases como estas:

"Las insensateces de los revisionistas son poco importantes; su popularidad actual es un fenómeno pasajero".

"...aunque los franquistas ganaron la guerra militarmente, hace ya mucho que los republicanos la ganaron moralmente..."