segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Ondjaki

Ondjaki, nasceu em Luanda, em 1977.
Interessa-se pela interpretação teatral e pela pintura (duas exposições individuais, em Angola e no Brasil). Participou em antologias internacionais. Escreve para cinema e co-realizou um documentário sobre a cidade de Luanda (Oxalá cresçam Pitangas, 2006). É membro da União dos Escritores Angolanos. É licenciado em Sociologia. Recebeu no ano 2000 uma menção honrosa no prémio António Jacinto (Angola) pelo livro de poesia Actu Sanguíneu. Em 2005 o seu livro de contos E se amanhã o medo obteve os prémios Sagrada Esperança (Angola) e António Paulouro (Portugal). Alguns dos seus livros estão traduzidos para francês, espanhol, italiano e alemão. Um dos actuais nomes da Lusofonia que será, certamente, uma refereência da cultura em língua portuguesa do futuro. Remeto-vos para uma entrevista dada a Ana Souza Dias no "Por Outro Lado", há cerca de seis meses... fica a sugestão e algumas obras editadas pela Caminho.
O Assobiador
(1.ª edição, 2002; 2.ª edição, 2002)
«Uma Terra Sem Amos», n.º 124

Ynari. A Menina das Cinco Tranças (ilustração)
(1.ª edição, 2004)
«Fora de Colecção - Infanto-Juvenil», n.º 49
Com ilustrações a cores de Danuta Wojciechowska

Há Prendisajens com o Xão
(1.ª edição, 2002; 2.ª edição, 2004)
«Outras Margens», n.º 7

Bom Dia Camaradas
(1.ª edição, 2003)
«Outras Margens», n.º 10

Quantas Madrugadas Tem a Noite
(1.ª edição, 2004; 2.ª edição, 2005)
«Outras Margens», n.º 28

momentos de aqui
(1.ª edição, 2001; 2.ª edição, 2004)
«Outras Margens», n.º 32

E se Amanhã o Medo
(1.ª edição, 2005; 2.ª edição, 2005)
«Outras Margens», n.º 41
Prémio Literário Sagrada Esperança 2004
Prémio Literário António Paulouro 2004

3 comentários:

Puntos de vista y ... nada más disse...

Só conheço Momentos de aqui mas gostei muito. Não é Mia Couto mas vale bem apena

Anónimo disse...

Não conheço mas penso que vale a pena o conhecer. Obrigado, Luis, por trazer-nos estas figuras. Aliás, o moço até é bonito

Lusofolia disse...

Um pouco da sua poesia:

azul


I
que o amor é rosa e cacto
e espinho,
e eu sou prosa e pranto
e vinho.
do canto e do verso quero
a curva anunciada.
do manto e do inverso, peço
a lareira inapagada.
e feliz, não morto por um triz
quero luz para apalpar.
que o amor é onda e asa
e frio,
e o vento fez-me aterrar.


II
noite de vulcão mais que acordado peço-te
deixa-me em paz;
e grão de areia sendo
sopra-me como se precisasses de
empunhar e empurrar
uma pedra não amigável.
e rompe o céu através de mim;
joga-me verticalmente contra as
tuas vísceras mais aladas,
faz-me brilhar na velocidade,
desaparecer no contacto químico
com o universo.
chama-me átomo e cospe-me.
preciso de não estar aqui.



III
da morte
a bélica aparição.
pois, senão.
a marcha séria, contusa
o passo pesado, a expressão crítica,
obtusa.
a corrente no canal,
o espaço, o horizonte, a calma,
o roxo
na marginal.
como a curva de resto inclinada
o banco sujo
as folhas recaindo sobre o Outono
dentro de cada um.
a bala, bum!
da morte
a risonha aparição.
pois, celebração.


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