sábado, 30 de setembro de 2006

Há 32 anos em Portugal...

Spínola pediu intervenção à NATO
General solicitou apoio militar para impedir avanço do comunismo



"O general Spínola pediu uma intervenção militar da NATO em Portugal para impedir o avanço do comunismo em 1974. É uma das conclusões da investigação do jornalista José Pedro Castanheira, revelada hoje no Expresso. O trabalho tem por base a análise dos arquivos da Administração norte-americana que foram desclassificados este Verão.
O Expresso revisita esta semana um dos períodos mais conturbados da história contemporânea de Portugal. Entre a documentação agora acessível estão mais de 3 mil telegramas diplomáticos de 1973 e 74 que fazem referência a Portugal.
De acordo com estes documentos dos arquivos Administração norte-americana, em vésperas do pedido de demissão do cargo de Presidente, António de Spínola e outros elementos do Conselho de Estado discutiram a possibilidade de solicitar uma intervenção militar das forças da Aliança Atlântica.
A intervenção da NATO, liderada pelos Estados Unidos, seria uma forma de evitar aquilo que consideravam ser a iminente tomada de poder pelos comunistas.
No encontro que reuniu o ainda Presidente e alguns dos seus apoiantes foram também colocadas outras duas possibilidades para refrear a ala esquerda do Movimento das Forças Armadas e a liderança de Vasco Gonçalves, então primeiro-ministro.
Uma delas seria o pedido de asilo político em Espanha do próprio General Spínola, onde tentaria obter o reconhecimento para um Governo provisório no exílio. A outra hipótese colocada foi a de um pedido de intervenção militar a Espanha ao abrigo do Pacto Ibérico.
Poucas horas depois destas considerações, a 30 de Setembro de 74, o General António de Spínola pedia a demissão da Presidência da República.
Costa Gomes assumia a chefia de Estado. Apesar da exoneração do segundo Governo provisório, Vasco Gonçalves era reconduzido como primeiro-ministro."

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