O antigo inspector da PIDE Rosa Casaco, que chefiou a brigada que assassinou Humberto Delgado, estava a viver em Portugal na zona de Cascais. Nos últimos tempos, tinha sofrido diversos internamentos. O último foi devido a doença respiratória. Mas desconhece-se a causa da morte.
Tinha 91 anos. Rosa Casaco estava a viver em Portugal, após terem sido cancelados em 2002 os mandados de captura internacionais que pendiam sobre o ex-inspector da PIDE.
Em 2001, o Supremo Tribunal de Justiça já tinha decretado a extinção do procedimento criminal. Julgado à revelia, 20 anos antes, foi condenado a oito anos de prisão, por crimes de falsificação, destruição de documentos e por ter pertencido à polícia política do Estado Novo.
Viveu refugiado no Brasil e em Espanha onde chegou a ser entregue um pedido de extradição para Portugal. Mas os tribunais espanhóis negaram a extradição, alegando também que a pena de prisão já estava extinta.
António Rosa Casaco nasceu em Rossio ao Sul do Tejo, no concelho de Abrantes, a 1 de Março de 1915. Entrou para a PIDE em 1938 e continuava ao serviço a 25 de Abril de 1974.
Como inspector, conduziu vários processos que levaram à condenação sumária de dezenas, ou mesmo centenas de opositores políticos do regime fascista.
A última grande operação a que esteve ligado visava a morte de Mário Soares.
Mas o envolvimento no assassinato de Humberto Delgado é o facto mais conhecido em 36 anos de carreira do antigo inspector que privou de perto com o próprio Salazar.
Apesar de fugitivo, em 1998, Rosa Casaco posou para o "Expresso" junto à Torre de Belém, em Lisboa, e deu uma entrevista.
O à vontade do ex-PIDE, provocou mal-estar em Portugal e fez com que as autoridades nacionais renovassem o mandado de captura internacional que conduziu à detenção de Rosa Casaco em Madrid, em Abril de 1998.
Mas Rosa Casaco acabou por ser solto e nunca chegou a cumprir pena. Morreu há cerca de 15 dias, no anonimato.
In Expresso
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