sexta-feira, 3 de março de 2006

Cinema brasileiro

Recentemente, o diretor do Festival de Veneza, Marco Muller, declarou que "os filmes brasileiros teriam muito mais chance de sucesso no exterior se não fossem tão brasileiros". Segundo ele, os bons filmes nacionais falam dos problemas do Brasil de uma forma muito brasileira, o que faz com que os estrangeiros não entendam nada. "A discussão sobre os filmes brasileiros foi para mim uma luta contínua com o comitê de seleção", disse ele recentemente em entrevista à "BBC". Concordando ou não com sua opinião, o certo é que poucos filmes de nosso país alcançam êxito internacional. Os últimos que alcançaram tal êxito, "Cidade de Deus" e "Carandiru", são de alguns anos atrás e, atualmente, nosso cinema passa por um fenômeno, que podemos chamá-lo de Globo Filmes, empresa de cinema das Organizações Globo, a maior empresa de comunicação do país. A Globo Filmes, aproveitando do grande elenco de atores e outros profissionais da Rede Globo de Televisão, grande produtora das famosas telenovelas brasileiras, vem lançando filmes com grande apelo popular, com uma linguagem muito semelhante a das telenovelas, com atores famosos e histórias simples, que alcançaram grande sucesso nos cinemas brasileiros. Porém tais filmes não deixam espaço para o cinema de arte. Por outro lado, essa produtora está por detrás do sucesso dos filmes mencionados anteriormente e também é responsável por alguns filmes de sucesso, como "O Auto da Compadecida", inspirado em obra homônima de Ariano Suassuna e "Olga". Com isso o cinema brasileiro tem se empobrecido cada vez mais, e filmes com propostas diferentes dos da Globo Filmes não encontram espaço para exibição. Atualmente há alguns filmes que aguardam até dois anos depois de sua finalização para serem exibidos.


Para mais informações sobre esse tema:

http://globofilmes.globo.com/

http://www2.uol.com.br/revistadecinema/edicao41/globofilmes/

http://www2.uol.com.br/setonline/reportagens/208_contador_historias.shtml

1 comentário:

Anónimo disse...

Lo que cuenta Jorge es una realidad que sucede no sólo con el cine brasileño, sino con cualquiera norteamericano. Realmente estamos privados de ver películas de otras nacionalidades a no ser que sean un éxito mundial, y lo son o por pasar por el filtro de Hollywood o por conseguir algún premio en un festival de prestigio.

Llegamos a esta situación absurda: el cine brasileño (o el español o el portugués, o el francés...) no se puede exportar porque es muy brasileño (o español o el portugués o el francés...). ¿Pero es que el cine no es una manifestación cultural que debe mostrar las peculiaridades de cada país? Para tener copias de cine americano hechas en otros países, mejor nos quedamos como estamos.

A los que nos interesa el cine, lo que nos gusta es poder conocer la cultura, costumbres y modos de hacer diferentes.
Yo he tenido la suerte de poder ver mucho cine brasileño y puedo decir que hay obras maestras, y que desde los noventa renació de una crisis y sus películas son de primera calidad.

Pero, en esta situación de monopolio estadounidense en producción, distribución y exhibición, hasta tal punto en que ni en los países de origen hay a veces espacios para exhibir los filmes nacionales, ¿qué podemos hacer para conocer lo que se está haciendo en Brasil?

Desde el mundo de la enseñanza se puede hacer mucho, como están haciendo las Escuelas Oficiales de Idiomas organizando ciclos. La Embajada de Brasil presta películas sin fines lucrativos. Este es un primer paso para conocer películas como Um copo de cólera, Abril Despedaçado, Eu, tu e eles, Pequeno Dicionário amoroso, Domésticas, Memórias Póstumas de Bras Cubas, O invasor, O homem que copiava, y tantas otras.