A Casa-Museu José Régio em Portalegre foi instalada naquela que foi a habitação de José Régio durante 34 anos.
Quando José Régio foi colocado no Liceu Mouzinho da Silveira, em Portalegre, na casa funcionava uma pensão, onde se hospedou.
Data dos finais do século XVII e terá sido um anexo do convento de S. Brás, do qual ainda existem alguns vestígios, nomeadamente da capela. Também serviu como quartel-general aquando das guerras peninsulares e muito mais tarde pensão 21.
José Régio alugou um humilde quarto e à medida que a necessidade de espaço aumentava com a ampliação constante da sua colecção, ia alugando as outras dependências da casa, até que se transformou em hóspede único.
Em 1965 vende a sua colecção à Câmara Municipal de Portalegre com a condição desta adquirir a casa, restaurar e transformar em Museu. Ficaria com o usufruto e só à sua morte este passaria para a Câmara. Tal não aconteceu, pois José Régio morre a 22 de Dezembro de 1969 e o Museu só veio a abrir a 23 de Maio de 1971.
COLECÇÕES
As colecções estão distribuídas por 17 salas de exposição permanente e por uma sala de reservas, em dois pisos.
COLECÇÕES EXPOSTAS:
- escultura
- pintura
- faiança
- mobiliário
- metais
- têxteis
- registos
RESERVA:
- escultura
- faiança
- numismática/medalhística
- registos
- trabalhos pastoris (marcadores de pão e bolos, cornas, polvorinhos, chavelhas e colheres)
- Ferros forjados
Além deste espólio, a Casa-Museu possui um variado acervo literário dividido entre a própria casa, as reservas e o centro de estudos. Este espólio resultou do gosto, de José Régio, pelas antiguidades pelo coleccionismo que segundo diz, nasceu-lhe cedo por influência do seu avô. Mas foi no Alentejo que se ampliou e desenvolveu. A região era fértil e rapidamente se espalhou que havia um professor de Liceu que gostava e comprava coisas velhas. Começou por ser um passatempo, uma mania, mas depressa se transforma numa actividade regular, num vício.
Compra, vende e troca. Tinha épocas. A dos pratos: os "ratinhos" - uma faiança popular de Coimbra, trazida por migrantes que vinham ceifar ao Alentejo e no final das fegas os trocavam por roupas e tecidos, os de Estremoz, de Miragaia, de Fervença...
Os estanhos, os cobres, e na cozinha os ferros forjados e outras curiosidades do artesanato alentejano - marcadores de pão e bolos, as pintadeiras, dedeiras ou canudos e os trabalhos em chifre como as cornas e os polvorinhos.
E não podemos deixar de referir a colecção de arte sacra. Os Cristos, a sua grande colecção, nas mais diversas apresentações e representações são, essencialmente, em madeira e de arte popular. Feitos por quem tinha um certo jeito, faziam parte do enxoval das noivas, em tempos idos no Alentejo!
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