De Adélia Prado, já lemos neste blogue "Ensinamento". Agora é "Fatal", poema que encontrei no Flickr com esta bela fotografia de Juca Filho a ilustrá-lo.
FATAL
Os moços tão bonitos me doem,
impertinentes como limões novos.
Eu pareço uma atriz em decadência,
mas, como sei disso, o que sou
é uma mulher com um radar poderoso.
Por isso, quando eles não me vêem,
como se dissessem: acomoda-te no teu galho,
eu penso: bonitos como potros.
Não me servem.
Vou esperar que ganhem indecisão.
E espero.
Quando cuidam que não,
estão todos no meu bolso.
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