domingo, 4 de março de 2007

Saber Ouvir Saber Falar – 7º Encontro Nacional da APP


A Doutora Maria Helena Mira Mateus na conferência inaugural.


As representantes da Asociación de Profesores de Lengua Portuguesa en España (APLEPES), Gláucia Grohs, e a Presidente, Sandra Teixeira.


Os integrantes de O Contador de Histórias a tentarem tirar
da terra o "nabo descomunal".


Impecavelmente organizado pela Associação de Professores de Português, realizou-se nas instalações do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra o seu 7º Encontro Nacional nos dias 2 e 3 deste mês. O tema central era a Oralidade por ter sido sugerido pelos participantes na edição anterior. A APPEX esteve representada por José Ignacio Martín Galán e Pedro L. Cuadrado Andrés.

Dado tratar-se de um tema muito pouco abordado em encontros de professores de português, a organização propôs a abordagem dos mais variados tópicos relacionados com este tema:
- Modalidades formais do oral: exposição, debate, entrevista
- Didáctica e avaliação do oral
- Funcionamento do discurso/código oral
- Oratória
- Literatura de tradição oral
- Literaturas africanas e oratura
- Oralidade e literatura: drama, poesia e discurso directo
- Terminologia Linguística: fonética e fonologia

A conferência inaugural, intitulada A contribuição do estudo dos sons para a aprendizagem da língua, foi pronunciada pela Doutora Maria Helena Mira Mateus.

A documentação entregue aos participantes foi muito completa, incluindo aliás um CD com os textos completos das conferências e comunicações e um DVD com os 90 minutos do programa Que português falamos? –emitido na passada quinta-feira–. A APP firmou no início deste ano um protocolo de parceria com a RTP tendo em vista a colaboração com o programa “Sociedade Civil". No programa participaram Edviges Antunes Ferreira, vice-presidente da APP; Isabel Hub Faria, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e Teresa Brocardo, professora na Universidade Nova de Lisboa. Este material fica à disposição dos associados da APPEX e de todos aqueles que estiverem interessados no tema.

Confesso que para mim, e para mais alguns, foi uma descoberta a intervenção da professora da Universidade de Lisboa, Inocência Mata, são-tomense, pelo que nos disse, pelo que nos contou, por como o fez, pela sua verbe, enfim por ela própria. Passámos uns óptimos momentos a ouvir As oralidades da escrita. Anotei um provérbio africano, tirado da história que nos contou, uma “briga” entre duas raparigas mais velhas e uma irmã ou prima mais nova. Quando esta pediu para elas pararem, recebeu o desprezo delas, e a tia, testemunha da cena, disse: “Quando dois elefantes brigam, o capim é que paga”. Mas elas, africanas nadas e crescidas em Lisboa, não perceberam.

No jantar de convívio fomos deliciados pelo grupo O Contador de Histórias, oriundo da freguesia tomarense de Asseiceira: poemas de Ruy Belo, Jorge de Sena, Alberto Pimenta, contos da tradição popular, como “A Tia Miséria”, etc. Eles fizeram participar todos os presentes na extração de “um nabo descomunal” que dois velhinhos não conseguiam tirar. Rimos todos imenso.

Fica aqui um muito obrigado à APP nos nomes de Paulo Feytor Pinto, Presidente; Edviges Antunes Ferreira e Ana de Sousa (sei que não foram os únicos, desculpem os demais por não serem citados), que tanto trabalharam para levar a bom porto este 7º Encontro. Conseguiram-no.

(Peço ao meu colega para ele completar esta notícia porque de certeza terão escapado alguns aspectos. Obrigado).

1 comentário:

Carmen Rojas disse...

Muito obrigada, Pedro, por esta crónica excelente, fiquei com vontade de ter estado ali compartilhando esses momentos em que parece não faltou nada: coisas que aprender, amizade e bons momentos.

Parabens aos organizadores e até 20 e 21 de abril em Badajoz, onde vos esperamos nas nossas II Jornadas.