quinta-feira, 13 de julho de 2006

"FELIZMENTE HÁ LUAR!"

"Há peças que marcam uma época. É o caso de “Felizmente há luar!” de Luís de Sttau Monteiro.
Foi escrita nos anos de brasa que foram o início dos anos 60 e no rescaldo da burla eleitoral que entronizou o medíocre marinheiro Américo Tomás no posto de Presidente da República roubando ao povo português a sua indiscutível escolha, o general Humberto Delgado.
A peça foi publicada e alcançou grande êxito, aliás previsível, dado o paralelismo entre a perseguição ao general Gomes Freire de Andrade e ao general que tinha entusiasmado o país anunciando que “Obviamente” iria demitir o Presidente do Conselho se fosse eleito.
Claro que a Censura proibiu a sua exibição e o autor passou a sofrer o anátema de ser anti-regime, venerado, atento e obrigado.
A resposta de Sttau Monteiro foi clara e sem equívocos. Não perdeu a arma que era a sua pena e não abrandou a luta nem a coragem.
E, por isso, teve a normal resposta do ditador Salazar: perseguições e prisão.
É bom lembrar a acção exemplar deste género de intelectuais, hoje espécime raro em Portugal e no mundo dito civilizado.
Na linha de Zola, Romain Roland, Stefan Zweig e tantos outros, era um intelectual comprometido com o seu tempo."


Helder Costa



Encenado por Hélder Costa, "Felizmente Há Luar!" tem nos papéis principais Maria do Céu Guerra e João D'Ávila. Este texto é hoje um clássico da literatura dramática portuguesa e confirma o posicionamento d'A BARRACA orientado para dar a conhecer os grandes autores da dramaturgia nacional e internacional. A grande relevância do autor e do tema deste espectáculo faz com que ele esteja presente no curriculum do ensino secundário e levou o Ministério da Educação a apoiar a itinerância deste espectáculo.

A digressão de "Felizmente Há Luar" decorreu entre Março e Junho de 2006, contou com 40 espectáculos em 20 cidades, com mais de 8000 espectadores. A companhia segue assim a sua filosofia de levar o teatro a todos no seguimento do pensamento de Garcia Lorca que deu nome à companhia: "A BARRACA um nome lindo. Uma coisa que se desmonta, que roda e marcha pelos caminhos do mundo…"

Ficha Técnica e Artística

Encenação: Helder Costa
Elenco: Maria do Céu Guerra, João D’Ávila, André Nunes, Luis Thomar, Patrícia Adão Marques, Pedro Borges, Ruben Garcia, Sérgio Moras, Sérgio Moura Afonso, Susana Costa
Figurinos: Maria do Céu Guerra
Adereços: Luís Thomar
Luminotecnia: Fernando Belo
Sonoplastia: Rui Mamede
Apoio Técnico: José Carlos Pontes
Relações Públicas e Produção: Elsa Lourenço
Secretariado: Maria Navarro
Costureira: Inna Siryk
Montagem: Mário Dias
Bilheteira: Sandra Filipe
Cartaz: Elsa Lourenço e Rita Lello
Fotografias: MEF – Tânia Araújo
Fotografia Cartaz: Uwe R. Zimmer

O preço dos bilhetes é de 12,5€ (10€ para estudantes, grupos, menores 25 e maiores 65).

A duração do espectáculo é de 1h30 sem intervalo.

Web Site

http://www.abarraca.com

Data(s) do evento
De 16-06-2006 a 30-07-2006 - 5ª a sábado: 21h30 - Domingos: 16h00 (Excepto dias 8 e 16 de Julho)
Teatro Cinearte - Largo de Santos, 2
Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa
22-06-2006 - Convívio Lusófono: 21h30
Teatro Cinearte - Largo de Santos, 2
Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa

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