sábado, 10 de junho de 2006

"Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades" já foi no "Dia da Liberdade"

"A revolução de Abril roubou ao 10 de Junho, por dois anos, as comemorações do Dia de Portugal. Por decreto promulgado pelo primeiro-ministro Vasco Gonçalves e mandado publicar pelo Presidente da República Costa Gomes, em 17 de Abril de 1975, com entrada imediata em vigor, foi "instituído como feriado nacional obrigatório o dia 25 de Abril, considerado Dia de Portugal".

Nesse dia feriado do ano seguinte, os socialistas liderados por Mário Soares venceram as eleições legislativas e apoiaram, juntamente com o PPD/PSD e o CDS, a candidatura vencedora de Ramalho Eanes à Presidência da República. Em 1977, o Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, por vontade de Eanes, voltou a ser também o Dia de Camões e celebrou-se a 10 de Junho.
A data da morte de Luís de Camões, 10 de Junho de 1580, foi comemorada pela primeira vez trezentos anos depois, mas só ganhou honras de feriado com a implantação da República, em 1910. Nessa altura foi apenas um feriado municipal em Lisboa que pretendia fazer esquecer o dia de Santo António, entretanto abolido como feriado religioso.

Em 1925, o dia foi consagrado pela primeira vez à Festa de Portugal, mas só com o Estado Novo a data passou a ser celebrada como feriado nacional. A Ditadura passou a festejar o 10 de Junho como Dia de Portugal e da Raça, dando-lhe um cunho nacionalista que vingou até à revolução de Abril.

Camões por quem se celebra o 10 de Junho cedeu, com o tempo, o protagonismo das comemorações a Portugal e mesmo às comunidades lusas que se espalham pelo mundo." Paulo Baldaia

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