segunda-feira, 10 de junho de 2013

Não tiveram nem paradas militares, nem Presidentes da República, nem entrega de comendas, mas foi assim que se celebrou o “Dia de Portugal, Camões e das Comunidades” em Valencia de Alcántara!


Não tiveram nem paradas
militares, nem Presidentes da República, nem entrega de comendas, mas foi assim
que se celebrou o “Dia de Portugal, Camões e das Comunidades” em Valencia de
Alcántara! A “comenda” nesta terra raiana foi a estima e o apreço pela língua e
cultura de Camões por parte de uma povoação que conta com séculos de diplomacia
local comum - algo ímpar na história europeia e digno de salientar-, já que
Marvão e Valencia de Alcántara assinaram, há 700 anos, o primeiro documento de “relações
transfronteiriças” entre as duas localidades, bem alheios ao centralismo
lisboeta ou madrileno.

Tratou-se de um evento
dinamizado pelo IES Loustau-Valverde e pela autarquia da mesma localidade, que
contou com a presença do Sr. Director do IES Loustau-Valverde, Francisco Avis,
o Sr. Alcaide de Valencia de Alcántara, Pablo Carilho, o Sr. Presidente da
Câmara Municipal de Marvão, Victor Frutuoso e o Prof. Luís Leal do Departamento
de Português do IES Loustau-Valverde e membro da APPEX.

Apesar da presença
institucional, o grande destaque foi para os alunos da disciplina de português
do referido centro educativo, principalmente os intervenientes directos no
projecto educativo REALCE, e para a apresentação pública à comunidade de
Valencia de Alcántara da revista “Cortiza” (uma homenagem que justamente esta
escola secundária faz à cultura e língua portuguesa através do nome claramente
inspirado no vocábulo português “cortiça”).

O mesmo evento também contou
com a participação do canta-autor Jorge Carnerero que brindou a assistência com
um original seu (dedicado aos tempos do contrabando) e uma emocionada versão de
“Grândola Vila-Morena” de José Afonso.

A comissão organizadora deste
evento recorreu, novamente, a este material de árvore, a cortiça, tão enraizado
(e nunca melhor dito) na região estremenha e alentejana, como elemento fraterno
entre Espanha e Portugal, especialmente agora que partilham estes duros tempos,
esperando, desta forma, que sirva para entrelaçar os ramos de “alcornoques” e
sobreiros e assim dar sombra aos filhos destas terras, e aos filhos dos filhos
que, ao mesmo tempo, amando a sua diversidade, os protejam a todos.