quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Hoje, Eduardo Pitta em Badajoz


 "4 days", Fotografía de Fernando Ocaña Fernández

Recordamos que hoje o poeta Eduardo Pitta abrirá uma nova edição da Aula de Poesía Diez Canedo.  Às 20:00h. lerá os seus versos no Salão de Atos do Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo (MEIAC).


Nenhum de nós passeia impune
pelos retratos: fazem-nos doer
os recessos da memória.

Deles saltam, por vezes, sustos,
primeiras noites, secreta
loucura, lábios que foram.

Interditam-nos sempre.
Trepam-nos pelo torpor
mais desprevenido, subsistem.

A sua perenidade é volátil
e cheia de venenosos ardis.
Um sopro no acetato.

Distintos, os seus contornos
não são nunca
os que supomos.

Eduardo Pitta

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dia de S. Martinho (in http://www.junior.te.pt/)

O Dia de S. Martinho comemora-se a 11 de Novembro.
Neste dia, no nosso país, assam-se as castanhas e prova-se o vinho novo.

A tradição manda que o dia de S. Martinho se festeje com castanhas, água-pé (para os mais crescidos), uma fogueira para saltar (quem quiser) e bom convívio.

Lenda de S. Martinho:
O Dia de S. Martinho faz-nos lembrar a sua lenda. Não a conheces? Ora lê.

O "Verão" de S. Martinho também é conhecido por "Verão dos Marmelos".


# Magusto:
É a festa em que se assam as castanhas (que se recolhem nesta altura) e se convive. Tem a ver com o momento em que, depois da vindimas, nos meses de Setembro e Outubro, o vinho está pronto e se prova.

Dois provérbios:
- No dia de S. Martinho vai-se à adega e prova-se o vinho. ou
- No dia de S. Martinho vai à adega e prova o teu vinho.
- No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.

Assar castanhas:

Como se preparam as castanhas para assar?
- Molham-se (não tem que ser, mas ajuda a que o sal agarre).
- Dá-se um golpe em cada uma (retalhar).
- Põe-se sal.
- Põe-se um pouco de erva-doce (dá um sabor muito bom).
- Põem-se dentro do fogareiro (ou num tabuleiro no forno, ou no calor de uma fogueira).

Quanto tempo demoram as castanhas a assar?
Um quarto de hora, aproximadamente.

A castanha:
A castanha é um fruto que vem de uma árvore: o castanheiro. Um conjunto de castanheiros chama-se souto.

No norte de Portugal é que os castanheiros se dão melhor, e é de lá que vêm as castanhas para vender no País todo.

A castanha está na árvore protegida por uma bola cheia de picos que se chama "ouriço". Quando chega o Outono, o ouriço abre e deixa cair a castanha no chão.

Antes de a batata chegar à Europa e se espalhar por todo o lado (séc. XVII), a castanha era a base da alimentação, especialmente no campo.

Pode cozer-se, assar-se, fazer-se em puré, fazer-se sopa com ela, doce, etc.

Coisa Ruim

Felizmente o cinema português tem evoluído bastante. Já existem excelentes obras, para além do cinema da década de ouro dos anos 4o, como o filme "Alice", "Capitães de Abril"ou esta obra "Coisa Ruim".
Realizado por Tiago Guedes e Frederico Serra, escrito pelo conhecido pivô de televisão Rodrigo Guedes de Carvalho, este filme, baseado em superstições e "folclore", de algumas zonas do interior rural de Portugal, apresenta-se como um excelente filme do género de terror, ou, melhor dito, de fantástico.
Aqui temos um belíssimo título para a nossa "devedêteca" para o ensino do português!





segunda-feira, 9 de novembro de 2009

En la Raya / Na Raia

El programa de Canal Extremadura "En la Raya" emitió el domingo un reportaje sobre la enseñanza del portugués en Extremadura lleno de gente conocida. Está al final, el principio está lleno de forcados.


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

“Veredas de Marvão”, banda desenhada de Hermínio Felizardo


Aqui está um excelente documento, apesar de ser uma obra de ficção, sobre a realidade do contrabando raiano entre o Alentejo e a Extremadura espanhola.

Esta banda desenhada, da autoria de Hermínio Felizardo, ambientada na raia de Marvão e Valencia de Alcántara remete-nos para as veredas de uma história não muito distante e para a identidade de um povo que via no contrabando uma forma de subsistência e de relações humanas que iam mais além do actual conceito de relações transfronteiriças.

Para quem vive a raia, recomendo vivamente. E, já agora que há muito não partilhava as minhas experiências aqui no "Lusofolia", também o podemos utilizar nas nossas aulas.

P.S. O autor também tem outra BD intitulada "Histórias da Raia". Pessoalmente gosto mais desta.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eduardo Pitta em Badajoz



No próximo dia 26 de Novembro o poeta Eduardo Pitta abrirá uma nova edição da Aula de Poesía Diez Canedo com uma leitura dos seus poemas no Salão de Atos do Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo (MEIAC).

Eduardo Pitta nasceu em 1949 em Moçambique. É poeta, escritor e ensaísta, crítico do jornal Público e colunista da revista LER. Desde 1968 tem colaboração dispersa por jornais e revistas literárias, de Moçambique, Portugal, Espanha, França, Brasil e Estados Unidos. Colaborou na revista Colóquio-Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 1980 e 2005. Entre 1974 e 2007 publicou oito livros de poesia, quatro volumes de ensaio, uma trilogia de contos, um romance e um diário. Os títulos mais recentes são Poesia Escolhida, 2004, Os Dias de Veneza, 2005, Intriga em Família, 2007, e Cidade Proibida, 2007. Em 2008 adaptou para crianças o clássico de Eça de Queirós O Crime do Padre Amaro. Poemas seus encontram-se traduzidos em inglês, francês, castelhano e italiano. O conto Kalahari está publicado na revista inglesa Chroma. A partir de 1976 participou em congressos, seminários e festivais de poesia, em Portugal e no estrangeiro (Espanha, França, Itália e Colômbia). Tem efectuado conferências sobre escritores e, em 1998, a convite da Unesco, participou em Atenas num colóquio sobre Fernando Pessoa e Konstandinos Kavafis. Organizou para a revista francesa Arsenal um dossiê sobre literatura portuguesa, "Du Portugal, Babel de Contraires", com lançamento, seguido de debate, no Salão do Livro de Paris, em 2002. Dirige actualmente a edição das obras completas de António Botto. Tem no prelo dois novos volumes de ensaio: Língua dos Eleitos e Classe de Poesia. É autor do blogue Da Literatura.

Tudo sobre o autor em www.eduardopitta.com.

(Dados extraídos de pnetliteratura)



Estradas muito claras, o desenho nítido
e longas o bastante para o tempo
que sobrava.

O incêndio ficava para depois
para mais tarde
nos dias de aborrecer
o tédio.

Entre o desencanto da escola,
a injúria de alguns, a praia de ao pé de casa,
um Rilke adolescente, as primeiras
exigências do corpo e o ritual

do mah jong, fomos cumprindo
o equivocado itinerário
de uma sobressaltada adolescência colonial.