quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Fita amarela


O que se poderia dizer dos ultimos momentos de Fernando Fernán Gómez sobre a terra, ali no palco, entre mesas com amigos à conversa, e esse par a dançar um tango à frente do caixão? Alguém que conheço me disse que gostaria de ter um último adeus desse jeito e recordou-se de um velho samba que começava "Quando eu morrer não quero choro nem vela...". Eu nunca tinha ouvido essa canção, mas depois de ouvir a versão original cantada por Francisco Alves e Mário Reis em 1933, só posso dizer que acho uma delícia. Ai, essa mulata sapateando no caixão... ("Sapateia, sapateia..." ouve-se dizer a um dos cantores)


FITA AMARELA
(Noel Rosa)

Quando eu morrer,
Não quero choro nem vela,
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela.

Quando eu morrer,
Não quero choro nem vela,
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela.

Se existe alma
Se há outra encarnação
Eu queria que a mulata
Sapateasse no meu caixão

Quando eu morrer,
Não quero choro nem vela,
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela.

Quando eu morrer,
Não quero choro nem vela,
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela.

Não quero flores
Nem coroa com espinho
Só quero choro de flauta
Com violão e cavaquinho

Quando eu morrer,
Não quero choro nem vela,
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela.

Quando eu morrer,
Não quero choro nem vela,
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela.


Embora haja uma outra letra, que também tem as suas coisinhas, como a terra que vai comer um dia "as morenas tão formosas" ou essa alma que não deseja "morrer de insolação".

Quando eu morrer não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela gravada com o nome dela
Se existe alma, se há outra encarnação
Eu queria que a mulata sapateasse no meu caixão
Não quero flores, nem coroa de espinho
Só quero choro de flauta, violão e cavaquinho
Estou contente consolado por saber
Que as morenas tão formosas a terra um dia vai comer
Não tenho herdeiros, não possuo um só vintém
Eu vivi devendo a todos mas não paguei nada a ninguém
Meus inimigos que hoje falam mal de mim
Vão dizer que nunca viram uma pessoa tão boa assim
Quero que o sol não visite o meu caixão
Para a minha pobre alma não morrer de insolação

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A Amália e o Luis

Já é possível ter a nossa própria personagem virtual e fazer vídeos como este, com voz pré-gravada como neste exemplo:




Ou com a nossa própria voz.




Ou até uma música. Os alunos vão adorar







Será verdade?

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A rainha nua


Dedicado especialmente aos colegas do ensino, este post (texto mais imagem) do blogue Charlas:


Acontece que não seria sequer necessário que fossem 24, bastaria uma dúzia, com dois ou três bem escolhidos.

Acontece que, mesmo em turmas ditas “normais”, metade do tempo é gasto a tentar resolver problemas de atitude.

Acontece que a família perdeu autoridade e a escola pública se colocou logo na fila a descartar argumentos de força e mecanismos de actuação.

Acontece que há muito que a rainha vai nua, não é sequer bonita e ninguém se atreve a denunciar bem alto a deplorável realidade… E não estou a falar da ministra, naturalmente… :-)


(A imagem circula na rede...)

Planos estratégicos...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Tropa de elite



Tropa de Elite é um filme brasileiro de 2007, dirigido por José Padilha, que tem como tema o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Foi objeto de grande repercussão antes mesmo de seu lançamento, por ter sido o primeiro filme brasileiro a, meses antes de chegar aos cinemas, vazar para o mercado pirata e a internet. Um dos protagonistas do filme, o ator Caio Junqueira, chegou a declarar que, por mais que achasse a pirataria algo negativo, sabia que havia sido "por causa dela que o trabalho atingiu o público da televisão". Uma pesquisa feita pelo Ibope chegou a estimar que mais de 11 milhões de brasileiros teriam visto o filme de forma ilegal - isso, entretanto, não impediu o filme de ter sido bem-sucedido nas bilheteiras, tendo estreado em primeiro lugar e obtido uma das maiores médias por sala no ano, com mais de 1000 espectadores por sala na primeira semana, mesmo com um lançamento restrito aos estados de Rio de Janeiro e São Paulo.

Ao criticar duramente os usuários de substâncias ilícitas, atribuindo-lhes culpa pela expansão do tráfico de drogas e da violência, o filme gerou grande debate na mídia brasileira. As práticas de tortura por parte dos policias também foram abordadas, gerando questionamentos acerca do fato dos personagens estarem sendo considerados heróis por suas atitudes frente os bandidos.

Fonte: Wikipedia

domingo, 25 de novembro de 2007

Vitorino - Trinta anos de paixões ardentes

"Para uma digressão que marca 30 anos de discos em nome próprio, Vitorino resolveu finalmente olhar para trás, para os recantos de uma das carreiras mais intocáveis da música de inspiração popular. Em maio, ao vivo em Lisboa, Torres Vedras e Porto.
Ao fim de muitos anos, Vitorino abre a arca das recordações para recuperar, para além dos grandes êxitos, um sem-número de canções que pouco ou nunca foram tocadas ao vivo.
Vitorino é um nome incontornável na história da música portuguesa. Um homem de paradoxos e contradições assumidas. Um homem do mundo apaixonado pelo seu Alentejo, que ao longo de 30 anos de carreira procurou criar uma nova canção urbana sem perder de vista a tradição rural, onde a simplicidade e pureza da música popular se miscigena com a sofisticação das vivências da cidade. Um romântico incapaz de resistir ao apelo das raízes, sejam elas de Cuba do Alentejo ou de Cuba das Caraíbas.
30 anos de carreira que o viram percorrer o mundo mas regressar sempre ao Redondo natal e à Lisboa que se tornou na sua segunda casa. 30 anos de carreira entre as “Saias” e a “Leitaria Garrett”, entre os poemas de Lobo Antunes que musicou com infinita delicadeza e a força telúrica das modas alentejanas. 30 anos de canções e de muitas vivências que vão ser celebrados em espectáculos um pouco por todo o Portugal.
Vitorino é acompanhado por Carlos Salomé - voz, violas, cavaquinho e percussão; Rui Alves - voz, bateria e percussão; Paulo Jorge – Baixo; Tomás Pimentel – trompete e Flugelhorn; Daniel Salomé - clarinete, saxofone soprano; Sérgio Costa - piano e teclados."

Alunos “extremeños” de português visitam Campo Maior


No passado dia 23 de Novembro, os alunos de língua portuguesa do I.E.S Loustau-Valverde de Valencia de Alcántara visitaram a vila portuguesa de Campo Maior, onde puderam desfrutar do Museu do Café (propriedade do grupo empresarial luso “Novadelta”), como também da Adega do mesmo grupo.
A caminho de casa, de volta a Valencia de Alcántara, o grupo também pôde visitar a barragem do Caia, um local de eleição para a prática de desportos náuticos ou, simplesmente, para passar um bom momento em contacto com a natureza.
A actividade foi promovida pelo departamento de português deste instituto estremenho e contou com a presença de mais de quatro dezenas de alunos (de níveis académicos de distintos). A motivação dos alunos foi evidente, demonstrando bastante interesse e, acima de tudo, tentado comunicar e interagir na língua de Camões.
O resultado foi muito positivo, deixando no “ar” a vontade de voltar e poder estar mais algum tempo por estas terras raianas. No entanto, há que destacar o esforço e dedicação de todos os envolvidos neste projecto (alunos, professores e, principalmente, os responsáveis e funcionários do grupo “Novadelta”) que possibilitaram a estes estudantes de português uma experiência que lhes ficará certamente na memória.

sábado, 24 de novembro de 2007

"Sueños Ibéricos" (El País, 24-11-07)


En la sección de Opinión de El País de hoy, podemos leer "Sueños ibéricos"


Unos 55 millones de habitantes, casi 600.000 kilómetros cuadrados, cerca de 4.000 kilómetros de costas y apenas por debajo de los 20.000 euros de renta per cápita. Ésos serían los datos sinalagmáticos de una nueva y formidable potencia europea que hace unos meses el Nobel portugués José Saramago quiso conjurar con la palabra, formulación a la que acaba de sumarse otro Nobel de Literatura, el alemán Günter Grass: la unión federal de España y Portugal, el sueño iberista hecho realidad.


Un Estado de esa naturaleza sería uno de los cinco grandes de Europa, sólo superado por Alemania con sus 85 millones de habitantes, y estaría virtualmente a la par de Italia, Reino Unido y Francia, que tienen cada uno entre 58 y 60 millones. Más aún, por superficie sería el mayor Estado de la Unión Europea, puesto que Francia, hoy líder continental del kilómetro cuadrado, sólo tiene 550.000.




quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Primeiro encontro com Carrazeda de Ansiães

Fotografia de Aníbal Gonçalves


"Um homem das terras planas chega aqui com a expectativa de encontrar o que para ele será exótico: altas montanhas como nunca viu. E eis que lhe surge muito mais que isso: as montanhas estão cá e impõem-se-lhe, esmagam-no, mas há, por toda a parte, os sinais do trabalho de quem aqui viveu ou vai vivendo. A esplendorosa natureza com tão abruptas arribas foi riscada do rio até aos cumes pelas doces linhas verdes das videiras donde virá o quente vinho que todo o mundo já bebeu e vai beber. Vou subindo, vou descendo, vou curvando e descurvando e tudo quanto vejo me fala do trabalho da gente que aqui vive na modelação da bela e agreste paisagem natural. Toca-me o coração, faz germinar em mim a felicidade de fazer parte deste povo capaz de arrancar o seu sustento de uma natureza impressionante, mas que exige tanta canseira de quem nela quer viver. Povo meu que, como eu já fiz, é capaz de partir para outras terras em busca do novo, do diferente, levando na memória imagens da terra onde se fez pessoa.

Em Carrazeda encontrei-me assim com a nossa tão forte, tão antiga identidade portuguesa: somos um povo que sabe amar a terra onde nasceu, sabe extasiar-se perante a sua beleza, sabe retirar dela o seu sustento; somos um povo que parte para longe querendo voltar. E voltamos porque a terra que amamos não pára de nos chamar.

Em Carrazeda, encontrei sinais de um passado mágico e sedutor: Ansiães com a românica igreja que nos transporta para um tempo medieval gravado em fantásticas imagens esculpidas no inesquecível portal e que nos deixa pensativos meditando no sentido de tão estreitas janelas. Ansiães apela à nossa ânsia de nos entendermos descobrindo o que em nós ainda vive do que imaginaram e construíram os nossos mais longínquos antepassados.

Em Carrazeda, descobri o Tua e o Douro tão diferentes e tão iguais: o Tua é uma fita de água que se desenrola entre linhas da terra cobertas por vides e sulcadas por comboios ocasionais; o Douro tem o mistério que nasce de uma toalha de água tranquila entre encostas que depressa chegam ao cume e passar no comboio pela borda de água desperta em nós o desejo de navegar o rio e de trepar pelos montes acima.

Pelo que aqui disse com as palavras possíveis, deve perceber-se que a minha primeira viagem a Carrazeda foi um feliz encontro com uma terra a que anseio voltar".



Texto de Américo Meira



quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Eram outros tempos

Fig. 208. Superfície total de Portugal-Império comparada com a da Europa.


"A nossa Fig. 208 mostra como Portugal estaria para a Europa, se à superfície da Metrópole acrescentássemos a das Ilhas Adjacentes e Províncias Ultramarinas. E as vantagens de ordem geográfica que nos apresenta no seu conjunto o Ultramar Português não resultam apenas da sua distribuição e extensão: resultam ainda da diversidade de condições de solo e clima das partes que o constituem, bem susceptíveis de formar um todo económico, como formam um todo político."


(Geografia de Portugal, de Amorim Girão, Portucalense Editora, Porto, 1960)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

O que é que num cartão lisboeta não está bem?

Fotografia de Zana Rouco


Reparem um bocadinho só e respondam à pergunta que se faz
a autora desta fotografia.

domingo, 18 de novembro de 2007

ASAE fechou Ginjinha do Rossio


Ginjinha está fechada


A histórica "Ginjinha do Rossio", no Largo de São Domingos, em Lisboa, amanheceu ontem de portas fechadas, para espanto dos muitos turistas e clientes que, todos os dias, por ali passam para provar o doce licor, num estabelecimento que faz parte da história da Baixa Pombalina. O portão estava fechado e no exterior não havia qualquer explicação para o misterioso encerramento, o que abriu espaço à especulação entre clientes e comerciantes da zona.

Ao que o JN apurou, o encerramento deveu-se a uma visita-surpresa da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) que, anteontem, participou numa operação-conjunta com a PSP, Direcção de Finanças de Lisboa e Direcção Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo. O principal objectivo foi a fiscalização de estabelecimentos de restauração e bebidas e o controlo de cidadãos estrangeiros, que habitualmente se concentram na zona. Trinta pessoas foram conduzidas à polícia por falta de identificação, duas foram detidas por permanência ilegal no país e quatro notificadas para abandonar o território nacional.

Além da "Ginjinha", um outro estabelecimento da zona foi encerrado por falta de condições higieno-sanitárias e técnico-funcionais. Só poderão reabrir depois de nova vistoria da ASAE. GP

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Parabens a Saramago, o ibérico

Palácio de Mafra celebra com Saramago 25 anos de "Memorial do Convento"

O Palácio Nacional de Mafra assinala sábado com um colóquio os 25 anos do livro "Memorial do Convento", no dia em que passam 290 anos desde o lançamento da primeira pedra do monumento.

"A obra de José Saramago tem trazido muitos visitantes ao Palácio", disse à Lusa a sua directora, Margarida Montenegro, sobre o romance "Memorial do Convento", que tem como pano de fundo a construção de um convento que viria a ser também Paço Real.

(...)

Depois da intervenção de Saramago, haverá teatro, com a peça "Memorial do Convento", uma co-produção do D. Maria II com o Palácio Nacional de Mafra que tem sido representada desde Março.

Os 25 anos do "Memorial do Convento" e os 85 anos de José Saramago serão também assinalados pela fundação José Saramago, no domingo.

Ler notícia completa RTP

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Cargado de homenajes, Saramago festeja sus 85 años

Coincide con los 25 años de la salida de "Memorial del convento"


Con una celebración en el Auditorio del Centro Cultural Conde Duque de Madrid, el escritor llega activo y lúcido a los 85: "Una edad a la que se llega con suerte", afirmó. Prepara su próxima novela El viaje del elefante.

Ver Comentarios

16.11.2007 | 10:45

"No soy un pesimista, sino un optimista bien informado", manifestó Saramago recientemente. | Fuente: Cedoc

Madrid- El escritor portugués José Saramago cumple hoy 85 años y lo festeja en Madrid, donde se organizaron diversos homenajes y celebraciones que recorren su vida y su obra, entre ellos, se festeja el 25 aniversario de la publicación de su primera gran novela, Memorial del convento.

En Madrid, el escritor y premio Nobel de Literatura, asistirá a un festejo en el Auditorio del Centro Cultural Conde Duque, según informó hoy el diario El País, mientras que en otros rincones del mundo también se celebra el aniversario de su nacimiento.

Pero los homenajes no sólo se limitan al día de hoy, el próximo 23 de noviembre en la Fundación César Manrique de Lanzarote, se exhibirá el contenido de la "vida secreta" del escritor, que cuenta con una gran cantidad de objetos que Saramago había guardado en valijas a lo largo de los años y que su mujer, Pilar del Río, se encargó de desempolvar.



Eventos em Espannha e Portugal, bom fim-de-semana

EM PORTUGAL

Festa da Vinha e do Vinho 2007
| 10-11-200718-11-2007




Entre os dias 10 e 18 de Novembro de 2007, a Câmara Municipal de Borba volta a abrir as portas da Festa da Vinha e do Vinho 2007.
A Festa da Vinha e do Vinho 2007 integra uma série de Feiras Temáticas - Vinhos e Enoturismo, Gastronomia, Produtos Regionais, Artesanato, Equipamentos e Serviços Vitivinícolas, Institucional e Empresarial.




EM ESPANHA

Marta de Menezes. Retrato Proteico.

MEIAC: 18 de octubre a Noviembre de 2007

Comisariado, Inês Moreira

Retrato Proteico es un proyecto artístico en el que la artista Marta de Menezes (Lisboa, 1975) se retrata a través de diversos media. Su auto-retrato artístico se sirve de medios tecnológicos y de conocimientos de las ciencias biológicas en su proceso de materialización. Es un proceso de exploración e investigación que, como en otros proyectos de la autora, atraviesa la creación artística, las convenciones de la historia del arte y los procesos técnicos, los lenguajes y las convenciones gráficas de la ciencia y la tecnología. Ler mais..


quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Novembro, mês do Mar...

Exposição “Berlengas: Desenho, ilustração e Fotografia”


O Edifício Cultural da Câmara Municipal de Peniche, irá ter patente ao público entre os dias 7 de Novembro e 7 de Dezembro de 2007, uma exposição multimédia em que o tema base é o extenso e rico património natural do arquipélago das Berlengas, uma das maravilhas da natureza nacionais. “Berlengas: desenho, ilustração e fotografia” é o resultado de uma expedição de 7 dias realizada em Junho de 2007, a qual foi liderada por Pedro Salgado, biólogo e conceituado Ilustrador científico nacional, que reuniu uma equipa de 7 pessoas (um fotógrafo e seis ilustradores) com formações diversas (biólogos, designers, músicos, escultores), mas tendo como denominador comum a experiência, a formação e a sensibilidade para o desenho de campo, de natureza e de paisagem.
Durante os sete dias da expedição, Pedro Salgado (biólogo), Sandra Tapadas (escultora), Marco Correia (designer), João Lucas (músico), Filipe Franco (designer), Sara Simões (designer) e Henrique Queiroga (biólogo) passaram o seu tempo a desenhar a paisagem, as falésias, a fauna e a flora das Berlengas, elaborando, no final, um caderno de campo num estilo muito pessoal. Além do desenho, a fotografia percorreu os mesmos locais, abordando os mesmos motivos e retratando os ilustradores em plena actividade de campo. Também durante este período, foi recolhida uma grande variedade de sons, resultando na composição de uma banda sonora que transmite toda a magia e experiência singular das Berlengas.
Esta exposição multimédia conta com o apoio do Município de Peniche, Universidade de Aveiro e Reserva Natural das Berlengas – ICNB e com o patrocínio do Banco Espírito Santo e das Águas de Portugal. “Berlengas: desenho, ilustração e fotografia” está integrada nas actividades a serem dinamizadas pelo Município de Peniche durante o Mês do Mar (Novembro 2007).

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Sobre Uruguay, portugués y literatura

La noticia de que el gobierno de Uruguay ha decido implantar la enseñanza obligatoria del portugués como lengua extranjera nos ha hecho a todos mirar, con satisfacción y optimismo, hacia este país fronterizo con Brasil. Las relaciones de frontera entre estos dos países son realmente interesantes en términos culturales (ni que decir en términos económicos). El contacto entre las dos lenguas en las regiones del norte de Uruguay ha dado lugar a dialectos fronterizos de base portuguesa e influencia española, hablados sobre todo por la población rural. Son los llamados Dialectos Portugueses del Uruguay (DPU) y un nombre de referencia en su estudio es el del lingüista Adolfo Elizaicín. Algunos de sus trabajos están colgados en la red. Pero además, esta lengua “mestiza”(“fronteriza”, “carimbaó” o “portuñol”) ha pasado en algún caso a la literatura. El escritor uruguayo Saúl Ibargoyen sitúa algunas de sus novelas en este espacio de frontera y en concreto una, Toda la tierra (Montevideo, Ediciones Caracol, 2000), reproduce el registro mezcla de español y portugués de las gentes que lo habitan. Os transcribo un fragmento para que apreciéis esta lengua que reconocemos, al mismo tiempo, como propia y extranjera.



Aquí les estoy presentando a meu sobrino, Juanito Bautista. Es él de Canguçueiro, mesmamente que yo. Largo camino tiene hecho el coitado, pasando por Puerto Polvo… Lo mandé buscar, como vosés saben, nos hizo el favor de allegarse hasta Siete Árboles.”

Beinvindo, bienvenido a sus casas de usté, don Juanito. Boa visita es la suya para nos…”

“Placer tengo en conocerlo, sí…”

“Mais, cansado debe de estar, viaje complicado seguramente tuvo, con tales caminos…Si el señor querer, pos ya le endilgamos su recámara. Depois de trocar ropas, podemos cenar.”

“Voy a agradecer, doña Juana Mangarí. Es lo que la señora disponga.”

Gué, veo que están en buen entendimiento. Y a ti, Almendorina, miña filia, béin bonita te apreciamos esta noche.”




Mª Jesús Fernández, Universidad de Extremadura


(Por si alguien quiere leer más, publiqué un artículo “Portuñol y Literatura” en la Revista de Estudios Extremeños, 2006)

Saudade


"Não se pode explicar a palavra 'saudade' em seu sentido lusitano, sem remontar-se à mentalidade linguística portuguesa (...). Um português não precisa explicá-la; já nasce com ela, leva-a dentro de si. Conhece-a com o coração, não com a cabeça. Assim acontece com a 'brasilidade' (...). Existem elementos da língua que não são captados pela razão; para eles são necessárias outras antenas."


Guimarães Rosa in "Cadernos de Literatura Brasileira" - Vols. 20 & 21


Fotografia de Sérgio Bade, tirada da página, assim como o texto de Guimarães Rosa, de José Antônio Du Carvalho no Flickr.


domingo, 11 de novembro de 2007

Bela Silva World

A nossa amiga Bela Silva estará logo logo na Extremadura, participando num curso de língua e cultura portuguesa organizado pelo CPR de Zafra. Hoje visitamos a magnífica exposição fruto de um ano de trabalho que está exposta no Palácio da Ajuda.

A exposição Bela Silva. Escultura cerâmica inaugurou no dia 16 de Outubro, dentro do ciclo “Um olhar sobre o Palácio”. A não perder.

Esta artista plástica radicada em Lisboa e Nova Iorque, inspirou-se nas aves da colecção de cerâmica para criar peças em grés e porcelana, que podem ser vistas nos aposentos da família real. Em paralelo, À vol d’oiseau inclui cerca de cinquenta peças do acervo histórico que inspiraram a artista e inaugura um espaço dedicado à cerâmica decorativa. Palácio Nacional da Ajuda, Largo da Ajuda, Lisboa.


Bela Silva World


sábado, 10 de novembro de 2007

Fatal (Adélia Prado)


De Adélia Prado, já lemos neste blogue "Ensinamento". Agora é "Fatal", poema que encontrei no Flickr com esta bela fotografia de Juca Filho a ilustrá-lo.



FATAL


Os moços tão bonitos me doem,
impertinentes como limões novos.
Eu pareço uma atriz em decadência,
mas, como sei disso, o que sou
é uma mulher com um radar poderoso.
Por isso, quando eles não me vêem,
como se dissessem: acomoda-te no teu galho,
eu penso: bonitos como potros.
Não me servem.
Vou esperar que ganhem indecisão.

E espero.

Quando cuidam que não,
estão todos no meu bolso.


sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Língua portuguesa obrigatória no Uruguai

Hoje é notícia

A língua portuguesa obrigatória no Uruguai. Imagino que algum dia uma coisa assim acontecerá na Extremadura espanhola. Sei que há vontade, mas precisamos de mais alguma coisa que não seja só isso que os espanhóis chamam "voluntarismo". É uma decisão estratégica.

É por isso que não podemos esperar a que cada "claustro" de cada liceu tenha essa vontade, porque pode acontecer que não tenha e algo tão importante para o desenvolvimento da região não pode estar nas mãos de interesses que, às vezes, são muito "corporativistas".


Montevideu

A Língua Portuguesa vai ser disciplina obrigatória no Uruguai a partir do próximo ano lectivo de 2008, anunciou o governo uruguaio.
O ensino do Português, como língua estrangeira tinha anteriormente um carácter facultativo e um estatuto de matéria extracurricular. A partir do próximo ano lectivo as aulas serão coordenadas por um programa nacional do Departamento de Educação Bilíngue da ANEP (Administração Nacional da Educação Pública), com claros delineamentos metodológicos e com o objectivo de formar cidadãos que dominem os dois idiomas.

Conforme Luísa Bastos de Almeida, embaixadora portuguesa no Uruguai, salientou, além do espanhol a língua portuguesa é actualmente falada por muitas crianças uruguaias, existindo actualmente nas regiões fronteiriças entre o Uruguai e Brasil inúmeras escolas primárias onde já estava implementado, desde 2003, o ensino bilíngue em espanhol e português.

A existência deste programa reconhece oficialmente que o português é a língua materna de muitas crianças que estudam nas escolas de fronteira com o Brasil e para as quais o espanhol funciona como uma língua secundária.

O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga, que se encontra no Uruguai para uma visita oficial salientou que o ensino do Português é importante não só para os jovens luso-descendentes que residem no Uruguai, mas também para todos os nativos que a queiram aprender.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Seu Jorge


Seu Jorge, brasileiro de 36 anos, é um homem elegante e com estilo. O género de homem que se destaca no meio de uma multidão. Uma longa silhueta escura que parece vestir um smoking dentro da t-shirt, ou trazer uma t-shirt dentro do smoking!
Seu Jorge, de Jorge Mário da Silva, já participou até agora em mais de dez filmes, entre eles, “Cidade de Deus”, onde ficou famoso com a personagem Mané Galinha, e «The Life Aquatic With Steve Zissou» (“Um peixe fora de água”) de Wes Anderson, produzido pelos estudios Disney e com a participação de Bill Murray, Angelica Houston e William Daffoe.
Antes de ter participado no filme “Cidade de Deus”, como Mané Galinha, Seu Jorge já conhecia muito bem todo o universo descrito neste filme: toda a sua infância foi vivida nas favelas do Rio, o que lhe deu uma formidável determinação e comprometimento político.
De novo sozinho, após o fim da banda, o cantor lançou o seu primeiro disco a solo - “Samba Esporte Fino” – editado em Portugal com o título “Carolina”, produzido por Mario Caldato Jr., o mesmo dos Beastie Boys. A procura do CD foi grande, mesmo depois de esgotado. Ao mesmo tempo estreava o filme - Cidade de Deus. E, de repente, Seu Jorge era o Mané Galinha. O sucesso foi inevitável!
Hoje, define-se como um compositor popular, que gosta de inúmeros géneros musicais, mas o seu grande trunfo é o samba. «O samba é a nossa vida, a nossa particularidade, nossa medalha de ouro, nosso baluarte, nosso estandarte brasileiro», diz Seu Jorge.
O seu álbum, “Cru” que já vendeu dezenas de milhar de cópias em França. O vídeo-clip da música “Tive razão” foi rodado em Roma, com a participação dos actores William Dafoe e Bill Murray e sob a direcção da cineasta Mariana Jorge.
Dia 09 de Novembro
Grande Auditório CAEP
Inicio 21.30h
Preço único 25€

El portugués, lengua estratégica para Extremadura


NO son demasiadas las personas que saben que el portugués no es sólo una lengua europea de origen galaico-portugués y hablada por diez millones de personas en el país vecino, sino la quinta lengua más hablada del mundo, empleada por una comunidad internacional de 230 millones de habitantes, que cubre una amplia diversidad de países (y también de instituciones y organismos): Portugal, Brasil, Angola, Guinea Bissau, Mozambique, Cabo Verde, Santo Tomé y Príncipe, pero también Macao, Timor Oriental y algunas zonas de la India que fueron colonias portuguesas: Goa, Damán y Diu y Dadra y Nagar Haveli. Y, con un carácter minoritario, las zonas fronterizas de Brasil con Bolivia, Paraguay y Uruguay debido a la migración de brasileños, en su mayor parte dedicados al comercio. Hasta el momento, sobre todo desde 1992, grandes han sido los esfuerzos y el interés demostrado por la Junta y por nuestra Comunidad Autónoma por favorecer y aplicarse en el aprendizaje del portugués: Filología Portuguesa en la UEx, muchas Escuelas Oficiales de Idiomas con oferta mayoritaria de portugués y cierto número de Institutos, sobre todo de Secundaria y 'rayanos', y multitud de cursos financiados por el Gabinete de Iniciativas Transfronterizas que ofertan, cuanto menos, un 'baño' en portugués elemental. Digamos que se ha tomado, en primer lugar, consciencia y, por otra parte, que se ha conseguido cambiar desde una situación de ignorancia y desprecio de antaño hacia otra promisoria de curiosidad e interés, si no generalizado, al menos, mayoritario. El portugués es estratégico para Extremadura, no sólo porque lo habla Portugal y sus principales centros económicos y financieros aparte de nuestros vecinos del Alentejo y Centro, sino porque lo habla Brasil y el resto de la extensa comunidad lusófona mundial. Por ello será necesario considerar la mejora, generalización y cualificación de la política de formación y transmisión del portugués como una inversión y no como un gasto superfluo o añadido más. Su financiación completa y cómplice con el futuro nos colocará en una posición cosmopolita y nos devolverá grandes réditos sociales y económicos. En este sentido, estimamos que las líneas de mejora en esta prometedora legislatura deberán caminar hacia: 1) La generalización del aprendizaje en todos los colegios, en algunos casos con proyectos bilingües o trilingües. 2) La creación y consolidación del número suficiente de plazas de funcionarios fijos en los diferentes niveles y modalidades educativas públicas, de tal manera que puedan ejercer la profesión en Extremadura y transmitir su conocimiento un conjunto amplio de profesionales cualificados, que procedan del ámbito regional, nacional o internacional. 3) El establecimiento de la obligatoriedad de la enseñanza del portugués como segunda lengua extranjera estratégica. 4) La promoción de la creación de métodos de aprendizaje interactivo por Internet para adultos y niños, en todos los niveles y para todas las lenguas especializadas. 5) La dotación de ordenadores a las Escuelas Oficiales de Idiomas y al resto de niveles educativos, de tal manera que los métodos interactivos creados puedan ser utilizados por sus destinatarios últimos. 6) La evaluación continua de la capacidad comunicativa y los recursos didácticos empleados por los docentes en los cursos de portugués oficiales o financiados con dinero público, lo que hará necesario pedir ayuda y establecer un convenio de colaboración con el Instituto Camoes para facilitar el reciclaje permanente de los docentes de portugués. 7) La promoción de una política social de acceso a Internet y para la compra de ordenadores con fines educativos, sobre todo en las capas más desfavorecidas de la población, que también tienen el derecho y el deber de estos aprendizajes. 8) El establecimiento de acuerdos y convenios con los medios de comunicación y de difusión portugueses y lusófonos, de tal forma que se favorezca la disponibilidad de material multimedia continuo, novedoso, renovado e interesante. 9) La incentivación para la creación de una mediateca de portugués y de estudios portugueses que esté disponible y accesible a través de Internet. 10) El fomento del intercambio bilingüe de las nuevas generaciones, tanto en encuentros reales, como a través del ciberespacio. 11) El fomento del intercambio de profesores, estudiantes y ciudadanos, para que haya un adiestramiento recíproco en portugués y en español por la comunidad no sólo hispanolusa, sino iberófona internacional. Esperamos que Extremadura sea inteligente y rentabilice pronto una amplia y estratégica inversión en portugués y en el bilingüismo hispanoluso.

MARÍA ANTONIA PIRES es profesora de la Escuela Oficial de Idiomas de Badajoz y LUIS FERNANDO DE LA MACORRA de la Universidad de Extremadura

"Braço armado em parvo"- Gato Fedorento

Ser o parecer

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Para mim comer?

« (...) Tal regra é completamente inexistente no português europeu e, mais uma vez, torna esta variante brasileira num sistema linguístico mais parecido com o inglês. Compare-se a expressão isto é para mim comer, impossível em português europeu, com a expressão inglesa this is for me to eat.»

Eduardo Paiva Raposo e uma possível explicação para o abominável «para mim comer» in Boletim de Filologia.

domingo, 4 de novembro de 2007


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sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Tradições portuguesas

Na noite de 31 de Outubro Cidões comeu cabra para não ter um ano de azar.



Na noite mais propícia a todos os sustos, 31 de Outubro, a população de Cidões, em Vinhais, esconjura os demónios comendo, literalmente, a mais tradicional representação do demo: a cabra. Como se não bastasse, a dita é cozinhada em grandes potes, sobre o fogo intenso do canhoto (tronco). Ninguém acredita em bruxas, mas não vá o diabo tecê-las, e melhor é todos petiscar a cabra,seja ela demónio, belzebu, diabo ou qualquer outro espírito maligno.

A festa é simbólica, mas está muito arreigada no espírito dos cidonsenses, que se deslocam de vários pontos do país só para participar.
A origem da festa perde-se na memória! É uma festa tradicional muito antiga, que nem os próprios habitantes de Cidões conhecem a data de origem.


Ali, não há lugar aos mais recentes atropelos, à tradição com costumes importados, não há vestígio de fantasias de bruxas de vassoura e chapéu negro nem abóboras luminosas do Halloween. Há cruzes, credo, benzem-se os mais velhos. A tradição nesta aldeia é genuína.

O banquete inicia-se por volta das 20h. Normalmente são esperadas algumas centenas de pessoas para a tradicional festa da "Cabra e do Canhoto". Geralmente o número ultrapassa os 400 comensais. A organização tem preparadas habitualmente, quatro machorras (cabras estéreis) para dar de comer a quem aparecer. A noite escura como o breu (coisa muito escura) é aquecida com vinho e aguardente.

Enquanto o repasto vai apurando, os comensais petiscam castanhas assadas, figos e outros frutos secos.

O cenário é o ideal para uma noite de bruxarias. A aldeia está encaixada no sopé da serra, a estrada é íngreme, com declive acentuado, longe de tudo.

A noite é de transgressão. Após o jantar, os rapazes viram a "aldeia do avesso", roubam vasos de flores das varandas, voltam carros de bois e carroças. Depois, vão passear com o carro de bois por toda a localidade, de modo a não deixar dormir ninguém devido ao "chiar" (ranger) das suas rodas.
"Chateavam-se e chateiam-se com esta barulheira, mas há que aguentar". Reza a lenda que quem se aquecer na fogueira afasta a má sorte, Já diz o provérbio: "quem no canhoto não se aquecer e da cabra não comer, um ano de azar vai ter".

A tradição mantem-se

A festa da cabra e do canhoto é uma tradição ligada à noite de Todos os Santos, que se perdeu na maioria das localidades. Em Cidões queima-se o canhoto (tronco) e faz-se uma grande fogueira com lenha furtada, onde se cozinha cabras velhas.

Velhas, gordas e boas

Os costumes recomendam o uso de machorras (cabras velhas estéreis), que costumam engordar muito e por isso são boas para o banquete.

Fogueira num cruzamento

A grande pilha de lenha que servirá para cozinhar a cabra já é recolhida durante o fim-de-semana anterior, para acautelar situações imprevistas. É colocada na estrada da aldeia próxima de um cruzamento, locais cheios de misticismo associados a bruxarias.

Receita do repasto

Põe-se a carne da cabra dois dias em vinha-de-alhos. Pegua-se num pote de ferro e junte-se à carne azeite, cebola, cenoura e vinhos . O tempero do repasto é segredo. Dizem os os cidonsenses que é ancestral e que só "Chico", o cozinheiro oficial, o conhece.