terça-feira, 30 de outubro de 2007

"Vou-me embora pra Pasárgada..."

(Foto de Shugary no Flickr)

O acaso, que tanto jeito dá na internet, me levou a "Domingo. Tiros. E Manuel Bandeira!", post de 17 de Junho de um blogue brasileiro:

"A manhã começou agitada. Domingo, Rio de Janeiro, sol. Da janela da sala ouvia-se tiros, muitos tiros. Pareciam estar ali na esquina. A vizinhança cochichava. É claro que um curioso foi sondar de onde vinham os tiros. Sim, a polícia estava bem ali na esquina. Aqui em casa, nos olhávamos preocupados. Ninguém ousou dizer uma palavra sequer. O silêncio permaneceu até o vizinho do primeiro andar gritou:

- Rio de Janeiro? Que nada! Vou me embora pra Pasárgada!

A risada foi coletiva. A pequenina ria mesmo sem entender o que Pasárgada significa."

Pois é. "Vou-me embora pra Pasárgada", o célebre poema de Manuel Bandeira:


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada


E onde fica essa cidade? O próprio Manuel Bandeira escreveu no seu Itinerário de Pasárgada:

Quando eu tinha os meus quinze anos e traduzia na classe de grego do Pedro II a Ciropedia fiquei encantado com esse nome de uma cidadezinha fundada por Ciro, o Antigo, nas montanhas do sul da Pérsia, para lá passar os verões. A minha imaginação de adolescente começou a trabalhar e eu vi Pasárgada e vivi durante alguns anos em Pasárgada..

Mais de vinte anos depois, num momento de profundo cafard e desânimo, saltou-me do subsconsciente este grito de evasão: “Vou-me embora pra Pasárgada!”. Imediatamente senti que era a célula de um poema. Peguei do lápis e do papel, mas o poema não veio. Não pensei mais nisso. Uns cinco anos mais tarde, o mesmo grito de evasão nas mesmas circunstâncias. Desta vez o poema saiu quase ao correr da pena. Se há belezas em “Vou-me embora pra Pasárgada”, elas não passam de acidentes. Não construí o poema, ele construiu-se em mim nos recessos do subconsciente, utilizando as reminiscências da infância – as história que Rosa, a minha ama-seca mulata, me contava, o sonho jamais realizado de uma bicicleta etc. O quase inválido que eu era ainda por volta de 1926 imaginava em Pasárgada o exercício de todas as atividades que a doença me impedia.

“E como eu farei ginástica... tomarei banhos de mar!” A esse aspecto Pasárgada é “toda a vida que podia ter sido e que não foi”.


Belas palavras a iluminarem a construção do poema, com esse pungente final: "toda a vida que podia ter sido e que não foi"... Como tantas vezes acontece na vida, é.


sábado, 27 de outubro de 2007

Clarice no Museu da Língua Portuguesa



Já passou. De 24 de Abril a 2 de Setembro deste ano esteve patente no Museu da Língua Portuguesa de São Paulo uma exposição intitulada "Clarice Lispector. A hora da estrela", mas para aqueles que não pudemos visitá-la pessoalmente, cá temos o site dessa exposição.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Crónica do concerto de Rão Kyao - Badajoz, 23 de Outubro



Parabéns José Ignacio, a presença do blog é formidável e para contribuir, deixo o meu primeiro grão.

Eu vou fazer o comentário do concerto ao vivo, que Rão Kyao deu no passado dia 23 às vinte e uma horas no Teatro López de Ayala de Badajoz, organizado por Ágora Escena, e que tive a sorte de presenciar. Foi fantástico. Embora seja complicado falar do que eu senti durante a hora e meia do concerto, vou tentar fazê-lo.
Eu já o conhecia, porque há alguns anos, numa viagem pelo sul de Portugal, creio que foi em Faro, andava a procura numa loja de discos de nova música portuguesa e entre outros apresentaram-me o disco, em vinil, Fado bailado de Rão Kyao e o mestre da guitarra portuguesa António Chaínho. Quando o ouvi, senti que esses sons tirados do saxo e da guitarra eram mais alguma coisa do que simples acordes. Depois daquilo, não foi até ao disco, já em CD, Delírios Ibéricos (onde a músicas portuguesa e o flamenco, de mão dada com Ketama, e cruzavam) que tive ocasião de voltar a ouvi-lo, podendo comprovar que continuava a ser tão bom músico. Adoro esse disco. Sei que por enquanto gravou 17, mas eu desde aquela altura não tinha ouvido mais nada dele.
Mesmo assim fiquei muito contente quando soube do seu concerto cá, tão perto. Não hesitei em deslocar-me até Badajoz para desfrutar com a sua música.
E ali estava ele. Era mesmo o próprio Rão Kyao no palco. Apareceu portando sete flautas de bambu colocadas num suporte que fazia pensar em outro instrumento um bocado esquisito. Acompanhava-o o resto do grupo: aos teclados Renato, à bateria André, à percussão Ruca, que foram apresentados por ele ao longo do concerto. Peço desculpa mas do nome do guitarrista não consigo lembrar-me.
A sala estava quase cheia e as pessoas bem dispostas. A actuação começou com os sons da terra, o ar ficou cheio de luz com o seu primeiro tema Saudando ao sol, a seguir os sons rurais fizeram lembrar os nossos jogos de criança. O percurso pelos cantos da Alfama, a sua luz e a presença dos seus moradores, chegam com o tema Porto Alfama. A seguir, um paseio pelo imaginário alentejano com Castro Verde. Um dos temas de que mais gostei foi A lua e os lobos, a linguagem da natureza chegava das notas numa eclosão de cores que fez estremecer a sala toda, era mesmo a força do vento e o tremer da terra o que se ouvia. A maresia chegou com Troia. Outro dos temas que gostei bastante, Asas do sonho, levou-me a través de sensações a flor de pele a um mundo onde tudo é possível. Ficou muito claro, por tantas alusões ao fruto do deus Baco, o seu gosto pelo requintado e, segundo ele disse, tão misterioso elixir, atingindo-nos com o seu aroma em A festa do vinho. Além disso, a mágica e antiga chama do mundo muçulmano entrou numa bela prenda, Fado andalusí. Os sons e sabores da terra dos cantos antigos do povo encheram de ar fresco os nossos pulmões com o tema Velha Baixa. Depois, um solo da bateria quis que a mesma montanha viesse até nós desafiando ao próprio profeta, a percussão juntou-se e já o diálogo entre eles a todos estremeceu em Dança da Montanha. Esse momento foi sublime e os aplausos abraçaram-lhe. Finalmente presenteou-nos com um tema inédito onde o ar do Oriente esteve presente. Já concluído o concerto e ao abrigo dos aplausos fizemo-lo sair de novo, dedicando-nos outros dois temas que partilhámos com ele a bater palmas e dançando aos sons dos temas baseados principalmente na música popular portuguesa. Fiquei maravilhado, foi uma noite inesquecível.

Mérida, 24 de Outubro de 2007


Texto de Manuel Díaz Pérez (N.I.-1º) EOI Mérida

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Quem escreveu "Os Lusiadas"?

Numa manhã, a professora pergunta ao aluno:- Diz-me lá quem escreveu "Os Lusíadas"?
O aluno, a gaguejar, responde:
- Não sei, Sra. Professora, mas eu não fui.
E começa a chorar. A professora, furiosa, diz-lhe:
- Pois então, de tarde, quero falar com o teu pai.
Em conversa com o pai, a professora faz-lhe queixa:
- Não percebo o seu filho. Perguntei-lhe quem escreveu "Os Lusíadas" e ele respondeu-me que não sabia, que não foi ele...
Diz o pai:
- Bem, ele não costuma ser mentiroso, se diz que não foi ele, é porque não foi. Já se fosse o irmão...
Irritada com tanta ignorância, a professora resolve ir para casa e, na passagem pelo posto local da G.N.R., diz-lhe o comandante:
- Parece que o dia não lhe correu muito bem...
- Pois não, imagine que perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas" respondeu-me que não sabia, que não foi ele, e começou a chorar.
O comandante do posto:
- Não se preocupe. Chamamos cá o miúdo, damos-lhe um "aperto", vai ver que ele confessa tudo!
Com os cabelos em pé, a professora chega a casa e encontra o marido sentado no sofá, a ler o jornal. Pergunta-lhe este:
- Então o dia correu bem?
- Ora, deixa-me cá ver. Hoje perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas". Começou a gaguejar, que não sabia, que não tinha sido ele, e pôs-se a chorar. O pai diz-me que ele não costuma ser mentiroso. O comandante da G.N.R. quer chamá-lo e obrigá-lo a confessar. Que hei-de fazer a isto?
O marido, confortando-a:
- Olha, esquece. Janta, dorme e amanhã tudo se resolve. Vais ver que se calhar foste tu e já não te lembras...!

Manuel António Pina no MEIAC (e III)



Hoje, Manuel António Pina lerá os seus versos às 12:30 para alunos de escolas secundárias no CPR de Badajoz , e às 20:30 no Salão de actos do MEIAC.



NUMA ESTAÇÃO DE METRO

A minha juventude passou e eu não estava lá.
Pensava em outra coisa, olhava noutra direcção.
Os melhores anos da minha vida perdidos por distracção!

Rosalinda, a das róseas coxas, onde está?
Belinda, Brunilda, Cremilda, quem serão?
Provavelmente professoras de Alemão
em colégios fora do tempo e do espa-

ço! Hoje, antigamente, ele tê-las-ia
amado de um amor imprudente e impudente,
como num sujo sonho adolescente
de que alguém, no outro dia, acordaria.

Pois tudo era memória, acontecia
há muitos anos, e quem se lembrava
era também memória que passava,
um rosto que entre os outros rostos se perdia.

Agora, vista daqui, da recordação,
a minha vida é uma multidão
onde, não sei quem, em vão procuro
o meu rosto, pétala dum ramo húmido, escuro.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Revista Super Interessante Grátis


A Super Interessante oferece todo o seu acervo de textos gratuitamente! São mais de 12 mil páginas com as matérias de capa e algumas das seções que construíram a história da revista. Em breve, todos os especiais, o restante das seções e o conteúdo integral das edições em 2005 e 2006 também estarão disponíveis.


segunda-feira, 22 de outubro de 2007

“A little more Blue” de Maria de Medeiros


Chegou em Abril ao mercado ibérico o "disco de estreia da actriz Maria de Medeiros. “A little more Blue” tema de Caetano Veloso baptiza o cd e revela Maria de Medeiros cantora de jazz, MPB, bossa nova…e… pasme-se, com uma segurança e luminosidade que nada fica a dever a muitas cantoras (profissionais) que por aí andam. No encarte do disco Maria revela a sua admiração pela música e compositores brasileiros e é esta admiração aliada a uma simplicidade e principalmente a muita humildade que fazem deste trabalho uma grata surpresa. Acompanhada por 3 músicos – Jeff Cohen, Joel Grare e Emek Evci, Maria de Medeiros abre o disco com “Joana Francesa” interpretado em francês e português, um português do Brasil mas sem soar forçado ou falso, tudo isto aliado ao talento nato para a interpretação da actriz e temos cantora! “Acorda amor” também de Buarque é o tema seguinte e é outra surpresa, tanto musical como na interpretação divertida e sentida de Maria, “A little more blue” tem aqui uma leitura emotiva e muito bonita, sem dúvida um dos temas mais fortes do disco. “Samba de Orly” que vai crescendo à medida que a melodia avança, a lindíssima “Acalanto”, as geniais e “despidas” leituras de “Tanto mar” e “O que será”, “Começar de novo” de Ivan Lins, a poderosa “O quereres” (o meu tema favorito do disco), a tocante “A noite do meu bem” e a soberba “Ela faz cinema” (que no original de Chico Buarque não surpreendeu e aqui renasce num genial dueto com Jorge Drexler) são outros dos destaques de um primeiro disco em que se prova mais uma vez que a simplicidade e a entrega são o suficiente para um trabalho chegar de mansinho e aterrar logo no nosso coração. Menina Maria de Medeiros, seja muito bem vinda ao mundo das canções!"

Grândola cria Observatório Mundial da Canção de Protesto


A autarquia de Grândola está a implementar o Observatório Mundial da Canção de Protesto, sendo que o projecto foi apresentado dia 21 de Outubro, às 14.30 horas, na Biblioteca Municipal de Grândola.
Assim sendo, neste dia, a música de intervenção foi homenageada com um colóquio sobre José Afonso. O moderador do debate foi o presidente da Associação José Afonso - Alípio Rodrigues, sendo que esta actividade teve como oradores Daniel Proença de Carvalho, o Percussionista Rui Rodrigues e Helena Afonso, filha de José Afonso.
Ainda no dia 21, mas à noite, o destaque foi para um concerto que juntou em palco, ao fim de 30 anos, Francisco Fanhais, José Mário Branco e Paco Ibañes.
Hoje, dia 22, Dia do Concelho, decorre a Sessão Solene Comemorativa da Atribuição de Foral durante a qual serão entregues as Medalhas de Mérito Municipal. A cerimónia está marcada para as 15.30 horas no Parque de Feiras e Exposições.

domingo, 21 de outubro de 2007

Falsos amigos

La lista que presentamos a continuación es la versión corregida y aumentada de la primera lista, publicada hace nueve años en el número 47 de puntoycoma.

La lista consta de cuatro columnas:

1.ª columna: entradas portuguesas; 2.ª columna: traducción española de la 1.ª columna. 3.ª columna: entradas españolas (casi) homógrafas u homófonas de las entradas portuguesas de la 1.ª columna; 4.ª columna: traducción

PORTUGUÊS

equivalente español

ESPAÑOL

equivalente português

abonar avalar abonaradubar, pagar
aborrecer molestar, aburrir aborrecerter aversão, detestar
abrigo refugioabrigocasacão, sobretudo
aceitar aceptar aceitarlubrificar (com óleo)
aceite (v. aceitar)
(cf. azeite)
aceptado aceite (s.)azeite, óleo
aceso (adj.) encendido acceso (s.)acesso, entrada
acordar despertar, acordar acordar(se)lembrar-se

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Historias de la frontera

Historias de la frontera (I) . Un maná sobre Badajoz (La Gaceta del jueves, 19 de octubre de 2006). Bajar

Historias de la frontera (y II). La enseñanza del portugués supera ya al francés. (La Gaceta del jueves, 19 de octubre de 2006). Bajar

Camoes seduce a Cervantes (Reportaje de la Revista La Vanguardia, 9 de octubre de 2006). Bajar Pdf1 y pdf2

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Manuel António Pina em Badajoz (II)

Como já dissemos numa postagem do dia 3, Manuel António Pina estará em Badajoz no dia 25 deste mês no Salão de actos do MEIAC, às 20:30, para ler os seus poemas.



Manuel António Pina nasceu em Sabugal (Beira Alta) em 1943. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Jornalista, entre 1971 e 2001, do Jornal de Notícias, onde foi Editor e Chefe de Redacção. Colaboração em numerosos outros órgãos de Comunicação Social: República, Diário de Lisboa, o Jornal, Expresso, JL/ Jornal de Letras, Artes e Ideias, Marie Claire, Visão, Rádio Porto, RTP, Península (Barcelona)... Foi professor da Escola Superior de Jornalismo do Porto e membro do Conselho de Imprensa. É actualmente colunista da revista Visão. É autor, entre outras, de mais de três dezenas de obras de poesia, crónica, ensaio e literatura infantil e ainda de duas dezenas de peças de teatro. Obras suas foram levadas ao cinema, TV e BD, bem como musicadas e editadas em disco. A sua poesia encontra-se traduzida em francês, inglês, dinamarquês, espanhol, galego, alemão, catalão, neerlandês, búlgaro, servo-croata e corso; e a sua obra infanto-juvenil em dinamarquês, alemão, espanhol e galego.


Na biblioteca

O que não pode ser dito
guarda um silêncio
feito de primeiras palavras

diante do poema, que chega sempre
demasiadamente tarde,

quando já a incerteza
e o medo se consomem
em metros alexandrinos.
Na biblioteca, em cada livro,

em cada página sobre si
recolhida, às horas mortas em que
a casa se recolheu também
virada para o lado de dentro,

as palavras dormem talvez,
sílaba a sílaba,
o sono cego que dormiram as coisas
antes da chegada dos deuses.

Aí, onde não alcançam nem o poeta
nem a leitura,
o poema está só.
E, incapaz de suportar sozinho a vida, canta.


Agora É

Agora é diferente
Tenho o teu nome o teu cheiro
A minha roupa de repente
ficou com o teu cheiro

Agora estamos misturados
No meio de nós já não cabe o amor
Já não arranjamos
lugar para o amor

Já não arranjamos vagar
para o amor agora
isto vai devagar
isto agora demora

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Ágora Escena. Badajoz

Fotografia de AlmeidA (Flickr)


ÁGORA
Escena


LA CULTURA PORTUGUESA ENVUELVE LA CIUDAD
BADAJOZ 16 AL 30 DE OCTUBRE



EXPOSICIÓN

Artistas Plásticos de la Raya
Del 16 al 27 de octubre
Local: Sala de exposiciones Vaquero Poblador del Palacio de la Diputación Provincial


LUNES, 22 DE OCTUBRE
Teatro:
21.00 h. Teatro López de Ayala
La alegre historia de Portugal en 90 minutos. Compañía Teatro Bocage.



MARTES, 23 DE OCTUBRE
Concierto:
21.00 horas. Teatro López de Ayala
Rão Kyao



MIÉRCOLES, 24 DE OCTUBRE
Muestra de cortometrajes portugueses “El mes + corto”
20.30 h. Centro de Ocio Contemporáneo (COC).
Sala de Proyección de la Filmoteca de Extremadura en Badajoz


JUEVES, 25 DE OCTUBRE
Encuentros literarios
20:30 h. Salón de actos del MEIAC
Escritor: MANUEL ANTÓNIO PINA


Actuación musical
22.30 h. Sala Mercantil
Orangotang


VIERNES, 26 DE OCTUBRE
Concierto
21.00 h. Teatro López de Ayala
João Afonso


DOMINGO, 28 DE OCTUBRE
Ciclo de cine portugués
19.30 y 22.30 h. Centro de Ocio Contemporáneo (COC).
Sala de Proyección de la Filmoteca de Extremadura en Badajoz
Tudo isto é fado


LUNES, 29 DE OCTUBRE
Ciclo de cine portugués
19.30 y 22.30 h. Centro de Ocio Contemporáneo (COC).
Sala de Proyección de la Filmoteca de Extremadura en Badajoz
Lisboetas


MARTES, 30 DE OCTUBRE
Ciclo de cine portugués
19.30 y 22.30 h. Centro de Ocio Contemporáneo (COC).
Sala de Proyección de la Filmoteca de Extremadura en Badajoz
Belle Toujours


* Proyecciones en Cáceres los días 23, 25 y 26 de octubre a las 20.30 h. en la sede de la Filmoteca de Extremadura de Cáceres.

Afonso Henriques foi armado cavaleiro na Catedral de Zamora?

Fotografia de anam 1973 (Flickr)


Mais um pouco de história de Portugal em Lusofolia. No blogue D. Afonso Henriques-1º Rei de Portugal, encontrei esta postagem:


Afonso Henriques-Cavaleiro em Zamora(1125)

• A ideia que D.Afonso Henriques se tenha armado cavaleiro na Catedral de Zamora é falsa, que só foi mandada edificar mais tarde (1140-1170) pelo seu primo D.Afonso Raimundes, já rei Afonso VII, a partir da igreja de São Salvador onde realmente D. Afonso Henrique se tornou cavaleiro.

• Não deve estranhar-se o facto de terem escolhido Zamora e não Braga ou Coimbra, porque Zamora pertencia aos domínios pessoais de D.Teresa, por dádiva da irmã.

• A ser assim deve concluir-se que o acto de investidura como cavaleiro, de D.Afonso Henriques teve o acordo dela e de Fernão Peres, eventualmente para apaziguar a oposição dos nobres portugueses.

• Tanto esta investidura como a de seu primo Afonso Raimundes um ano antes, têm um objectivo comum, afirmar direitos sucessórios, contra eventuais ameaças de descendência de D.Teresa e Fernão Peres, ou no outro caso de Urraca e Afonso I de Aragão.

• Não há pois margem para pensar que este acto constitua uma manifestação de rebeldia do infante para com a sua mãe, por instigação dos barões revoltosos

domingo, 14 de outubro de 2007

Clarice em Barcelona



Seminário "Traduzir Clarice Lispector, Rescrever o inefável"

O Centro de Estudos Brasileiros, do Consulado-Geral do Brasil em Barcelona, promove na Universidade de Barcelona, nos próximos dias 25 e 26 de outubro, um seminário comemorativo dos 30 anos de falecimento de Clarice Lispector e da publicação de seu último romance, “A hora da estrela”.


(De Observatório da Língua Portuguesa)

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

"Ta muda tenpu, ta muda vontadi"

Ilha do Sal, Cabo Verde. Fotografia de Ana Sf (Flickr)

Estes versos são conhecidos, não são?

Ta muda tenpu, ta muda vontadi,
Ta muda ser, ta muda konfiansa;
Tudu mundu é fetu di mudansa,
Ta toma senpri nobus kolidadi.

Sen nunka pára nu ta odja nobidadi,
Diferenti na tudu di speransa;
Máguas di mal ta fika na lenbransa,
Y di ben, si izisti algun, ta fika sodadi.

Tenpu ta kubri txon di berdi manta,
Ki di nebi friu dja steve kubertu,
Y, na mi, ta bira txoru u-ki n kantaba

Ku dosura. Y, trandu es muda sen konta,
Otu mudansa ta kontise ku más spantu,
Ki dja ka ta mudadu sima kustumaba.


Esta tradução do célebre soneto de Luís de Camões, feita por José Luís Tavares, foi-nos enviada pela nossa amiga Ana Josefa Cardoso, caboverdiana, que na sexta-feira passada participou nas II Jornadas da APPEX, em Badajoz. E para quem não se lembrar do soneto, ei-lo:


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.


sábado, 6 de outubro de 2007

Inauguração das II Jornadas


De esquerda à direita: Lígia Borges (Instituto Camões), José Ignácio Martín (Presidente da APPEX), Antonio Tejero Aparicio (Dtor. Geral De Qualidade Educativa), Lucía Martín (Directora Geral de Acção Exterior) y Paulo Feytor (Presidente da APP) na inauguração das nossas Jornadas no mesmo dia que os portugueses celebram a chegada da República (5 de Outubro)

Notícias em Portugal

O português na Estremadura: Notícia no Jornal da RTP (ir a Videos, dia 06/10/07, Jornal da tarde, minuto 24.41seg.).

Sistema Linex en Euronews:


quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Logótipo das II Jornadas da APPEX

Este é o logótipo das II Jornadas de Lengua Portuguesa y Cultura de los Países Lusófonos da APPEX, a decorrerem na Faculdade de Biblioteconomia de Badajoz.

Manuel António Pina em Badajoz



Lá para fins deste mês teremos Manuel António Pina em Badajoz, na Aula Díez Canedo. Voltaremos a falar dele com mais vagar. Por enquanto, fica este poema do ano 1991. Para quem gostar e quiser ler mais: Poesia Reunida, Assírio & Alvim, Lisboa, 2001 e Os Livros, Assírio & Alvim, Lisboa, 2003.



ESPLANADA

Naquele tempo falavas muito de perfeição,
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu e a discussão,

agora lês saramagos & coisas assim
e eu já não fico a ouvir-te como antigamente
olhando as tuas pernas que subiam lentamente
até um sítio escuro dentro de mim.

O café agora é um banco, tu professora de liceu;
Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu.
Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
e não caminhos por andar como dantes.


segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Geraldes Lino nas Jornadas da APPEX

Para todos aqueles que gostam de BD, seja na língua que for, Geraldes Lino, é uma figura de referência, "autor de já inúmeros textos sobre a BD publicados em revistas, jornais... editor de fanzines, fanálbuns... dinamizador da Tertúlia BD de Lisboa". Ele estará presente nas II Jornadas de Lengua Portuguesa y Cultura de los países Lusófonos, no dia 6 de Outubro, às 17:00 (Faculdade de Biblioteconomia, Plaza de Ibn Maruán) para dar uma conferência sobre a Banda Desenhada em Portugal.

"Um personagem único, que já foi personagem de várias HQs, entre as quais, uma aventura de Jim del Monaco, de Luís Louro e Tozé Simões e 'O Homem de Neandertal', de Luís Filipe Diferr, não por acaso, ambas publicadas pela Asa. As homenagens são mais que meritórias: Geraldes Lino fundou Tertúlia BD de Lisboa em junho de 1985, que vem a ser um encontro mensal para que os novos e antigos autores independentes se encontrem e troquem opiniões, materiais e projetos. Para mais, Geraldes Lino disponiblizou o 'Sítio dos Fanzines', que embora não tenha tido sequência (esteve atualizado de 2001 a 2003), é um dos melhores acervos virtuais sobre o fanzinato português, além de colaborar em vários jornais e em vários salões e festivais de quadrinhos."

(Retirado do blogue http://sergeicartoons.blogs.sapo.pt/)


Blogue de Geraldes Lino para visitar: Divulgando Banda Desenhada

Outros sites que recolhem esta notícia: