quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Curso de português - Badajoz

Os alunos do curso de português, organizado pela APPEX, estão a desenvolver trabalhos relacionados com, Cultura Portuguesa, Países Lusófonos, Personalidades Portuguesas, Gastronomia...

O carnaval do Brasil





Trabalho realizado por Fátima

Vocabulário de Previsão do tempo

Se alguém precisar de material para ensinar o vocabulário da previsão do tempo, aqui tem uma fotografia.

Menos dá uma pedra

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

La lengua al revés

Otro vídeo genial de los Gato Fedorento, visto en Imigrante sofre, un blog de un "Pobrecito Hablador" brasileño con talento. Wellington, te echamos de menos. En el vídeo, los portugueses hablan como brasileños y la brasileña habla como una portuguesa. Una divertida manera de ver las diferencias del portugués a uno y otro lado del Atlántico.




Para ver los programas completos de Gato Fedorento, pulse aqui

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

José Luis Peixoto passeia pela língua portuguesa

As línguas não se distinguem umas das outras apenas pelas sonoridades diferentes de que dispõem, não se distinguem apenas pelas estruturas diferentes ou pelas palavras que existem num lugar e que não existem noutro. Aquilo que torna as línguas misteriosamente complementares, como se, juntas, formassem a manta de retalhos que cobre toda a experiência da humanidade, aquilo que mais as distingue são as referências que cada língua comporta. As razões porque dizemos «copo» para falarmos de um copo, ou as razões porque dizemos «porta» para falarmos de uma porta, são a descrição da nossa história, são o lugar de onde chegámos e todos os lugares por onde passámos. Assim como não escolhemos ser filhos dos nossos pais, não escolhemos nascer sob esta língua. No entanto, faz parte de nós, transformámo-nos nela, pertence-nos como nos pertence o reflexo que nos reflecte no espelho. É por isso que somos tão moldados pela língua que temos como nós próprios a moldamos a ela, em cada instante que falamos, ou escrevemos, ou pensamos. Entre as pessoas que habitam o mundo, formamos um grupo único, partilhamos uma característica estruturante: a língua.
Espalhadas por um mapa de todos os continentes, existem alguns, escolhidos entre nós, que transmitem esta língua a outros, que a ensinam. Ao fazê-lo, transmitem igualmente uma boa parte das referências que formam esta língua: a nossa cultura. Em salas de escolas muito diversas entre si, a nossa língua é ensinada e, depois, repetida com consoantes mais ou menos fortes por aqueles que aprendem. Através desse próprio processo de aprendizagem, a nossa língua torna-se propriedade também daqueles que a aprendem, daqueles que, por vontade própria, escolhem a nossa língua para si próprios. A partir daí, a nossa língua vai com eles para todos os lugares onde forem e, haverá ocasiões, em que a levarão a referir-se a assuntos que, antes, aqui, nunca tinha abordado. Essa é uma das várias maneiras que a língua mostra o seu tamanho, a sua abrangência, a sua capacidade para reter muito daquilo que é o mundo. É também essa uma das formas através das quais a língua se alarga, porque se transforma constantemente, porque a língua cresce com cada um dos seus falantes, sempre.
Em várias ocasiões, em pontos diversos do mundo, tive oportunidade de encontrar esses professores e esses alunos. Quando se chega a um desses lugares, aquilo que se sente, por maior que seja a distância, a primeira sensação que existe é de que, afinal, não é tão longe como se imaginava quando estava em casa e qualquer lugar parecia demasiado distante. Esses encontros lembram muitas coisas que, momentaneamente, tinham sido esquecidas sobre nós próprios e sobre o privilégio que constituiu termos esta língua para exprimirmos o mundo, para imaginá-lo e criá-lo através das regras e da liberdade da sua gramática e, ao mesmo tempo, o privilégio de sermos constituídos por quase todas as referências desta língua ou, pelo menos, sermos capazes de entendê-las, o que é quase a mesma coisa. Com esses professores e com esses alunos a nossa língua encontra caminhos para ser mais completa, para chegar mais longe, para nomear novos significados. Com eles, o «nossa» de «nossa língua» não é apenas maior, mas é também mais complexo e mais próximo de dizer tudo. Com eles, o nosso «nós» é maior, mais rico, mais vivo.

Espanha: Deco considerado o desportista do ano


O internacional português Deco, do F. C. Barcelona, foi distinguido, esta segunda-feira, com o Troféu Comunidade Ibero-Americana dos Prémios Nacionais do Desporto de 2006, que serão entregues em Junho pela família real espanhola.
O médio da equipa catalã e da selecção portuguesa foi o escolhido de um júri formado por 24 pessoas, para suceder ao seu companheiro de equipa, o brasileiro Ronaldinho Gaúcho.
In JN on-line

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Será que Cristóvão Colombo era português?


Isso é precisamente o que tenta mostrar o novo filme do realizador Manoel de Oliveira "Cristóvão Colombo- O enigma" que começará a ser rodado no próximo dia 09 de Março nos Estados Unidos; será estreado no mês de Julho, em Washington. O filme está baseado no livro "Cristóvão Colombo era português", de Manuel Luciano da Silva e Sílvia Jorge da Silva. Poderemos, assim, saber a verdadeira identidade de Salvador Fernandes Zarco, natural de Cuba, no Alentejo e também ver o regresso deste realizador com mais um filme de forte conteúdo humano e sabor a portuguesismo.

Eugénio de Andrade


Indiferença

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.


Aulas de português proibidas em liceu suiço

O director de uma escola suíça está a impedir, desde Janeiro, cerca de 100 alunos portugueses de frequentar as aulas de língua portuguesa, atitude que pais, alunos e professora consideram "xenófoba" e "discriminatória".

Na escola de St. Gallen, próximo de Zurique, 95 alunos portugueses frequentavam, até 27 de Janeiro, as aulas de língua e cultura portuguesa em horário extra-curricular...

O olho de Oscar Niemeyer

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Brasão no Cabo da Roca



O brasão em pedra de Portugal, que aqui se apresenta, figura não só no monumento que se encontra no Cabo da Roca (onde a terra acaba, e o mar começa, como dissera Camões), mas numa multiplicidade de monumentos ao longo da vasta geografia da pátria portuguesa. Fechado, e ao mesmo tempo aberto, dentro de um ovóide que nos faz recordar a cosmovisão camoniana da Ilha dos Amores, ergue-se de Sul para Norte, da Terra para o Ar, apoiado e apoiando uma escada de Torres ou Fortalezas (como as que são precisas para subir qualquer Escada de Jacob no Tempo da Eternidade), chegando por fim, ao último estádio ou Quinto Império pessoano que é coroado na Idade da Inocência, do Rei Menino; a Idade do AMOR e do Espírito-Santo.
Luis Fernando de la Macorra y Cano

Zeca Afonso - Memórias de um artista cidadão

José Afonso morreu há 20 anos


Uma das maiores referências da música popular portuguesa morreu há 20 anos. José Afonso, autor de «Grandola, Vila Morena», notabilizou-se pelas canções, onde a mensagem era tão importante quanto a melodia.
Passam, esta sexta-feira, 20 anos sobre a morte de Zeca Afonso, uma das maiores referências da música popular portuguesa e que se notabilizou por ter sido o autor da canção que foi a senha da Revolução do 25 de Abril, «Grândola, Vila Morena».
Falecido a 23 de Fevereiro de 1987, com 57 anos, José Afonso começou a sua carreira com a gravação de fados e baladas de Coimbra, mas viria a ser pela interpretação de canções, onde a mensagem era tão importante quanto a melodia, que ficaria a ser conhecido.
Ainda antes do 25 de Abril, Zeca gravou em Londres, Madrid e Paris, sempre tendo em atenção a realidade portuguesa, álbuns como «Traz outro amigo também», «Cantigas do Maio», «Eu vou ser uma toupeira» e «Venham Mais Cinco».
Um mês antes da revolução que veio trazer a democracia a Portugal, o cantor interpretou «Grândola, Vila Morena» no Coliseu de Lisboa, ao lado de Adriano Correia de Oliveira, Fernando Tordo e Manuel Freire.
Foi aliás neste concerto que, alguns "Capitães de Abril", sentados na plateia do Coliseu, deciram que esta seria a segunda senha para a «Revolução dos Cravos».
Depois da revolução, Zeca Afonso participou em diversos movimentos populares, tendo ainda editado alguns álbuns, o último dos quais intitulado «Galinhas do Mato», em 1985.
Em 1983, o cantor regressou ao Coliseu de Lisboa para um concerto que ficou célebre e onde foi acompanhado de vários amigos e artistas, não tendo já aí interpretado todas as canções previstas, devido à doença que o viria a vitimar.
Na quinta-feira, a Assembleia da República aprovou por unanimidade um voto em que considera que o Parlamento não seria a «casa da democracia» sem o contributo do seu som.
No voto, os deputados declararam que «faz-nos falta ainda o cidadão que buscava o dia-a-dia a utopia dos impossíveis», evocando o autor como alguém que deu «um som e um ritmo ao Portugal de Abril».
Os partidos representados no parlamento consideraram ainda que Zeca Afonso abriu «caminho a um novo percurso» na música contemporânea portuguesa, lembrando que se «dava bem com os simples e marginais, mas era avesso a regras e dogmas».
«Limitou-se a escrever, a fazer música, a cantar e a estar onde os outros evitaram estar. Com isso, incomodou e desarrumou a ordem e o sistema. Por isso, o prenderam e impediram de exercer a sua profissão de professor», acrescenta o voto.
In TSF On-line

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Cidade de Deus

Álbuns de BD imprevisíveis - Edições em 2007 (I) - Evereste - Autor: Ricardo Cabral

"Imagem duma das pranchas (a 17ª) da obra Evereste, com desenho e argumento de Ricardo Cabral, dedicada ao alpinista João Garcia
Evereste, álbum de banda desenhada dedicado à ascensão de João Garcia, em 1999, ao chamado "tecto do mundo", vai ser hoje apresentado em Lisboa, pelas 21h, no Centro Comercial Vasco da Gama (na sala de cinema nº 5).
Esta apresentação integra-se no evento Um Mundo de Aventuras, dedicado a proezas similares.
Capa do álbum Evereste, que, tal como, as imagens do conteúdo, são da autoria de Miguel Cabral
Editado sob chancela da Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais, com apoio do Pelouro do Desporto da Câmara Municipal de Lisboa, o álbum Evereste tem uma tiragem limitada a dois mil exemplares, mil e quinhentos dos quais serão oferecidos à população escolar daquela freguesia. Restarão quinhentos para outras ofertas. Uma delas será efectuada hoje na apresentação, que terá lugar numa sala de cinema do Centro Comercial Vasco da Gama, onde se estreará um documentário que foca outra proeza de João Garcia: a ascensão realizada o ano passado ao Kangchenjunga, terceira montanha mais alta do Mundo (8586 metros de altitude).
Uma curiosidade: tanto o alpinista João Garcia, como o artista-autor de BD Ricardo Cabral, são ambos moradores da populosa freguesia dos Olivais (aliás, Santa Maria dos Olivais)."
Escrito por Geraldes Lino

Mangaancha


"Mangaancha" é uma revista de literatura que agrega vivências e culturas diferentes. Com fortes raízes "extremeñas", apresenta fortes ecos da lusofonia e de um mundo, por vezes, tão apartado do nosso, o mundo de cultura árabe, com especial destaque para a realidade marroquina.
Um projecto do "Colectivo Manga Ancha" composto por Antonio Trinidad, Teresa Vacas Lobato, Antonia Liberal, Emilia Torrado, entre outros, que prende o leitor com textos bilingues (às vezes trilingues) e muitas fotografias...
A explorar...

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Arrancan en Mérida y Badajoz los “Talleres avanzados de Lengua y Cultura Portuguesa"

Organizados por la Asociación de Profesorado de Portugués de Extremadura (APPEX) y financiados por el Gabinete de Iniciativas Transfronterizas, han dado comienzo estos talleres orientados a personas con nivel medio-alto de Portugués.

Los talleres están abiertos a personas con nivel de conocimiento medio-alto de lengua portuguesa y además de la práctica lingüística y conversacional se realizan actividades de difusión de la cultura portuguesa.

Los talleres se centran en una sesión semanal de dos horas que en Mérida se lleva a cabo cada martes de 19 a 21 horas, en la Escuela Oficial de Idiomas de la capital autonómica y en Badajoz los miércoles, de 19 a 21 horas, en el IES Domigo Cáceres de Valdepasillas.

Los talleres son impartidos por profesorado portugués y las personas interesadas pueden todavía incorporarse las actividades.

Para más información se puede contactar por correo electrónico con la APPEX.

Estas actividades están dirigidas para alumnos que ya han acabado sus estudios de lengua portuguesa en las Escuelas de Idiomas de la región y que necesitan mantener y practicar los conocimientos aprendidos.

A Tomada de Olivença

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

O Homem Perfeito segundo Jo Soares

Sérgio Rizzo, Amores (Im)possíveis

Nascido em 21 de setembro de 1965, em São Paulo, Sérgio Rizzo é jornalista e mestre em Artes/Cinema pela escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo com uma dissertação sobre a obra de Woody Allen. Começou a escrever sobre cinema aos 16 anos em um extinto jornal de bairro da capital, "Gazeta da Vila Prudente". Hoje, é crítico de cinema da Folha de S. Paulo e das revistas "Set" e "Educação", além de manter colunas em "A Gazeta Esportiva" e na revista "Melhor – Vida & Trabalho", e colaborar com outras publicações. É também professor e vice-coordenador de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, onde criou um curso de extensão universitária em jornalismo cultural e ministra uma oficina especializada em cobertura jornalística de cinema.
Eu o lia como crítico de cinema, antes de selecionar o filme para assistir, sempre muito certeiro nas suas apreciações. Depois tive a sorte de participar como aluna de um curso de Cinema e educação lecionado por ele em São Paulo, e até pedimos a sua colaboração para uma mostra de cinema espanhol nessa cidade que depois não se concretizou. Brinquei durante umas semanas a estar apaxionada até. Neste dia de São Valentim, fica a resenha de um dos muitos amores impossíveis e platônicos.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

"Quando eu era criança..."


Creo que vale la pena darse una vuelta por este blog brasileño, aunque las últimas entradas ya tienen unos años. Tal vez os animéis a desempolvar algún recuerdo infantil...

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Receita para fazer o azul



Receita para fazer o azul

Se quiseres fazer azul,

pega num pedaço de céu e mete-o numa panela grande,
que possas levar ao lume do horizonte;
depois mexe o azul com um resto de vermelho
da madrugada, até que ele se desfaça;
despeja tudo num bacio bem limpo,
para que nada reste das impurezas da tarde.
Por fim, peneira um resto de ouro da areia
do meio-dia, até que a cor pegue ao fundo de metal.
Se quiseres, para que as cores se não desprendam
com o tempo, deita no líquido um caroço de pêssego queimado.
Vê-lo-ás desfazer-se, sem deixar sinais de que alguma vez
ali o puseste; e nem o negro da cinza deixará um resto de ocre
na superfície dourada. Podes, então, levantar a cor
até à altura dos olhos, e compará-la com o azul autêntico.
Ambas as cores te parecerão semelhantes, sem que
possas distinguir entre uma e outra.
Assim o fiz – eu, Abraão ben Judá Ibn Haim,
iluminador de Loulé – e deixei a receita a quem quiser,
algum dia, imitar o céu.

Nuno Júdice

Joaquim Manuel Magalhães

Fotografia de Jorge Molder

Joaquim Manuel Magalhães tem uma vasta obra como poeta, ensaísta, crítico de poesia e tradutor. Nesta última faceta, além das suas traduções de poetas ingleses e norte-americanos, destacam-se as antologias da nova poesia espanhola que deu a conhecer em Portugal (Poesia Espanhola de Agora, que, em dois volumes, reune sessenta e oito autores nascidos entre 1942 e 1976; mais Poesia Espanhola, Anos 90, do ano 2000).

De um seu livro, "já antigo", Segredos, Sebes, Aluviões, é o poema seguinte (De 2001 é o seu último, magnífico e desolador livro de versos, Alta noite em alta fraga):


Era de inverno, em Vila Real. A neve
cobria as ruas que levavam ao liceu.
Dentro da confeitaria, as luvas de cabedal
no tampo de vidro, o vapor da respiração
ligava-nos entre as conversas de mesas indiferentes.
E querias olhar para mais dentro de mim.

Os pombos escondidos nos beirais tapavam
a cabeça na plumagem de chumbo, cor do ceú.
Calados, afeitos ao silêncio, enlaçámos
em cada um dos nossos livros a primeira letra
dos nossos nomes, de modo a desenharem
uma única letra que não havia em alfabeto nenhum.
Que bem que estávamos tão mal ali sentados,
a faltar às aulas, nessa primeira vez
em que nos acontecia, sem sabermos, um amor.

Tu não ias adivinhar as leis secretas
que já nos separavam. Tu não podias
lutar na via de sangue da minha vida.
Mas sempre que tombar a neve em Vila Real
e desceres a avenida a caminho do café
de alguma destas coisas, quem sabe, te hás-de lembrar.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Parabéns a todos aqueles que estiverem apaixonados!

A single red rose for you


Muito próximo temos já dia 14 de Fevereiro, dia de São Valentim em Portugal. É, porém, comemorado, a 12 de Junho no Brasil.

Mas quem foi, afinal, São Valentim?

Várias são as teorias sobre a origem e sobre a sua associação com o Dia dos Namorados. Parece que o Imperador Romano Claudius II teria proibido os casamentos, de forma a angariar mais soldados para as frentes das suas batalhas. No entanto, um sacerdote de nome Valentim, teria violado o decreto imperial, realizando casamentos em segredo. Após ter sido descoberto, Valentim foi preso, torturado e condenado à morte. Enquanto esteve na prisão, ele teria recebido muitas mensagens de encorajamento e flores das pessoas que acreditavam no amor. Surgiu também, durante o seu cativeiro, uma mulher de nome Júlia, filha do seu carcereiro, cega desde nascença, que o visitara com alguma frequência. Diz a história que Valentim, sensibilizado com o problema de Júlia, implorou diariamente a Deus para que a fizesse recuperar a visão. Certo dia, durante uma das suas visitas, uma luz iluminou a cela e Júlia começou a chorar porque tinha começado a ver. Perante este milagre, toda a sua família se converteu ao Cristianismo. Claudius II, sabendo desta história e percebendo que Valentim não tinha renunciado ao seu Deus, condenou-o à morte. Foi morto a 14 de Fevereiro do ano 269 d.C...
Quanto à data, algumas pessoas acreditam que se comemora neste dia por ter sido a data da morte de São Valentim. Por outro lado, outros reivindicam que foi a Igreja Católica a decidir celebrar a ocasião nesta data como uma forma de cristianizar as celebrações pagãs da Lupercalia. Resumidamente, Fevereiro era o mês oficial do início da Primavera, sendo considerado o tempo de purificação. O dia 14 de Fevereiro, na Antiga Roma, era dedicado à Deusa Juno, a Deusa das mulheres e do casamento. No dia seguinte, 15 de Fevereiro, iniciava-se a Lupercalia celebrando-se assim o amor e a juventude. Durante os festejos, eram sorteados os nomes dos apaixonados que teriam de ficar juntos, sendo que muitas vezes esses casais se apaixonavam e casavam. São Valentim, como tinha sido morto a 14 de Fevereiro, foi razão para fazer uma adaptação da Lupercalia ao cristianismo, tornando-o o protector dos namorados. São Valentim, além de proteger os namorados, é patrono dos Apicultores, e também é invocado contra a Peste.

Tradições

Além das já conhecidas trocas de prendas existe em Portugal uma tradição muito antiga. É a dos lenços bordados. Pode saber mais em: http://www.casadanobrega.com/lencnamora.htm

Deixo aqui, para todos aqueles que estiverem apaixonados, o poema que melhor exprime, quanto a mim, o sentido do Amor.

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões (1524-1580)

Movimento dos indecisos


Nacionalidades



O cariz internacionalista do povo português é inegável. Senão vejamos:

  • Quando um português tem um grande problema pela frente costuma dizerque...se vê grego;
  • Se uma coisa é extremamente difícil de compreender, ele afirma que... isso é chinês;
  • Quem trabalha de manhã à noite...é um mouro de trabalho;
  • Uma invenção moderna e mais ou menos inútil...é uma americanice;
  • Quem mexe em alguma coisa que não queira que mexa...é como o espanhol;
  • Quem vive com luxo e ostentação...vive à grande e à francesa;
  • Se se faz algo para causar boa impressão aos outros...é só para inglês ver;
  • Se tentas "regatear" o preço de alguma coisa...és pior que os marroquinos;


Mas quando alguém faz m*** ou alguma coisa corre mal...é à PORTUGUESA!!!!

Blogs monotemáticos

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Nuno Júdice em Badajoz

Willian Waterhouse


Nuno Júdice estará dia 08 de Janeiro às 20:00h com todos aqueles que até ao MEIAC se aproximarem.

Para recordar algum apontamento biográfico, diremos que nasceu no Algarve no ano de 1949. É formado em Filologia Românica e actualmente lecciona na Universidade Nova de Lisboa. Tem publicado estudos sobre teoria da literatura e literatura portuguesa, é colaborador regular em jornais e revistas e em acções de divulgação cultural. Dirigiu os oito primeiros números da revista Tabacaria da Casa Fernando Pessoa. Em 1997, foi nomeado Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal e Director do Instituto Camões em Paris, cargos que exerceu até 2004.

É poeta e ficcionista e está representado nos mais importantes festivais de poesia, aparecendo em inúmeras antologias. Tem sido, ainda, tradutor de algumas peças de teatro. Tem obras editadas na Venezuela, na Espanha, no México, na França, na Bélgica, na Suécia, na Dinamarca, na Holanda, no Vietnam, na Itália, na Bulgária, em Israel ou na República Checa.

Deixo aqui apenas uma poesia dele para nos irmos deliciando até chegarmos ao encontro de amanhã.

Carpe diem

Confias no incerto amanhã?
Entregas às sombras do acaso a resposta inadiável?
Aceitas que a diurna inquietação da alma
substitua o riso claro de um corpo
que te exige o prazer? Fogem-te, por entre os dedos,
os instantes; e nos lábios dessa que amaste
morre um fim de frase, deixando a dúvida
definitiva. Um nome inútil persegue a tua memória,
para que o roubes ao sono dos sentidos. Porém,
nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias;
e abraças a própria figura do vazio. Então,
porque esperas para sair ao encontro da vida,
do sopro quente da primavera, das margens
visíveis do humano? "Não", dizes, "nada me obrigará
à renúncia de mim próprio --- nem esse olhar
que me ofrece o leito profundo da sua imagem!"
Louco, ignora que o destino, por vezes,
se confunde com a brevidade do verso.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Os "opinion makers" portugueses "a la Gato Fedorento"

Águas de Março - Elis Regina e Tom Jobim


É pau, é pedra, é o fim do caminho, É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol, É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira, Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira, É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira, É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira, Das águas de Março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira, Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão, É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho, No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto, é um pingo pingando, É uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando, É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada, É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama, É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã, É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de Março fechando o verão, É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José, É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de Março fechando o verão, É a promessa de vida no teu coração
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã, É um belo horizonte, é uma febre teçã

Carnaval de Podence


CARNAVAL DE PODENCE
Um Carnaval dos diabos

Metamorfoses do diabo

"Não há Entrudo sem tropelias. Em Podence, aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros, nada, ou quase nada, detém os bandos de Caretos que todos os anos saem para as ruas em desenfreadas correrias, perseguindo as moçoilas para as “chocalhar”. "

Ler mais

Crónica de uma viagem a Salamanca


Salamanca, dia 24 de Janeiro. Encontro marcado para o início do Congresso Internacional às 17.00h no edifício da Universidade Antiga. Numa tarde bem fria, representantes de todas as universidades espanholas e de quase todas as portuguesas se cumprimentavam alegremente junto a outros vindos da França, de Salzburgo, da Bretanha ou de Massachusetts. A conferência inaugural, um poeta espanhol para mim desconhecido, Antonio Colinas, deu início com uma brilhante leitura taoísta da obra de Fernando Pessoa, no heterônimo de Caeiro. A seguir, várias digressões e aproximações sobre o iberismo. Nos dias 25 e 26 muitas e variadas apresentações sobre literatura e língua a decorrerem entre as salas Unamuno e Salinas de maneira paralela. Entretanto, lá fora, a neve caía e os conferencistas apregoavam frio nas salas nobres do prédio onde o encontro decorria. Os almoços e jantares, pagos pela organização, eram o alvo ideal para o convívio onde todos pareciam bem dispostos e descontraídos por estarem num marco ímpar e por poderem partilhar experiências profissionais, recordações de tempos idos ou, inclusivamente, amizade pessoal. O escritor João de Mello falava, com o mais educado dos sorrisos, com uns e outros, depois de ter assistido a uma crítica do seu Mar de Madrid; uma experiência, quanto menos, pouco frequente. Nos momentos vagos, os congressistas visitavam a Casa Lis ou as torres medievais das catedrais com a grande possibilidade de ver como o eminente professor Eduardo Lourenço, com já muitos anos, galgueava as escadas como se de um rapazote se tratasse. Ele era quem ia fazer o encerramento com uma lição sobre Unamuno e Schopenhauer. Mais tarde, numa livraria, estaria comigo a debater e a falar sobre Domingos Monteiro, autor sobre o que eu falara no dia anterior, para confessar que era desconhecido para ele ao tempo que se apercebia que andava com os óculos de outrem que, depois, viria trocar no jantar. O congresso terminou e todos voltaram não para casa mas para as diversas livrarias da cidade. Mais um momento de conversa entre aqueles que por lá andávamos à procura daquele grande livro escondido numa das estantes de livraria dessa grandiosa cidade.

O próximo encontro marcado será com as próprias actas que, em breve, estarão prontas.

Os organizadores deste organizadíssimo congresso, com o catedrático Ángel Marcos de Dios à cabeça, quiseram deixar como espírito do congresso aquela conhecida frase que Unamuno escrevera a Teixeira de Pascoaes “Es una obra de amor y de cultura hacer que Portugal y España se conozcan mutuamente. Porque el conocimiento es amarse. El conocimiento engendra amor y el amor conocimiento”. Acho que conseguiram bem o intuito!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Cantar os Reis em Redondo



Cá temos os nossos amigos alentejanos, os irmãos Salomé, Janita e Vitorino e o grupo de Cantadores de Redondo, que estiveram connosco em Badajoz nas I Jornadas de Lengua y Cultura de los Países Lusófonos no mês de Abril de 2006, continuando uma bela tradição em Redondo.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Canción triste de Lisboa


Miguel Mora

"El fado está más vivo que nunca. Una nueva generación de artistas se une a las voces míticas que cimentaron la leyenda. Más allá del tópico de la ‘saudade’, ese canto del alma lusa, primo hermano del flamenco, vive su segunda edad de oro. Ésta es la crónica de un puñado de noches de música en Lisboa"...

São Paulo Fashion Week


sábado, 3 de fevereiro de 2007

Manter o B.LEZA


O palácio Almada Carvalhais acolheu o B.Leza e, com ele, tantos quantos os que quiseram vir e participar.

Música e não só. Cinema, teatro, Exposições de Fotografia e Pintura, Acções de Solidariedade acompanharam anos de vida de um espaço que se tornou uma referência de lazer e cultura.

Situado numa zona da cidade de Lisboa que privilegia o contacto com a comunidade africana, beneficiou desta proximidade, tornando-se um lugar de integração.

A Lusofonia conquistou mais este espaço, ampliou alma e alegria. Foram muitos os que passaram pelo B.Leza. Se é um dos muitos que ficou, diga-nos que acredita na importância da continuação deste projecto, aqui ou acolá, subscrevendo este texto.

O deus do violão

"Samba Triste", com o maior violonista popular da história, Baden Powell de Aquino.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Mais Jorge de Sena



...DE PASSAREM AVES


À memória de Sá de Miranda


Das aves passam as sombras
um momento no chão, perto de mim.
No tardo Verão que as trouxe e as demora,
por que beirais não sei
onde se abrigam piando
como ao passar chilreiam.

Um momento só. Rápidas voam!
E a vida em que regressam de outras terras
não é tão rápida: fiquei olhando
as sombras não, mas a memória delas,
das sombras não, mas de passarem aves.