terça-feira, 25 de julho de 2006

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Eduardo Lourenço, Premio Extremadura a la Creación

En el DOE de hoy se difunden los premios Extremadura a la creación, en cuya edición de este año se ha concedido el premio a la mejor trayectoria literaria de autor iberoamericano. Se trata del mayor galardón que la Extremadura española concede en el ámbito cultural.

Eduardo Lourenço (San Pedro de Río Seco, 1923) es ensayista portugués, profesor universitario y uno de los más prestigiosos intelectuales europeos. En 1998 recibió el premio Europeo de Ensayo, y en 1996 el Premio Camões.

Proveniente de una pequeña aldea y de una familia conservadora, encontró en Coimbra un ambiente más abierto y propicio a una reflexión cultural que siempre había de seguir. Licenciado en Ciencias Histórico-Filosóficas (1946), permaneció en la Universidad de Coimbra como asistente de Filosofía entre 1947 y 1953 para impartir clase más tarde en Alemania, Brasil y Francia.

Su prolongado alejamiento geográfico no ha correspondido con ningún alejamiento de la realidad portuguesa, sobre la que ha reforzado su atención, disponibilidad y espíritu crítico, de los que ha dado muestra a lo largo de innumerables intervenciones que se multiplicarán a partir de abril de 1974. Inicialmente influenciada por la lectura de Husserl, Kierkegaard, Nietzche o Heidegger, por el conocimiento de las obras de Dostoievky, Kafka o Camus, su visión del mundo se ha asociado a un cierto existencialismo, sobre todo por los años cincuenta. Lourenço nunca se ha amoldado a las escuelas de pensamiento al uso, y siendo un hombre de izquierda nunca abandona una actitud crítica hacia esa misma izquierda.

Fuente: Cultura Extremadura


Algunos enlaces sobre el autor:

Instituto Português do Livro e das Bibliotecas

Antología de textos

domingo, 23 de julho de 2006

Consejería de Educación en Lisboa

En este enlace se pueden encontrar, de vez en cuando, ofertas interesantes, como programas de lectores de español en Portugal, cursos, congresos, premios y datos del español en Portugal. Se trata de la Consejería de Educación de la Embajada de España en Lisboa.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

APENAS A LÍNGUA PORTUGUESA PERMITE ESCREVER ISTO... Uma aliteração eterna!

Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor, português, pintava portas,paredes,portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos.Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente,partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido,porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente,pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se. Profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro Paulo... Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses.
-Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo.
-Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir.
Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu:
- Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias?
- Papai, - proferiu Pedro Paulo - pinto porque permitiste, porém, preferindo,poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal. Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos.Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas. Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando... Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar... Para parar preciso pensar. Pensei. Portanto, pronto pararei.

José Eduardo Cunha

"The Art of Amália" - Cinemateca exibe documentário

The Art of Amália’, o documentário de Bruno de Almeida sobre a carreira da fadista, vai ser exibido pela primeira vez em versão cinematográfica, na Cinemateca Portuguesa, no dia 25 (21h30).

In CM

José Agostinho Baptista premiado


O Grande Prémio de Poesia é instituído pela Associação Portuguesa de Escritores e patrocinado pelos CTT e destina-se a galardoar um livro em português e de autor português.
“Fazia falta a este prémio que o José Agostinho Baptista fosse distinguido”, disse durante a cerimónia o presidente da APE, José Manuel Mendes. O prémio tem o valor de 5 mil euros.

in CM

O famigerado PIDE Rosa Casaco morre aos 91 anos...


O antigo inspector da PIDE Rosa Casaco, que chefiou a brigada que assassinou Humberto Delgado, estava a viver em Portugal na zona de Cascais. Nos últimos tempos, tinha sofrido diversos internamentos. O último foi devido a doença respiratória. Mas desconhece-se a causa da morte.
Tinha 91 anos. Rosa Casaco estava a viver em Portugal, após terem sido cancelados em 2002 os mandados de captura internacionais que pendiam sobre o ex-inspector da PIDE.
Em 2001, o Supremo Tribunal de Justiça já tinha decretado a extinção do procedimento criminal. Julgado à revelia, 20 anos antes, foi condenado a oito anos de prisão, por crimes de falsificação, destruição de documentos e por ter pertencido à polícia política do Estado Novo.
Viveu refugiado no Brasil e em Espanha onde chegou a ser entregue um pedido de extradição para Portugal. Mas os tribunais espanhóis negaram a extradição, alegando também que a pena de prisão já estava extinta.
António Rosa Casaco nasceu em Rossio ao Sul do Tejo, no concelho de Abrantes, a 1 de Março de 1915. Entrou para a PIDE em 1938 e continuava ao serviço a 25 de Abril de 1974.
Como inspector, conduziu vários processos que levaram à condenação sumária de dezenas, ou mesmo centenas de opositores políticos do regime fascista.
A última grande operação a que esteve ligado visava a morte de Mário Soares.
Mas o envolvimento no assassinato de Humberto Delgado é o facto mais conhecido em 36 anos de carreira do antigo inspector que privou de perto com o próprio Salazar.
Apesar de fugitivo, em 1998, Rosa Casaco posou para o "Expresso" junto à Torre de Belém, em Lisboa, e deu uma entrevista.
O à vontade do ex-PIDE, provocou mal-estar em Portugal e fez com que as autoridades nacionais renovassem o mandado de captura internacional que conduziu à detenção de Rosa Casaco em Madrid, em Abril de 1998.
Mas Rosa Casaco acabou por ser solto e nunca chegou a cumprir pena. Morreu há cerca de 15 dias, no anonimato.

In Expresso

quarta-feira, 19 de julho de 2006

«Rosa da Mouraria» estreia-se no Teatro Taborda

«ROSA da Mouraria» é uma comédia satírica em tons melodramáticos, que parte do imaginário do fado e de uma série de histórias de Lisboa para dar largas a um humor que explora o lado mais ridículo e kitsch das situações. É uma peça do Teatro da Garagem com texto, encenação e concepção plástica de Carlos J. Pessoa. Estreia-se esta quarta-feira no Teatro Taborda, em Lisboa, onde permanece até ao final do mês.
A peça está cheia de figuras que oscilam entre o castiço, o excêntrico e o caricatural, de personagens e situações que tão depressa nos parecem próximas e reconhecíveis como completamente incríveis e mirabolantes. «Pretende-se com este espectáculo aproximar o Teatro da Garagem dos habitantes de Lisboa abrindo espaço para um diálogo mais amplo com a comunidade», refere o pequeno texto de apresentação.
«Rosa da Mouraria» começa num salão de jogos com um viúva campeã de snooker e os seus dois lacaios numa cena de veneração lasciva, mas em breve o público é levado para um jardim com bar, churrasco, mini-golfe e piscina insuflável, que parece saído algures entre um filme de Fellini e uns «Feios, Porcos e Maus». Por lá encontramos um grupo de velhinhos rezingões e resignados, que comentam as notícias do dia, que divagam e deliram, que pensam em cometer o suicídio ou cantam: «abram alas ao Noddy».
Não se trata de um cenário, o jardim é mesmo real, situado na parte de trás do teatro, com a sua magnifica vista sobre Lisboa e a Mouraria. A encenação faz uso dos mais diferentes espaços do teatro, quebrando as barreiras tradicionais entre o público e os actores, jogando com as mudanças de cenário e ambiente, fazendo o público deparar com uma série de situações que estão a decorrer nos espaços aonde chega.
Bem ao jeito da sua companhia teatral, Carlos J. Pessoa criou uma peça carregada de uma visão ácida e delirante sobre o que nos rodeia.
O elenco é composto por Ana Palma, David Antunes, Fernando Nobre, Luís Barros, Luísa Cruz, Maria João Vicente, Miguel Mendes e Vítor d’Andrade.

sábado, 15 de julho de 2006

Novas do TGV













O primeiro-ministro deixou claro que Portugal vai avançar com o projecto do TGV "apostando desde já na ligação a Madrid", depois de o Presidente da República ter proposto sexta-feira o aprofundamento do debate sobre a questão.
Em resposta aos jornalistas que o interrogaram em Chaves sobre o apelo do Presidente da República ao aprofundamento da análise custo-benefício dos grandes projectos, como o do TGV, Sócrates disse que o debate existe há 10 anos e vai continuar, mas que "Portugal não pode ficar de fora da rede de alta-velocidade
de toda a Europa".

"Isso seria um erro que o país pagaria caro em termos de competitividade e qualidade de vida", salientou José Sócrates.
Para o primeiro-ministro, o avanço no projecto do TGV deve ser feito "com o ritmo apropriado, apostando desde já na ligação a Madrid também para transformar o território da Península Ibérica num território mais competitivo".
José Sócrates, que falava durante a inauguração da Biblioteca Municipal de Chaves, disse que "já há um debate há cerca de 10 anos sobre esta questão e vai continuar no futuro".
"O importante deste debate é que informa de modo claro todos os portugueses as vantagens e os custos que a rede de alta velocidade tem em Portugal", frisou.
O Presidente da República defendeu na sexta-feira um debate e uma "profunda análise custo-benefício" sobre a "rentabilidade de grandes investimentos" previstos para o país, como o comboio de alta velocidade (TGV).

Agência Lusa

BD "Tuga"

José Carlos Fernandes (Loulé, Algarve, 16 de Outubro de 1964) é um autor de banda desenhada português.
Começou por se fazer notar no meio underground dos fanzines portugueses, para além da coerência gráfica do seu trabalho, JCF demonstrava uma extraordinária propensão para a produtividade, que se veio a traduzir em inúmeras pranchas e ilustrações publicadas em diversas publicações alternativas de BD que surgiram na década de noventa.
O seu primeiro trabalho, datado de Dezembro de 1989, contava apenas com duas pranchas e chamava-se “Alix do outro lado do espelho”. O autor sugeria a existência de um lado negro (mas mais divertido) do insuportável escuteiro defensor dos fracos e oprimidos Alix, o intrépido. Este trabalho viu a luz do dia nas páginas do nº2 do fanzine lisboeta Shock.
Em 1993 lança uma reflexão sobre a caixa que mudou o mundo com o seu CONTROLO REMOTO, hoje um item de colecção raro.
Em 1994, a Associação Neuromanso publica “o primeiro comic book Português, feito por um autor Português e publicado em Portugal”, “A Lâmina Fria da Lua” era uma obra assinada por JCF. Esta seria, em muitos aspectos, a obra que catapultaria o talento do autor para junto de um público mais alargado.
Ao longo do seu processo de maturação foram transportadas para a sua narrativa influencias literárias (Ray Bradbury , Gabriel García Marquez….) e musicais (Bauhaus, Laurie Anderson, Smashing Pumpkins…) que viriam a contribuir para a definição do estilo próprio de Fernandes.

Prémios
Entre outros, obteve por três vezes o Prémio Rafael Bordalo Pinheiro da C. M. de Lisboa (1991, 1993 e 1995), primeiros prémios nos concursos de BD de Matosinhos (1995) e Ourense (Espanha – 1995). Em 2001 foi distinguido com o Prémio Humor do 14.o Salão Livre de Humor Nacional de Oeiras. Quiosque da Utopia foi eleito o Melhor Álbum Português de 2002 pelo Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora e pelo Diário de Notícias. O La Guia del Comic de Espanha atribuiu-lhe o terçeiro lugar no top dos melhores álbuns de BD de 2002 publicados a nível internacional.

Bibliografia
Controlo remoto. 1993 Ed. Cáspite!, 2ª ed Associação Neuromanso/Comicarte 48 pg.
A lâmina fria da lua. 1994 Associação Neuromanso/ASIBDP 30 pg.
Irrealidades quotidianas. 1994 Ed. Cáspite!/CM Loulé 24 pg.
Abaixo de cão. 1996 Pedranocharco 48 pg.
Um catálogo de sonhos. 1996 Pedranocharco 44 pg.
O futuro fora de prazo. 1996 Jogo de Imagens 36 pg.
Coração de arame. 1997 PNRF, 2ª ed. 2001 Devir 48 pg.
Sem ressentimentos. 1997 ASIBDP 22 pg.
Satélites. 1997 ASIBDP 22 pg.
Alguém desarruma estas rosas. 1997 Pedranocharco 128 pg.
As aventuras do barão Wrangel. 1997 Pedranocharco 128 pg.
A máquina de prever o futuro de José Frotz. 1997 Jogo de Imagens 22 pg., reed 2003 Polvo
Época morta. 1997 Polvo 48 pg.
Avaria. 1997 Casa da Cultura de Loulé 48 pg.
O mar aqui tão perto. 1998 Parque Natural da Ria Formosa 32 pg.
Daqui a pouco. 1998 Baleiazul 48 pg.
Estilhaços. 1998 ASIBDP 22 pg.
Crossroads (texto: João Miguel Lameiras e João Ramalho Santos). 1999 Baleiazul 90 pg.
Sob o mar de estanho. 1999 ASIBDP 22 pg.
A revolução interior (argumento: João Miguel Lameiras e João Ramalho Santos). 2000 Afrontamento 52 pg.
Um passeio ao outro lado da noite. 2002 Centro Regional de Alcoologia do Centro 56pg.
A pior banda do mundo 1: O Quiosque da Utopia. 2002 Devir 70pg.
Francisco e o Rei de Simesmo. 2003 Centro Regional de Alcoologia do Centro, 34 + 6pg.
A pior banda do mundo 2: O Museu Nacional do Acessório e do Irrelevante. 2003 Devir 60 pg.
Pessoas que usam chapéus-com-hélice. 2003 ASA 46 pg.
As aventuras do Barão Wrangel. (versão redesenhada). 2003 Devir 130pg.
A pior banda do mundo 3: As Ruínas de Babel. 2003 Devir
A pior banda do mundo 4: A Grande Enciclopédia do Conhecimento Obsoleto. 2004 Devir
Um catálogo de sonhos. 2004 Devir (reedição)
A última obra prima de Aaron Slobodj. 2004 Devir
In Wikipédia

sexta-feira, 14 de julho de 2006

Em cena no Teatro da Trindade até 29 de Julho

"1755 O Grande Terramoto de Lisboa" é uma peça de teatro que recria ficcionalmente, a partir de figuras e acontecimentos reais, a mentalidade portuguesa na Lisboa do séc. XVIII atravessada por uma catástrofe natural que todos abala.
Lisboa antes, durante e depois do terramoto é o contexto de toda a acção dramática. Se antes do terramoto se esboçam já os conflitos entre personagens e grupos sociais (os políticos, os nobres, os religiosos, as prostitutas do Botequim da Rosa e o povo das ruas de Lisboa) na luta por privilégios, influências, interesses e poder, é o terramoto que, tudo tendo destruído, revelará, pelo poder do Marquês de Pombal e do rei D. José I, não só uma cidade nova, como uma nova mentalidade e um novo Portugal. Nos escombros do velho Portugal, supersticioso e decadente, de nobreza falida e dominado tentacularmente pelos jesuítas nasce, a ferro e fogo, uma cidade nova, geométrica, e um país moderno, burguês, sem escravos, nem cristão-novos, com escolas normais, comércio intenso, sem contestação, nem opositores.
Dois eixos dramáticos unificam toda a peça: a história de Mariana e do seu presumível incesto com o conde de Unhão, que se inscreve na Lisboa popular, e a história da ascensão ao poder do Marquês de Pombal, como ministro do reino, inscrevendo-se numa Lisboa fidalga à volta de rei D. José e do seu ministro.

LIBERDADE - FERNANDO PESSOA

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa


Recitado por João Vilarett é um simplesmente fantástico...

quinta-feira, 13 de julho de 2006

"FELIZMENTE HÁ LUAR!"

"Há peças que marcam uma época. É o caso de “Felizmente há luar!” de Luís de Sttau Monteiro.
Foi escrita nos anos de brasa que foram o início dos anos 60 e no rescaldo da burla eleitoral que entronizou o medíocre marinheiro Américo Tomás no posto de Presidente da República roubando ao povo português a sua indiscutível escolha, o general Humberto Delgado.
A peça foi publicada e alcançou grande êxito, aliás previsível, dado o paralelismo entre a perseguição ao general Gomes Freire de Andrade e ao general que tinha entusiasmado o país anunciando que “Obviamente” iria demitir o Presidente do Conselho se fosse eleito.
Claro que a Censura proibiu a sua exibição e o autor passou a sofrer o anátema de ser anti-regime, venerado, atento e obrigado.
A resposta de Sttau Monteiro foi clara e sem equívocos. Não perdeu a arma que era a sua pena e não abrandou a luta nem a coragem.
E, por isso, teve a normal resposta do ditador Salazar: perseguições e prisão.
É bom lembrar a acção exemplar deste género de intelectuais, hoje espécime raro em Portugal e no mundo dito civilizado.
Na linha de Zola, Romain Roland, Stefan Zweig e tantos outros, era um intelectual comprometido com o seu tempo."


Helder Costa



Encenado por Hélder Costa, "Felizmente Há Luar!" tem nos papéis principais Maria do Céu Guerra e João D'Ávila. Este texto é hoje um clássico da literatura dramática portuguesa e confirma o posicionamento d'A BARRACA orientado para dar a conhecer os grandes autores da dramaturgia nacional e internacional. A grande relevância do autor e do tema deste espectáculo faz com que ele esteja presente no curriculum do ensino secundário e levou o Ministério da Educação a apoiar a itinerância deste espectáculo.

A digressão de "Felizmente Há Luar" decorreu entre Março e Junho de 2006, contou com 40 espectáculos em 20 cidades, com mais de 8000 espectadores. A companhia segue assim a sua filosofia de levar o teatro a todos no seguimento do pensamento de Garcia Lorca que deu nome à companhia: "A BARRACA um nome lindo. Uma coisa que se desmonta, que roda e marcha pelos caminhos do mundo…"

Ficha Técnica e Artística

Encenação: Helder Costa
Elenco: Maria do Céu Guerra, João D’Ávila, André Nunes, Luis Thomar, Patrícia Adão Marques, Pedro Borges, Ruben Garcia, Sérgio Moras, Sérgio Moura Afonso, Susana Costa
Figurinos: Maria do Céu Guerra
Adereços: Luís Thomar
Luminotecnia: Fernando Belo
Sonoplastia: Rui Mamede
Apoio Técnico: José Carlos Pontes
Relações Públicas e Produção: Elsa Lourenço
Secretariado: Maria Navarro
Costureira: Inna Siryk
Montagem: Mário Dias
Bilheteira: Sandra Filipe
Cartaz: Elsa Lourenço e Rita Lello
Fotografias: MEF – Tânia Araújo
Fotografia Cartaz: Uwe R. Zimmer

O preço dos bilhetes é de 12,5€ (10€ para estudantes, grupos, menores 25 e maiores 65).

A duração do espectáculo é de 1h30 sem intervalo.

Web Site

http://www.abarraca.com

Data(s) do evento
De 16-06-2006 a 30-07-2006 - 5ª a sábado: 21h30 - Domingos: 16h00 (Excepto dias 8 e 16 de Julho)
Teatro Cinearte - Largo de Santos, 2
Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa
22-06-2006 - Convívio Lusófono: 21h30
Teatro Cinearte - Largo de Santos, 2
Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Sobre banderas y otras histerias

En un blog amigo podemos leer la historia de la bandera de Portugal, en estos tiempos en que todavía hay muchas tostándose al sol de los balcones de nuestro país vecino