quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Um 'Ai' de Dalton Trevisan


Fotografia de Guacyr Aranha


A Velhinha:

-Se um de nós faltar... ai, João..., o que vai ser de mim?


Dalton Trevisan



domingo, 6 de dezembro de 2009

"La Península será (...) el país europeo..."



En la edición nacional en papel del periódico El País de hoy aparece una información titulada "España perderá un 20% de lluvia por el cambio climático", en la que puede leerse:

"La Península está en la primera línea del frente del calentamiento y será el país europeo en el que más se reducirá la precipitación si no se limitan las emisiones de gases de efecto invernadero."

En la edición digital corrigieron: "España está en la primera línea del frente del calentamiento y será el país europeo en el que más se reducirá la precipitación si no se limitan las emisiones de gases de efecto invernadero".

¿Un lapsus? ¿Dónde aprendió Geografía el periodista? Es lo que tiene la ignorancia. Que no nos vengan con la excusa de las prisas. ¿Ocupa España la totalidad de la Península Ibérica? En todo caso, el autor de la noticia sí que vive de costas voltadas. Y los andorranos también le dirían alguna cosa, ¿no?

O, pensando más positivamente, tal vez el cambio climático nos afecte a nosotros y no a Portugal, y estoy aquí despotricando sin razón. ¿Quién sabe? (pero no, en los mapas publicados en el interior se ve a Portugal afectado igualmente).



quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Hoje, Eduardo Pitta em Badajoz


 "4 days", Fotografía de Fernando Ocaña Fernández

Recordamos que hoje o poeta Eduardo Pitta abrirá uma nova edição da Aula de Poesía Diez Canedo.  Às 20:00h. lerá os seus versos no Salão de Atos do Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo (MEIAC).


Nenhum de nós passeia impune
pelos retratos: fazem-nos doer
os recessos da memória.

Deles saltam, por vezes, sustos,
primeiras noites, secreta
loucura, lábios que foram.

Interditam-nos sempre.
Trepam-nos pelo torpor
mais desprevenido, subsistem.

A sua perenidade é volátil
e cheia de venenosos ardis.
Um sopro no acetato.

Distintos, os seus contornos
não são nunca
os que supomos.

Eduardo Pitta

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dia de S. Martinho (in http://www.junior.te.pt/)

O Dia de S. Martinho comemora-se a 11 de Novembro.
Neste dia, no nosso país, assam-se as castanhas e prova-se o vinho novo.

A tradição manda que o dia de S. Martinho se festeje com castanhas, água-pé (para os mais crescidos), uma fogueira para saltar (quem quiser) e bom convívio.

Lenda de S. Martinho:
O Dia de S. Martinho faz-nos lembrar a sua lenda. Não a conheces? Ora lê.

O "Verão" de S. Martinho também é conhecido por "Verão dos Marmelos".


# Magusto:
É a festa em que se assam as castanhas (que se recolhem nesta altura) e se convive. Tem a ver com o momento em que, depois da vindimas, nos meses de Setembro e Outubro, o vinho está pronto e se prova.

Dois provérbios:
- No dia de S. Martinho vai-se à adega e prova-se o vinho. ou
- No dia de S. Martinho vai à adega e prova o teu vinho.
- No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.

Assar castanhas:

Como se preparam as castanhas para assar?
- Molham-se (não tem que ser, mas ajuda a que o sal agarre).
- Dá-se um golpe em cada uma (retalhar).
- Põe-se sal.
- Põe-se um pouco de erva-doce (dá um sabor muito bom).
- Põem-se dentro do fogareiro (ou num tabuleiro no forno, ou no calor de uma fogueira).

Quanto tempo demoram as castanhas a assar?
Um quarto de hora, aproximadamente.

A castanha:
A castanha é um fruto que vem de uma árvore: o castanheiro. Um conjunto de castanheiros chama-se souto.

No norte de Portugal é que os castanheiros se dão melhor, e é de lá que vêm as castanhas para vender no País todo.

A castanha está na árvore protegida por uma bola cheia de picos que se chama "ouriço". Quando chega o Outono, o ouriço abre e deixa cair a castanha no chão.

Antes de a batata chegar à Europa e se espalhar por todo o lado (séc. XVII), a castanha era a base da alimentação, especialmente no campo.

Pode cozer-se, assar-se, fazer-se em puré, fazer-se sopa com ela, doce, etc.

Coisa Ruim

Felizmente o cinema português tem evoluído bastante. Já existem excelentes obras, para além do cinema da década de ouro dos anos 4o, como o filme "Alice", "Capitães de Abril"ou esta obra "Coisa Ruim".
Realizado por Tiago Guedes e Frederico Serra, escrito pelo conhecido pivô de televisão Rodrigo Guedes de Carvalho, este filme, baseado em superstições e "folclore", de algumas zonas do interior rural de Portugal, apresenta-se como um excelente filme do género de terror, ou, melhor dito, de fantástico.
Aqui temos um belíssimo título para a nossa "devedêteca" para o ensino do português!





segunda-feira, 9 de novembro de 2009

En la Raya / Na Raia

El programa de Canal Extremadura "En la Raya" emitió el domingo un reportaje sobre la enseñanza del portugués en Extremadura lleno de gente conocida. Está al final, el principio está lleno de forcados.


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

“Veredas de Marvão”, banda desenhada de Hermínio Felizardo


Aqui está um excelente documento, apesar de ser uma obra de ficção, sobre a realidade do contrabando raiano entre o Alentejo e a Extremadura espanhola.

Esta banda desenhada, da autoria de Hermínio Felizardo, ambientada na raia de Marvão e Valencia de Alcántara remete-nos para as veredas de uma história não muito distante e para a identidade de um povo que via no contrabando uma forma de subsistência e de relações humanas que iam mais além do actual conceito de relações transfronteiriças.

Para quem vive a raia, recomendo vivamente. E, já agora que há muito não partilhava as minhas experiências aqui no "Lusofolia", também o podemos utilizar nas nossas aulas.

P.S. O autor também tem outra BD intitulada "Histórias da Raia". Pessoalmente gosto mais desta.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eduardo Pitta em Badajoz



No próximo dia 26 de Novembro o poeta Eduardo Pitta abrirá uma nova edição da Aula de Poesía Diez Canedo com uma leitura dos seus poemas no Salão de Atos do Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo (MEIAC).

Eduardo Pitta nasceu em 1949 em Moçambique. É poeta, escritor e ensaísta, crítico do jornal Público e colunista da revista LER. Desde 1968 tem colaboração dispersa por jornais e revistas literárias, de Moçambique, Portugal, Espanha, França, Brasil e Estados Unidos. Colaborou na revista Colóquio-Letras, da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 1980 e 2005. Entre 1974 e 2007 publicou oito livros de poesia, quatro volumes de ensaio, uma trilogia de contos, um romance e um diário. Os títulos mais recentes são Poesia Escolhida, 2004, Os Dias de Veneza, 2005, Intriga em Família, 2007, e Cidade Proibida, 2007. Em 2008 adaptou para crianças o clássico de Eça de Queirós O Crime do Padre Amaro. Poemas seus encontram-se traduzidos em inglês, francês, castelhano e italiano. O conto Kalahari está publicado na revista inglesa Chroma. A partir de 1976 participou em congressos, seminários e festivais de poesia, em Portugal e no estrangeiro (Espanha, França, Itália e Colômbia). Tem efectuado conferências sobre escritores e, em 1998, a convite da Unesco, participou em Atenas num colóquio sobre Fernando Pessoa e Konstandinos Kavafis. Organizou para a revista francesa Arsenal um dossiê sobre literatura portuguesa, "Du Portugal, Babel de Contraires", com lançamento, seguido de debate, no Salão do Livro de Paris, em 2002. Dirige actualmente a edição das obras completas de António Botto. Tem no prelo dois novos volumes de ensaio: Língua dos Eleitos e Classe de Poesia. É autor do blogue Da Literatura.

Tudo sobre o autor em www.eduardopitta.com.

(Dados extraídos de pnetliteratura)



Estradas muito claras, o desenho nítido
e longas o bastante para o tempo
que sobrava.

O incêndio ficava para depois
para mais tarde
nos dias de aborrecer
o tédio.

Entre o desencanto da escola,
a injúria de alguns, a praia de ao pé de casa,
um Rilke adolescente, as primeiras
exigências do corpo e o ritual

do mah jong, fomos cumprindo
o equivocado itinerário
de uma sobressaltada adolescência colonial.


sábado, 24 de outubro de 2009

Cesária e mais pela mão de Lula Pena




Porque não é mais conhecida Lula Pena, esta mulher com essa voz e esse jeito de cantar? O disco Phados (editado na Bélgica em 1998) é, na verdade, de arrepiar. O segundo disco, Profissão de fé, (2002) não conheço. Terá aparecido o terceiro que andava a preparar?

Dela escreveu Jorge Pinho: "O motivo para o espanto é simples: Lula Pena é a mais radical experiência de renovação do Fado surgida nas últimas décadas."

Mais de Lula Pena aqui.

E cá podemos ver uma entrevista de 11 minutos com ela (FMM Sines 2007).


domingo, 11 de outubro de 2009

Resumen de las III Jornadas de la APPEX


El pasado día 3 de Octubre de 2009 se celebraron en el Centro Universitario de Mérida las III Jornadas de Lengua Portuguesa y Cultura Lusófona, organizadas por la Asociación del Profesorado de Portugués en Extremadura (APPEX), inauguradas por la Sra. Consejera de Educación de la Junta de Extremadura, Doña Eva Pérez.

Tras la inauguración se dio paso a una mesa redonda sobre la situación de la enseñanza del PLE (portugués lengua extranjera ) en Extremadura, coordinada por Doña Ana Marcelino, Presidenta de la APPEX, y que contó con las intervenciones de Doña Mª Luisa Mateo-Sasieta, Coordinadora de Idiomas de la Dirección General de Política Educativa, Don Juan Carrasco, Catedrático de Filología Portuguesa de la Universidad de Extremadura y Doña Teresa Ferreira, Lectora del Instituto Camões en Extremadura.

Doña Mª Luisa Mateo-Sasieta expuso el programa de actuación que desde la Junta de Extremadura se está siguiendo en la implantación del portugués en nuestra Comunidad y las acciones previstas en el Plan Marco puesto en marcha en 2009 (incluidas en Linguaex), basadas en cuatro pilares: formación del profesorado, formación del alumnado, formación de una red de centros bilingües y mejora de la competencia lingüística en sociedad.

La siguiente intervención correspondió al Sr. D. Juan Carrasco, quien explicó los cambios experimentados por las titulaciones universitarias (grados, post-grados y másters) del área de Filología Portuguesa de la Universidad de Extremadura con la entrada en vigor del Plan Bolonia y puso de manifiesto que esta mayor adecuación al modelo europeo facilitará nuevas salidas profesionales a los alumnos. El reto para la UEX será la oferta de un grado específico, diferenciado de los propuestos por otras universidades que permita atraer estudiantes de todo el territorio nacional.

Finalmente, fue el turno de Doña Teresa Ferreira, docente en la UEX y lectora del Instituto Camões en Extremadura que hizo un recorrido por los diferentes campos en que centra su actuación el Camões, poniendo de manifiesto la estrecha relación que el Instituto tiene con la UEX, gracias a la cual está presente en nuestra Comunidad.

Cerró la mesa de debate Doña Ana Marcelino con una serie de propuestas dirigidas a Doña Mª Luisa Mateo-Sasieta y encaminadas a favorecer un mayor grado de formación especializada, en función de los diferentes tipos de alumnado, para los profesores de portugués, y una mayor oferta de opciones laborales ajustadas a dicha formación. Abierto el turno de intervención, los asistentes mostraron su desacuerdo con algunos de los procedimientos que se siguen en actuaciones concretas (con especial incidencia en las secciones bilingües y en la contratación de profesorado para ellas). Ante la buena disposición manifestada por la Coordinadora de Idiomas de la Dirección General de Política Educativa para recibir y analizar las propuestas de la Appex, la asociación decidió fijar una reunión para elaborar un documento que las recoja y que le será enviado una vez concluido.

A las 11h30, dio comienzo la ponencia del lingüista y profesor del Departamento de Estudos Portugueses e Estudos Românicos de la Universidad de Oporto, Don João Veloso, titulada Treino articulatório e ensino da pronúncia na aula de PLE. Su exposición incidió de manera especial en la importancia de la capacidad de discriminación auditiva en el trabajo de entrenamiento para la producción de los sonidos de una lengua ( en este caso el portugués): oir la lengua y poder categorizar los sonidos que en ella son significativos (marcan diferencia de significado) habrá de ser el paso previo a la práctica articulatoria.

Tras la comida, a las 17h00, tuvo lugar la intervención de Doña Helena Lemos, profesora del mismo Departamento de la Universidad de Oporto y autora de varios libros didácticos sobre la práctica de la lengua portuguesa, con el título Prática da compreensão auditiva na aula de PLE. La ponente defendió la necesidad de ayudar a los alumnos a aprender identificando las dificultades que puedan tener ante el texto oral, planificando las tareas y estrategias adecuadas en cada caso y buscando la autenticidad y diversidad en los textos propuestos como fuente de motivación. Apostó de forma decidida por el empleo de las nuevas tecnologías como herramienta de trabajo, con propuestas concretas para desarrollar dentro y fuera del aula.

Como colofón de estas jornadas se celebró la V Asamblea de la APPEX, cuyas conclusiones están recogidas en el acta correspondiente, con una valoración muy positiva de las distintas actividades realizadas y con el agradecimiento a todos los participantes, personalidades invitadas, entre ellas, la profesora Natércia Taxa, que representaba a la Associação (Portuguesa) de Professores de Português (APP), asociación colaboradora de la APPEX. También queremos agradecer la presencia del Centro Integral de Cultura Portuguesa Rainha Dona Amélia que, a lo largo de todo el día, mantuvo abierta la exposición de material bibliográfico y el trabajo del comité organizador de estas III Jornadas de Lengua Portuguesa y Cultura Lusófona.



(Resumen realizado por nuestro compañero José Antonio)



domingo, 4 de outubro de 2009

Seminário "Metodologias e Materiais para o Ensino do Português como Língua Não Materna (PLNM)"


Nos dias 29 e 30 de Outubro de 2009 realizar-se-á um seminário dedicado ao tema Metodologias e Materiais para o Ensino do Português como Língua Não Materna (PLNM) promovido pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC) e pela Associação de Professores de Português (APP).

O Seminário, que terá lugar no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, contará com a presença de especialistas nacionais e estrangeiros sobre o ensino de Língua Não Naterna e centrar-se-á em dois grandes temas:

1. Metodologias de Ensino de uma Língua Não Materna (1.º dia).
2. Materiais de Ensino de uma Língua Não Materna (2.º dia).

Para consultar o programa, clique aqui.

O seminário está creditado pela CCPFC em 0,6 créditos.
Beneficiários: professores dos grupos 200, 210, 220, 300, 310, 320, 330 e 340

Inscrição

* Público em geral: €35
* Sócios da APP: €30

Para proceder à inscrição ou obter mais informações contacte-nos através do endereço divling@iltec.pt.

O pagamento pode ser efectuado até ao dia 20 de Outubro por transferência bancária no MULTIBANCO para o NIB do ILTEC - 0018 0001 00201331624 53; o comprovativo desta transferência deverá ser enviado, com a devida identificação, por correio electrónico (para o endereço indicado acima), ou para o fax do ILTEC, com o número 21 355 06 71.

Todos os participantes receberão uma brochura com os conteúdos do Seminário (conferências, participação em mesas redondas, etc.).


Informação do Instituto de Linguística Teótica e Computacional (ILTEC).





quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Péssima tradução em Macau

Fotografia de Maruan's Travel

Se precisarem de qualquer assistência médica de emergência em Macau, cuidado com a morta, digo a porta, de emergência que escolhem (a fotografia é do ano 2005).


terça-feira, 22 de setembro de 2009

III Jornadas da APPEX em Mérida


No próximo dia 3 de Outubro terão lugar as III Jornadas de Língua Portuguesa e Cultura Lusófona, organizadas pela APPEX, no Salão de Atos do Centro Universitário de Mérida. À inauguração das Jornadas assistirá a Consejera de Educação, Dª Eva Mª Pérez, e a Diretora Geral de Ação Exterior, Dª Lucía Martín.


9:30h – Recepção dos participantes e entrega da documentação.


10:00h – Inauguração das Jornadas.


10:15h – Mesa redonda: Situação da língua portuguesa na Extremadura.


11:00h – Intervalo para café


11:30h - Treino articulatório e ensino da pronúncia na aula de PLE, Prof. Dr. João Veloso, Universidade do Porto.

13:45h – Almoço


17:00h – Prática da compreensão auditiva na aula de PLE. Profª Drª Helena Lemos, Universidade do Porto.

19:00h – Intervalo para café

19:15 – Assembleia da APPEX.

20:00 – Conclusões e encerramento das Jornadas


Aqueles interessados em estarem connosco nestas Jornadas, podem escrever um correio para appex.dir(at)gmail.com com os seguintes dados: nome e apelidos, endereço, telefone, e-mail e profissão, acrescentando se desejam assistir ao almoço, que será pago no momento da entrega de documentação




domingo, 6 de setembro de 2009

Prontuário Sonoro










Cá estamos de volta no Lusofolia... Essas férias, correram bem?

Prontuário sonoro no regresso do Provedor (Público)

Pelo bom português na rádio e na televisão públicas (Ciberdúvidas)


(Obrigado a Antonio Fernandez García pela notícia)



quinta-feira, 25 de junho de 2009

A virgindade das palavras, de Manoel de Barros

Manoel de Barros, o poeta pantaneiro

A virgindade das palavras

Os governos mais sábios deveriam contratar os poetas para o trabalho de restituir a virgindade a certas palavras ou expressões, que estão morrendo cariadas, corroídas pelo uso em clichés. Só os poetas podem salvar o idioma da esclerose. Além disso a poesia tem a função de pregar a prática da infância entre os homens.

Se for para tirar gosto poético vai bem perverter a linguagem. Não bastam as licenças poéticas, é preciso ir até às licenciosidades. Temos de molecar o idioma para que ele não morra de clichés. Subverter a sintaxe até à castidade: isto quer dizer: até obter um texto casto. Um texto virgem que o tempo e o homem ainda não tenham espolegado.

O nosso paladar de ler anda com tédio. É preciso propor novos enlaces para as palavras. Injectar insanidade nos verbos para que transmitam aos nomes seus delírios. Há que se encontrar a primeira vez de uma frase para ser-se poeta nela. Mas isso é tão antigo como menino mijar na parede. Só que foi dito de outra maneira.

Se você prende uma água, ela escapará pelas frinchas. Se você tirar de um ser a liberdade, ele escapará por metáforas. No internato, longe de casa, eu não sabia o que fazer e fiz um aparelho de ser inútil. E comecei a brincar com ele. Um padre disse: - Não presta para nada; há-de ser poeta!

Manoel de Barros



E eu peço desculpa por voltar a publicar um poema de Manoel de Barros já publicado nesta página no dia 19 de Dezembro de 2007, mas, olhem, esse poema do Livro das Ignorãças condiz tanto com essas palavras lá em cima...

VII

No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá
onde a criança diz: Eu escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz
de fazer nascimentos -
O verbo tem que pegar delírio.


Sem nos esquecermos do XIV do mesmo livro, maravilhoso:

Poesia é voar fora da asa.



quarta-feira, 17 de junho de 2009

Querido U




Encontrei este óptimo vídeo no blogue de uma das nossas seguidoras, Raquel, Koiné. Vale a pena vê-lo completo.


quinta-feira, 11 de junho de 2009

Livros portugueses em Talavera la Real


A maior exposição de livros portugueses continua em Talavera la Real, (Badajoz) na Casa da Cultura, durante mais uma semana a pedido de vários professores e profissionais do idioma que não estiveram presentes por motivos profissionais na última semana.

O horário é: 10.30/12 horas - 17.30/21.30 horas

É uma oportunidade única ver reunidos livros para todas as idades de 85 editoras portuguesas.


Organizado pelo Centro Integral de Cultura Portuguesa "Rainha Dona Amélia"


sexta-feira, 29 de maio de 2009

Acento ou assento?



ACENTO OU ASSENTO?

Era uma vez... Não! Eram duas vezes... Ou... Quantas vezes? Ora quantas vezes o leitor quiser! Um rapaz tímido de poucas palavras. Chamava-se Tritongo e que, por circunstancias várias, mudara para uma cidade interiorana.

- Táxi! Táxi!!

- Para onde? Perguntou o motorista!

- Para a Alameda Oxítona 111!

Não rodaram muito e já chegaram. Seu parente o recebeu com a mesma festa que proporcionara ao irmão, instantes antes, em férias escolares. Os dois primos eram diferentes dele, alegres espertos, falastrões, mas de um contraste notório e esquisito entre ambos.

Um dos primos chamava-se Ditongo. A sua estatura era interessante ora era crescente ora era decrescente variava conforme as circunstâncias. Este fato o tornava engraçado. O outro era grande, sua cintura era estranha parecia não existir, quando falava a parte superior descolava da inferior provocando um intervalo no meio. Chamava-se Hiato.

O dia seguinte foi cheio. Foram ao clube perto da praça das Paroxítonas . As arquibancadas do Ginásio Morfológico estavam lotadas, era a grande decisão do campeonato de Vôlei entre as seleções do Paraguai e Bolívia.

- Paraguai! Paraguai! Paraguai! – Gritava o Tritongo.

O Ditongo preferiu a Bolívia, a razão eram as pernas grossas e a simpatia das garotas da equipe. O Hiato sumiu! Levara consigo um assento, não gostava muito de sentar na arquibancada gelada e dura.

O jogo foi muito emocionante Parecia um jogo de um empate pela animação da torcida, a diferença foi somente na quadra. As meninas da Bolívia tinham mais técnica, porém estavam muito nervosas e sucumbira diante de uma equipe mais inferior, entretanto com uma regularidade de acertos acima da média. Final 3 x 0.

Fim do jogo. Apareceu o Hiato muito nervoso e já sem o assento, tinham-no roubado em uma briga que arrumara com um cara musculoso, bem acentuado, morador da Avenida Paroxítona, Terceira Silaba. Apto 03, como repetia a todo instante e nervosamente ao ouvido do Hiato, algumas vezes dava-lhe ainda reiteradas batidas com o acento na barriga do coitado.

Nervosos, tritongo e os primos pensaram em retirar-se. Hiato não se conformava em ter pedido o acento, achava que sem ele, perderia a identidade. Tritongo ficara nervoso pelo primo, entretanto não levara assento. Ditongo muito precavido ao sair de casa, também não levara um assento, porque somente usava o acento dependendo das circunstâncias. Porém agia de forma estranha, tenso o seu corpo encolhia como tartaruga que a voz nem conseguia sair da sua boca, e surpreendentemente, quando saía eram apenas poucas palavras que as vogais permaneciam na mesma sílaba.

Uma viatura da polícia, que fazia segurança no local, levou os quatro para a 26ª Delegacia. O delegado, Dr. Orto Gráfico, entrou na sala observou os quatro e perguntou:

- Afinal, é um problema de assento ou de acento?

Os quatros se olharam e ficaram sem entender a pergunta. Como não responderam o delegado deu o caso por encerrado, não antes de dar uma aula de encontro vocálico ao grupo e em seguida dispensou todos. Saíram os quatro mais uma vez sem entenderem nada!

Ademar Oliveira de Lima

(Do blogue Gramaticação)



quinta-feira, 21 de maio de 2009

Flor de Lis

Portugal presentó a Eurovisión un grupo, Flor de Lis, que interpretó un hermoso tema, resumen del folklore lusitano, repleto de instrumentos tradicionales y con una voz solista de increíble dulzura. La lástima es que las reglas del Festival impidieran que la banda participara con todos sus instrumentos. Os dejo el video de la canción (actuación en la final aquí):



Letra de la canción Todas as ruas do amor:

Se sou tinta tu és tela,
Se sou chuva és aguarela,
Se sou sal és branca areia,
Se sou mar és maré-cheia,
Se sou céu és nuvem nele,
Se sou estrela és de encantar,
Se sou noite és luz para ela,
Se sou dia és o luar.

Sou a voz do coração
Numa carta aberta ao mundo,
Sou o espelho d’emoção
Do teu olhar profundo,
Sou um todo
Num instante,
Corpo dado
Em jeito amante;
Sou o tempo que não passa
Quando a saudade me abraça.

Beija o mar o vento e a lua
Sou um sol em neve nua
Em todas as ruas do amor
Serás meu e eu serei tua.
Se sou tinta tu és tela,
Se sou chuva És aguarela,
Se sou sal És branca areia,
Se sou mar és maré cheia,
Se sou céu és nuvem nele,
Se sou estrela és de encantar,
Se sou noite és luz para ela,
Se sou dia és o luar.
Beija o mar o vento e a lua
Sou um sol em neve nua
Em todas as ruas do amor
Serás meu e eu serei tua.

J.M. González Serna

segunda-feira, 18 de maio de 2009

quinta-feira, 30 de abril de 2009

El portugués será prioritario en Castilla y León

Castilla y León dará prioridad a la enseñanza de la lengua portuguesa como disciplina de opción curricular en todas las etapas obligatorias del ciclo educativo. De esta forma, a partir del próximo curso escolar todos los centros educativos de la Comunidad podrán ofertar a sus alumnos esta asignatura optativa. Así lo indicó este jueves el embajador de Portugal, Álvaro Medonça, al término de la reunión que mantuvo con el presidente de la Junta, Juan Vicente Herrera.

En el encuentro, que se prolongó por espacio de casi una hora, el representante luso analizó con el jefe del Ejecutivo autonómico los principales proyectos de "cooperación" que mantienen las regiones norte y centro de Portugal con Castilla y León y que centrarán la visita que Herrera protagonizará la próxima semana a Lisboa. Aunque no avanzó ningún detalle de la agenda del viaje, indicó que mantendrá encuentros con el presidente de la República portuguesa, con el primer ministro y con varios altos cargos del gabinete luso.

Entre ellas, el embajador de Portugal destacó la relevancia del desarrollo de la enseñanza del portugués en nuestro país y reconoció la “gran demanda” que tienen el castellano en Portugal. Por ello, reclamó un "esfuerzo simétrico" por parte de la Comunidad para fomentar la enseñanza de esta lengua. Álvaro Medonça explicó que la Junta debe apostar por la formación de los profesores encargados de impartir esta materia en los centros educativos de Castilla y León, y propuso programar intercambios de docentes españoles y lusos.

Asimismo Álvaro Medonça argumentó que según los datos de la Organización de Naciones Unidas en unos 15 años el portugués se convertirá en la segunda lengua europea en ser hablada por un mayor número de personas en el mundo ya que la población lusoparlante será "tres veces más grande”. Destacó que la ONU estima que unos 360 millones de personas hablarán portugués por lo que subrayó la importancia que tendrá para los jóvenes castellano y leoneses conocer esta lengua.

Cooperación

Otro de los asuntos que abordaron Herrera y Álvaro Medonça fue elimpulso al eje que discurre entre la población lusa de Aveiro y la ciudad de Burgos. Indicó que se trata de un corredor "fundamental" para los dos países. El representante portugués en España remarcó que algunas empresas de Salamanca del sector de la logística ya han reforzado sus relaciones de "cooperación" con puertos marítimos portugueses.

Por otra parte, el embajador de Portugal informó también que otro de los asuntos que la Junta y el gobierno portugués prevén impulsar son losproyectos turísticos en torno al Duero-Douro. Álvaro Medonça precisó que tendrán que basarse en modelos de gestión sostenible puesto que afectan a zonas de alto valor medioambiental. No obstante, apuntó que será necesario que generen desarrollo económico tanto en Castilla y León como en las regiones norte y centro del país vecino.

Primera visita

Esta reunión entre Juan Vicente Herrera y el embajador luso, que se celebró en el Colegio de la Asunción, fue el primer encuentro oficial que mantienen los dos mandatarios. Álvaro Medonça precisó que desde que tomó posesión de su cargo a finales de diciembre tenía previsto viajar a la Comunidad. Sin embargo, una gripe le impidió el pasado mes de enero reunirse con el presidente de la Junta. “Desde el principio de mi llegada a España quería hacer esta visita a Castilla y León”, concluyó.

Palíndromos e tautologias

Palíndromos

Um palíndromo, como VC deve saber, é uma palavra ou um número que se lê da mesma maneira nos dois sentidos normalmente, da esquerda para a direita e ao contrário.

Exemplos: ovo, osso, radar. O mesmo se aplica às frases, embora a coincidência seja tanto mais difícil de conseguir quanto maior a frase; é o caso do conhecido:

Socorram-me, subi no onibus em Marrocos.

Diante do interesse pelo assunto (confesse, você leu a frase de tráz prà frente), tomamos a liberdade de selecionar alguns dos melhores palíndromos DA língua de Camões... Se você souber de algum, acrescente e passe adiante.

  • ANOTARAM A DATA DA MARATONA
  • ASSIM A AIA IA A MISSA
  • A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA
  • A DROGA DA GORDA
  • A MALA NADA NA LAMA
  • A TORRE DA DERROTA
  • LUZA ROCELINA, A NAMORADA DO MANUEL, LEU NA MODA DA ROMANA: ANIL É COR AZUL
  • O CÉU SUECO
  • O GALO AMA O LAGO
  • O LOBO AMA O BOLO
  • O ROMANO ACATA AMORES A DAMAS AMADAS E ROMA ATACA O NAMORO
  • RIR, O BREVE VERBO RIR
  • A CARA RAJADA DA JARARACA
  • SAIRAM O TIO E OITO MARIAS
  • ZÉ DE LIMA RUA LAURA MIL E DEZ
TAUTOLOGIA

Tautologia
, é o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. Consiste na repetição de uma idéia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido.
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'. Mas há outros, como você pode ver na lista a seguir:

- elo de ligação
- acabamento
final
- certeza
absoluta
- quantia
exacta
- nos dias 8, 9 e 10,
inclusive
- juntamente
com
-
expressamente proibido
- em duas metades
iguais
- sintomas
indicativos
- há anos
atrás
- vereador
DA cidade
-
outra alternativa
- detalhes
minuciosos
- a razão é
porque
- anexo
junto à Carta
- de sua
livre escolha
- superávit
positivo
-
todos foram unânimes
- conviver
junto
- facto
real
- encarar
de frente
- multidão
de pessoas
- amanhecer
o dia
- criação
nova
- retornar
de novo
- empréstimo
temporário
- surpresa
inesperada
- escolha
opcional
- planear
antecipadamente
- abertura
inaugural
-
continua a permanecer
- a
última versão definitiva
-
possivelmente poderá ocorrer
- comparecer
em pessoa
- gritar
bem alto
- propriedade
característica
-
demasiadamente excessivo
- a seu critério
pessoal
- exceder
em muito .


Note que todas essas repetições são dispensáveis. Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não. Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia.

Texto recebido por correio-e de Rui J. Carmo